Artes/cultura
31/10/2012 às 10:46•4 min de leitura
(Fonte da imagem: ShutterStock)
Durante o Halloween, os moradores dos Estados Unidos costumam distribuir doces para as crianças fantasiadas que batem de porta em porta ameaçando praticar alguma travessura caso a gostosura não seja entregue.
Apesar de toda a decoração assustadora — que neste ano até chegou a usar trilha sonora de pop coreano —, precisamos concordar que jujubas, pirulitos e chocolates não são o tipo de alimento que esperaríamos ver sendo consumido por vampiros, mortos-vivos, lobisomens e outros monstros.
Enquanto isso, comidas verdadeiramente assustadoras são comercializadas e apreciadas diariamente em outros locais do mundo com a maior naturalidade — e muitas vezes esses países nem sequer comemoram o Dia das Bruxas. Para comprovar essa ironia, listamos abaixo alguns dos pratos mais estranhos e assustadores que você pode encontrar por aí.
E prepare-se: além do espírito de aventura, o leitor ou turista também deve ter estômago forte para provar essas iguarias.
Morcegos são um dos símbolos do Dia das Bruxas, mas isso não impede que eles sejam consumidos no Vietnã. Esse mamífero alado é encontrado em abundância nas cavernas do país e, também, nos carrinhos de guloseimas e restaurantes da região. Seja servido na forma de guisado ou de churrasco, uma coisa é certa: o corpo do bichinho requer certa preparação antes de virar comida.
Santa refeição, Batman! (Fonte da imagem: TickTab)
Normalmente, a pelagem do morcego é queimada, enquanto a cabeça e as asas são removidas. Depois disso, a carne do bichinho pode ser cortada em pedaços, que serão cozidos ou fritos. Já os morcegos menores são grelhados e comidos inteiramente, incluindo os pequenos ossos do esqueleto do animal. O cheiro é bastante forte e o chefe de cozinha pode disfarçá-lo com alho e molho apimentado.
Essa é para os vampiros de plantão: salsichas feitas com sangue de porco ou vaca cozido com um pouco de gordura até que atinja o ponto de coagulação. A especiaria é servida na França, Irlanda, Grã-Bretanha, Alemanha e alguns países da América Latina, como o Brasil. Lembre-se também de que, muitas vezes, o invólucro das salsichas é feito a partir dos intestinos dos animais abatidos.
Na Alemanha, essa salsicha é chamada de Blutwürst (Fonte da imagem: Archfelder Wursthof)
De acordo com o site Gourmet, os fãs desse alimento dizem que ele possui um sabor parecido com o de uma salsicha comum. Porém, muitas vezes ele tem gosto forte e ferroso, similar ao que sentimos quando cortamos a língua ou machucamos a gengiva com fio dental.
Servido no Peru e no Equador, esse é um prato muito tradicional e que faz parte da cultura peruana. Chamado de Cuy, ele é servido em ocasiões especiais e, normalmente, o porquinho-da-índia é assado ou grelhado. O tamanho do animal, que costuma ser pequeno e gordinho, é ideal para que caiba inteiro em um prato.
Dizem que os porquinhos-da-índia são parentes dos coelhos e, portanto, sua carne possui sabor semelhante ao desse outro roedor, que costuma ser apreciado em algumas regiões do Brasil.
Quem come as deliciosas e coloridas gelatinas muitas vezes não percebe que, por trás do aroma e sabor artificial de morango, limão e até abacaxi, se esconde uma matéria-prima que, a princípio, nada tem de atraente: cascos, ossos, pele e ligamentos de bois e porcos.
Gelatinas são feitas de ossos de boi e pele de porco (Fonte da imagem: Wikipedia)
Esses pedaços de animais passam por um processo de derretimento em ácido e, depois, são cozidos. O produto resultante é então misturado com água, açúcar e corantes — mas depois de ser levado à geladeira por alguns minutos, nem sequer nos lembramos que esse doce tão festivo contém ossos derretidos.
Em Cambodia, uma das comidas que mais dão água na boca das pessoas é a tarântula frita: crocante por fora, cremosa por dentro. As pernas costumam ficar bem sequinhas e servem de aperitivo, enquanto o corpo, depois de frito, se torna suculento e um pouco viscoso.
O hábito de comer tarântulas começou por questão de sobrevivência, já que o animal possui muita proteína. Hoje, a especiaria continua sendo vendida pelo seu valor nutritivo, mas também pelo choque visual que o alimento oferece. Além disso, esse é um dos atrativos para quem desembarca no país procurando por algo “exótico” para comer.
Além de ser o país do clássico "O Médico e o Monstro", a Escócia também é famosa por outra obra bastante assustadora, mas no campo da gastronomia: o Haggis, como é conhecido o prato, é composto de coração, pulmões e fígado de ovelhas cozidos dentro do estômago do próprio animal.
Que tal um pedaço de Haggis para o jantar de hoje? (Fonte da imagem: Jonathunder/Wikipedia)
Depois de cozinhar por três horas, o alimento é cortado com uma faca, proporcionando um espetáculo gastronômico de deixar muitas pessoas "sem estômago": as entranhas se derramam na tigela como uma espécie de virado de órgãos frescos.
Todo mundo conhece a fama dos cowboys texanos. Mas o que muitos não imaginam é que na cidade de Sweetwater acontece um festival gastronômico pouco comum. Estamos falando do Rattlesnake Round-Up, uma feira famosa por vender pedaços fritos de cobra cascavel, junto com um molho para acompanhar o aperitivo.
Preparar esse lanchinho é trabalhoso. Primeiro, deve-se decapitar a cobra, já que o veneno está localizado na cabeça. Depois, o corpo da cascavel é pendurado para secar por pelo menos uma hora. Terminada essa etapa, pedaços da carne sem pele do réptil são embebidos em leite por um bom tempo e, depois, passados na farinha de milho antes de serem fritos. E como não poderia deixar de ser, durante o festival há uma competição para ver quem come mais cascavel.
Ultimamente, a Coreia do Sul tem sido destaque no Tecmundo e outros sites por causa das versões inspiradas em “Gangnam Style”, música do rapper Psy que tem tocado em todo canto. Mas o país também é famoso por um prato nada convencional: pedaços de fihotes de polvo cortados vivos.
Conhecida como Sannakji, a refeição é bastante impressionante e, no vídeo acima, é possível conferir como os pedaços de polvo continuam a se mexer na frente do cliente. De acordo com o site Gourmet, é necessário mastigar bastante o polvo antes de engoli-lo, para evitar que as ventosas grudem no esôfago e causem dor. Os pequenos cefalópodes são servidos com óleo e semente de gergelim.
Para fechar a lista, temos o Balut, um prato servido nas Filipinas e que consiste de embriões de patos ou de galinhas que ainda não se encontram totalmente formados, servidos dentro de seus próprios ovos aquecidos.
Balut, embrião de galinha ou de pato servido nas Filipinas (Fonte da imagem: Wikipedia)
Se um dia for experimentar essa “delícia”, tente não ser fraco e fazer cara de nojo ao mastigar pedaços de ossos, bicos, olhos e penas mal-formados, pois o Balut é um dos alimentos favoritos dos filipinos. E você não quer destratar a cultura alheia, certo?
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Quem desejar também pode finalizar uma dessas refeições com uma xícara do café mais caro do mundo, que é produzido a partir das fezes de animais.