Conheça 11 dos mais cruéis homens da Segunda Guerra Mundial

01/08/2017 às 03:007 min de leitura

Durante os anos de 1939 a 1945, período em que se passou a Segunda Grande Guerra, cerca de 60 milhões de vidas humanas foram ceifadas. Sempre que falamos sobre o tema, os primeiros nomes que surgem na cabeça de muitos são o de Adolf Hitler, Joseph Stalin, Benito Mussolini e mais algumas figuras de destaque.

No entanto, é impossível imaginar que esses homens sozinhos tenham causado tantas mortes. Aqui você confere uma relação de nomes menores nas páginas da história do conflito, mas que nem por isso foram menos perversos na hora de cometer verdadeiros massacres sob as ordens de seus líderes.

A lista foi organizada sem nenhuma ordem específica.

1. Odilo Globocnik, líder austríaco da SS

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Odilo Globocnik foi general da SS (SchutzStaffel - Tropa de Proteção, em alemão) na Áustria e teve papel importante na Operação Reinhard, o plano para exterminar os judeus europeus da Polônia ocupada pelo Governo Geral do partido nazista.

Durante seu mandato, mais de 1,5 milhão de judeus foram mortos nos campos de concentração de Treblinka, Sobibor, Belzec e Majdanek – instalações que ele mesmo ajudou a organizar e supervisionar. Historiadores acreditam que ele se inspirou nos programas nazistas de eutanásia quando teve a ideia de usar câmaras de gás.

Corrupto e completamente sem escrúpulos, ele explorou judeus e não judeus como mão de obra escrava em seus campos de trabalhos forçados. Mais tarde na guerra, ele foi transferido para a Itália ocupada pelos alemães, na Zona Operacional do Litoral Adriático (OZAK, na sigla em alemão).

Lá, converteu um antigo moinho de arroz em um centro de detenção equipado com um crematório. Milhares de judeus, prisioneiros políticos e guerrilheiros foram interrogados, torturados e assassinados. Globocnik foi capturado pelos aliados em 31 de maio de 1945, mas cometeu suicídio no mesmo dia, ao ingerir uma pílula de cianeto.

2. General Mario Roatta, a “Besta Negra” da Itália

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Apelidado de “Besta Negra” por seus próprios homens, o general italiano fascista Mario Roatta mandou matar milhares de cidadãos iugoslavos e enviou outros milhares para a morte em campos de concentração. Historiadores afirmam que a taxa anual de mortes no campo de concentração de Rab, na Croácia, era maior que o nível médio de mortalidade em Buchenwald.

Em 1942, Roatta implementou uma política de “terra arrasada” nos territórios da Iugoslávia em um esforço para limpar etnicamente a região. Ele ordenou a seus homens que matassem famílias inteiras, seja por meio de agressão física ou do uso de armas de fogo.

Como muitos criminosos de guerra italianos, a Besta Negra nunca foi a julgamento após a guerra, e viveu em Roma até 1968, quando faleceu.

3. Dr. Josef Mengele, “O Anjo da Morte”

Josef Mengele não foi o único médico nazista a cometer atrocidades, mas certamente é o mais famoso deles, por sua frieza, comportamento isolado, crueldade nos procedimentos que realizava, e principalmente por nunca ter sido capturado.

Como adepto fervoroso da pseudociência nazista, usou sua posição em Auschwitz para desenvolver suas pesquisas em experiências com cobaias humanas – muitas vezes com completo desprezo pelo bem-estar de seus pacientes e em completa violação aos princípios científicos.

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Ele acreditava piamente na teoria da superioridade racial alemã. Para prová-la, se engajou em diversos experimentos que buscavam comprovar a falta de resistência dos judeus e ciganos a diversas doenças, que ele mesmo introduzia no organismo de seus pacientes, assim como extraía e colecionava amostras de tecido e de partes do corpo de suas vítimas para estudos posteriores.

Muitos dos seus “objetos de estudo” morriam durante os procedimentos desumanos que o nazista realizava ou eram assassinados para facilitar os exames que seriam feitos após a morte deles.

Depois da guerra, Mengele fugiu para a América do Sul, passando por Argentina e Paraguai até se estabelecer no Brasil, onde morreu afogado na praia de Bertioga, no litoral paulista, em 1979.

4 e 5. Generais Iwane Matsui e Hisao Tani, os “Açougueiros de Nanquim”

Algumas fontes históricas consideram que a Segunda Guerra Mundial começou oficialmente em 1937, com a invasão da China pelo Exército Imperial Japonês. Mais tarde naquele ano, depois de as tropas japonesas lançarem um ataque massivo à cidade de Nanquim, soldados chineses recuaram para o outro lado do rio Yangtze.

Durante as seis semanas seguintes, tropas japonesas cometeram o que hoje é conhecido como o Estupro de Nanquim – episódio particularmente terrível da guerra em que um número entre 200 mil e 300 mil soldados e civis chineses foram mortos e mais de 20 mil mulheres foram estupradas.

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Depois da guerra, o general Iwane Matsui foi julgado e considerado culpado por “deliberada e imprudentemente” ter se evadido de seu dever legal de “tomar medidas adequadas para assegurar a observância e prevenir qualquer brecha do cumprimento da Convenção de Haia (tratado internacional sobre leis e crimes de guerra)”.

Da mesma forma, o general Hisao Tani foi considerado culpado pelo Tribunal dos Crimes de Guerra de Nanquim, sendo sentenciado à morte. Outros líderes do exército japonês que participaram da ação morreram antes do fim da guerra.

6 e 7. Marechal do ar Arthur Harris e General Curtis LeMay

Uma das vantagens de se ganhar uma guerra é o benefício de não ter que prestar contas por todas as coisas hediondas necessárias para que isso acontecesse. É o caso do marechal do ar britânico Sir Arthur "Bombardeiro" Harris e do general da Força Aérea americana Curtis LeMay, ambos responsáveis por campanhas de bombardeio a territórios civis que resultaram em milhares de mortes na Alemanha e no Japão, com resultados bastante questionáveis.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Harris dirigiu o Comando Aliado de Bombardeio. Convencido de que o conflito por ar poderia ser decisivo, ele certa vez declarou: “Os nazistas entraram na guerra sob a ilusão infantil de que eles iriam bombardear todo mundo, e ninguém os bombardearia. Em Roterdã, Londres, Varsóvia e meia centena de outros lugares eles puseram sua ingênua teoria em operação. Eles semearam vento, e agora vão colher o turbilhão”.

Seu tom era indubitavelmente de vingança. Ele acreditava que bombardeios em massa sobre civis faria com que a população alemã se voltasse contra Hitler. Seu “turbilhão” daria fim à guerra em meses e, com esse objetivo, organizou diversos ataques, incluindo os feitos às cidades de Colônia, Hamburgo e Berlim, e o mais controverso deles, que atingiu Dresden quando a guerra já estava praticamente vencida pelos aliados.

Em suas memórias, o marechal do ar nunca fraquejou em suas convicções: “Levando-se em consideração tudo o que aconteceu... o bombardeio se provou um método relativamente humano”.

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Sobre o Pacífico, o general Curtis LeMay perpetrava sua própria campanha brutal contra alvos civis. Seis meses antes da rendição do Japão, os ataques de bombardeiros ordenados por LeMay resultaram em estimadas 500 mil mortes e o deslocamento de 5 milhões de habitantes.

O mais infame desses bombardeios aconteceu entre 9 e 10 de março de 1945, quando investidas sobre a cidade de Tóquio mataram aproximadamente 100 mil civis, o que é hoje considerado o mais brutal ataque único a civis da história da Segunda Guerra.

No entanto, diferente de Harris, o general americano estava plenamente ciente de sua própria brutalidade, declarando depois que o conflito acabou: “Matar japoneses não me incomodava muito na época... Eu suponho que se tivéssemos perdido, eu seria julgado como um criminoso de guerra”.

8. Oskar Dirlewanger, Comandante especial da SS

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Mesmo se considerarmos toda a brutalidade do regime nazista, o comandante especial da SS, Oskar Dirlewanger, ainda é considerado uma das pessoas mais depravadas a vestir um uniforme alemão durante a guerra. Ele era alcoólatra, viciado em drogas, pedófilo e tinha forte tendência à violência, e sua unidade era considerada a mais sanguinária de todas dentro da SS.

Em 1940, Heinrich Himmler colocou Dirlewanger como responsável por uma Brigada de Caça formada inteiramente de criminosos condenados, todos eles ex-caçadores. Quando ficaram arregimentados na Bielorússia, Dirlewanger e seus homens enfrentaram guerrilheiros na região, mas também mataram civis que moravam em vilas que estavam “no lugar errado, na hora errada”.

Seu método de execução em massa favorito era prender a população local dentro de um celeiro, atear fogo à estrutura e atirar com metralhadoras em todos que tentassem fugir. Credita-se a ele a morte de pelo menos 30 mil pessoas, isso somente no tempo que passou na Bielorússia. Ele foi preso em 1º de junho de 1945 e espancado até a morte por seus captores poloneses.

9. Hans Frank, “O Açougueiro da Polônia”

Amplamente ignorado pela história, Hans Frank governou e aterrorizou a Polônia ocupada entre 1939 e 1945. Como ex-advogado de Hitler, ele tentou espelhar o seu estilo de governo no do próprio führer.

Conhecido como o “Açougueiro da Polônia”, milhões de vidas foram tiradas sob seu julgo, e, apesar de não se considerado um dos homens mais poderosos do terceiro Reich, ele foi um dos principais responsáveis pelo reino de terror alemão sobre a Polônia durante toda a guerra.

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Sua indiferença ao sofrimento humano não conhecia limites. Em 1940 ele teria dito: “Em Praga, grandes cartazes vermelhos estavam expostos, e neles podia-se ler que sete tchecos foram fuzilados naquele dia. Eu disse para mim mesmo, ‘Se eu tivesse que colar um cartaz para cada sete polacos fuzilados, as florestas da Polônia não seriam suficientes para manufaturar tanto papel’”.

Frank foi um dos 10 criminosos de guerra enforcados em Nuremberg em 1946.

10. Dr. Shiro Ishii, Líder da Unidade 731

Antes da guerra, o governo japonês pôs o Dr. Shiro Ishii como encarregado do “Departamento de Purificação e Abastecimento de Água Para o Combate de Epidemias”, mais conhecido como Unidade 731.

Na verdade, o órgão servia de fachada para uma unidade de pesquisa e desenvolvimento de armas químicas e biológicas. Localizada perto da cidade de Harbin, na China, a instalação empregava cerca de 3 mil funcionários.

Ishii certa vez afirmou que a missão que os deuses deram aos médicos é a de bloquear e tratar doenças, mas ele fez questão de deixar bem claro que o trabalho que realizaria naquele local seria o exato oposto desse princípio.

Durante a guerra, ele presidiu um time de cientistas que experimentou algumas das doenças mais terríveis do mundo – antraz, peste, gangrena gasosa, varíola, botulismo, entre outras – em cobaias chinesas e até mesmo em alguns prisioneiros de guerra aliados, que eram obrigados a inalar e ingeriresses agentes patogênicos e até receber injeções que os contaminariam.

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Estima-se que mais de 200 mil chineses tenham morrido em experimentos de guerra bacteriológica, enquanto muitos outros sucumbiram por causa de pragas relacionadas aos testes realizados pelos membros da Unidade 731.

Ao fim da guerra, o Dr. Ishii simulou sua própria morte e se escondeu das forças americanas de ocupação, mas sua farsa foi descoberta e ele foi capturado. Ao ser interrogado, inicialmente negou ter feito experiências com cobaias humanas, mas depois fez um acordo para revelar todos os resultados de suas descobertas em troca de anistia total por seus crimes de guerra.

Os militares aceitaram a barganha, em busca das informações que eles mesmos não conseguiram desvendar, mas os dados do médico japonês se provaram de pouco valor. Mesmo assim os Estados Unidos mantiveram sua parte no trato e Ishii nunca foi julgado por seus crimes, tendo morrido como um homem livre em 1959.

11. Heinrich Himmler, Reichsführer da SS

Heinrich Himmler serviu a Adolf Hitler como reichsführer da SS – cargo mais alto dentro da organização, equivalente à patente de marechal de campo – e foi um importante membro do partido nazista.

Longe da imagem de lunático geralmente associada a ele, Himmler era a força ideológica e organizacional por trás da ascensão da SS. Contudo, em meio às suas múltiplas atividades, a mais lembrada é o seu papel no planejamento e na implementação da “Solução Final” para o “problema judeu”, função dada a ele pelo próprio führer. Em 4 de outubro de 1943, Himmler fez seu discurso mais famoso, em uma reunião de generais da SS na cidade de Poznan.

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Ele justificou o genocídio dos judeus na Europa com as seguintes palavras: “Aqui diante de vocês, eu quero tratar explicitamente de um assunto muito sério... Quero dizer aqui... a aniquilação do povo judeu... Muitos de vocês saberão o que isso significa quando houver 100 corpos deitados um ao lado do outro, ou 500 ou 1 mil... Essa página de glória em nossa história nunca foi escrita e nunca será escrita... Nós temos o direito moral, nós somos obrigados para com nosso povo a matar as pessoas que queriam nos matar”.

Para esse fim, Himmler formou o Einsatzgruppen (grupo de intervenção, em alemão) e ordenou a construção dos campos de extermínio. Junto a Adolf Eichmann e Reinhard Heydrich, ele supervisionou o assassinato de 6 milhões de judeus, entre 200 mil e 500 mil ciganos, além de integrantes de várias outras etnias.

Ele foi capturado em 1945, tentando se passar por um policial alemão, e teve marcada a data de seu julgamento por crimes de guerra, mas se suicidou engolindo uma pílula de cianeto antes de ser interrogado.

*Publicada originalmente em 14/03/2015.

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