Artes/cultura
24/04/2024 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 24/04/2024 às 18:00
O planeta Terra já presenciou cinco eventos de extinção em massa ao longo de sua história, cada um dizimando pelo menos 75% das espécies existentes. Agora, muitos cientistas acreditam que estamos no meio da sexta onda de morte global, com taxas de extinção sem precedentes impulsionadas pelas atividades humanas.
Desde a origem da vida na Terra, todas as extinções que assolaram o planeta foram por motivos alheios aos próprios habitantes e levaram muito tempo para acontecer (uma média de 2,8 milhões de anos, segundo os especialistas).
Agora, podemos estar diante de uma nova eliminação em massa e, desta vez, somos os principais responsáveis.
Antes de mais nada, é preciso dizer que há cientistas que defendem que estamos longe de uma extinção em massa, pois os dados apontam para a perda de cerca de 13% da vida no planeta (de 1500 até o momento), algo bem distante dos 75% necessários para se dizer que estamos num processo global de extinção.
Contudo, outros pesquisadores são bem mais pessimistas e dizem que já demos o "pontapé inicial" que nos levará à aniquilação. Eles afirmam que, em apenas cinco séculos, fizemos desaparecer tantos grupos que levaria 18 mil anos para isso acontecer naturalmente. É como se estivéssemos cortando a árvore da vida com uma motosserra.
Para esses cientistas, os sinais são claros e alarmantes. Um estudo recente analisou dados de mais de 71 mil espécies animais em todo o mundo e chegou a uma conclusão assustadora: estamos perdendo a biodiversidade a uma velocidade alarmante. Essa perda não é apenas uma questão de números, mas sim uma crise que afeta diretamente a saúde do nosso planeta e, por consequência, a nossa própria sobrevivência.
A atividade humana desenfreada, desde a conversão massiva de terras para agricultura até a exploração insustentável dos recursos naturais, está empurrando inúmeras espécies para o precipício da extinção.
A agricultura, por exemplo, é responsável por 90% do desmatamento global e consome 70% da água doce do planeta, destruindo habitats e levando à perda irreparável de biodiversidade.
Com essa dinâmica, não estamos apenas perdendo algumas espécies aqui e ali; estamos perdendo grupos inteiros de animais. E isso é muito grave.
A gravidade reside no fato de que as espécies não existem isoladamente. Elas estão interligadas em intricados ecossistemas, onde cada uma desempenha um papel fundamental. Quando uma espécie desaparece, todo o ecossistema pode entrar em colapso, afetando desde a qualidade do ar que respiramos até a produção de alimentos essenciais para nossa sobrevivência.
A morte de grupos de animais pode desencadear problemas em efeito dominó. Por exemplo, a extinção dos pombos-passageiros levou a um aumento das populações de ratos, o que, por sua vez, aumentou os casos de doença de Lyme em humanos.
Num outro caso, havia uma espécie de rã que criava seus girinos no próprio estômago. Imagina o que poderíamos aprender com isso sobre a nossa própria fisiologia! Mas agora essa oportunidade se foi.
E diante de todas as ações nocivas da humanidade, as consequências são evidentes. Secas mais severas, tempestades intensas e alterações climáticas descontroladas são apenas alguns dos sinais de alerta que o nosso planeta nos envia.
Se não agirmos agora, as perdas de biodiversidade serão irreversíveis, levando décadas para serem corrigidas — se é que podemos corrigi-las.