Artes/cultura
25/04/2015 às 06:47•2 min de leitura
O mel é um alimento com diversos benefícios para o corpo. Ele fortalece o sistema imunológico, auxilia o processo de digestão, tem propriedades cicatrizantes e ação expectorante que auxilia em casos de tosse e infecções de garganta. Além disso, é uma delícia que pode ser utilizada em diversas receitas.
Porém, uma das mais impressionantes propriedades do mel é a sua durabilidade. Entre alguns artefatos encontrados em tumbas antigas estavam potes que continham o líquido viscoso produzido pelas abelhas. O alimento estava perfeitamente preservado, apesar de ter milhares de anos. Você sabe por que isso acontece?
Um dos fatores que contribui para o mel não estragar é a sua composição química. Em seu estado natural, o líquido viscoso tem muito açúcar e pouca concentração de água. Esse ambiente não é propício para que bactérias e outros micro-organismos sobrevivam. Sem isso para contaminar o mel, ele não estraga.
Além disso, tem o fator da acidez da iguaria produzida pelas abelhas. Apesar do gosto ser doce, ele tem um pH entre 3 e 4,5, e isso impede que praticamente qualquer forma de vida microscópica cresça ali.
Porém, esses fatores acontecem devido a um vetor presente na natureza que pode ser considerado o verdadeiro responsável pela conservação do mel: as abelhas. Para começar, elas conseguem tirar boa parte da água presente no néctar ao baterem as asas, e isso já ajuda bastante na conservação do alimento.
Além disso, para transformar a matéria-prima nesse líquido dourado tão apreciado, os insetos secretam enzimas. Uma delas, a glicose oxidase, ao entrar em contato com o néctar, quebra as moléculas em dois subprodutos: ácido glicônico, que cria o ambiente ácido, e peróxido de hidrogênio, que tem propriedades antibacterianas.
Mel puro, não misturado com melaço de cana ou glucose de milho, dura bastante enquanto estiver protegido do calor, da luz e da umidade. Porém, às vezes é difícil manter isso por um longo período de tempo. Por isso, a legislação brasileira estabelece uma data de validade de dois anos para o produto.
Aquele lacre que normalmente existe em potes de mel comprados em supermercados é para garantir justamente que o líquido não absorva umidade e possa estragar. Após o romper a proteção que impede que a concentração de água aumente, o produto pode sim se deteriorar, apesar de ainda demorar mais que a média dos outros alimentos da sua cozinha.
Ah! E o mel cristalizado não está necessariamente estragado. Se ele estiver com o lacre intacto e não for misturado com outros produtos, ele ainda deve estar próprio para o consumo. Aquecer lentamente em banho maria pode resolver o problema.
Porém, atenção: apesar de todas as propriedades maravilhosas do mel, ele não é recomendado para diabéticos, por motivos óbvios relacionados à concentração de açúcar no produto.
Além disso, por conta do risco de o alimento conter esporos do Clostridium botulinum, bactéria causadora do botulismo, bebês com menos de um ano de idade também devem evitar o consumo. Esses esporos não são um risco para adultos ou crianças maiorzinhas, que já têm o trato intestinal mais desenvolvido.
Então, mesmo que esteja com o lacre e dentro do prazo de validade, é melhor esperar um pouco antes de oferecer este incrível líquido dourado para o seu pequeno.