Estilo de vida
14/06/2021 às 04:00•2 min de leitura
Quando as primeiras pessoas decidiram atravessar a ponte da Sibéria para a América do Norte pela primeira vez no passado, tudo indica que cães já andavam aos seus lados. De acordo com um estudo publicado na Science, os caninos e seus companheiros humanos se espalharam por todo o continente por milhares de anos, estabelecendo moradia da Califórnia, nos Estados Unidos, até o Peru.
Entretanto, tudo mudou com a chegada dos colonizadores europeus. Com as terras sendo desbravadas, as populações indígenas passaram a ser perseguidas pelos recém-chegados e, por consequência, os cachorros também. Então, nessa época os números de cães existentes no continente foi caindo drasticamente e a população canina foi basicamente dizimada.
(Fonte: Pixabay)
Quando os europeus pisaram em terras americanas pela primeira vez, trouxeram consigo diversas doenças novas para as populações nativas e provocaram um grande rastro de destruição. "Parece que tivemos uma substituição completa das populações originais de cães", comentou o pesquisador Keith Dobney, da Universidade de Liverpool, durante o estudo.
Enquanto iam invadindo cada vez mais o solo local, os viajantes passaram a comunidades indígenas americanas, também matando os cães que encontravam. Em algumas ocasiões, os animais eram vistos como alimento e eram devorados pelos colonizadores. "Os espanhóis abriram caminho através das populações de cães em toda a América do Norte", aponta o documento.
A destruição foi quase total. Quando os pesquisadores procuraram um legado genético desses cães americanos originais em animais vivos hoje, o resultado foi inconclusivo. Com a chegada de novas raças vindas da Europa e a caça em massa aos cães americanos, o traço genético dessas espécies desapareceu com o tempo.
(Fonte: Center for American Archeology)
Apesar de não se saber a data exata quando os primeiros cães chegaram nas Américas, tudo indica que eles vieram com os primeiros imigrantes há 16 mil anos e ajudaram demais nesse processo. Segundo estudos arqueológicos, esses primeiros cães carregavam suprimentos, eram parceiros de caça, aqueciam as camas e também serviam como fonte de alimento em situações complicadas.
Os primeiros vestígios de cães na América do Norte mostram como de fato existia uma relação especial. Através de restos mortais encontrados em Illinois datando para 10 mil anos, os pesquisadores puderam notar que nessa época os humanos já preparavam covas próprias para enterrar seus animais de estimação.
Mesmo que os esqueletos não tragam muitas informações sobre como eram os primeiros cachorros, isso já é um forte indício de que as populações locais se importavam com seus cães a ponto de criar o momento de despedida.