Artes/cultura
05/12/2015 às 10:34•2 min de leitura
Várias culturas têm se alimentado de insetos ao longo da história, e mesmo hoje eles ainda são muito apreciados em algumas partes do mundo. Em Oaxaca, no México, gafanhotos apimentados são um tira-gosto muito comum em bares; bife frito com formigas é um prato tradicional no Camboja, e os aborígenes australianos têm se alimentado de larvas retiradas de troncos podres há muitas gerações.
Os insetos são uma excelente fonte de proteínas e que precisam de uma área dedicada para a sua criação centenas de vezes menor do que para o gado bovino, por exemplo. Abaixo apresentaremos uma lista com alguns produtos que levam insetos em sua formulação e até mesmo algumas formas de cultivá-los em casa, para os mais entusiastas.
A organização Nordic Food Lab, sediada em Copenhague, se dedica a explorar formas alternativas de combinar comida e ciência. Ela se juntou a uma microdestilaria britânica para desenvolver o Anty Gin (Gim Formigoso, em tradução livre), e cada garrafa da bebida contém a essência de 62 formigas vermelhas.
Esses insetos produzem ácido fórmico, que tem um gosto semelhante ao de vinagre e limão, que, combinado com outras ervas e bagas de frutas, dá um sabor único à bebida. Ela é comercializada por US$ 317 (cerca de R$ 1,2 mil).
A companhia sul-africana AgriProtein construiu uma fábrica inteira apenas para realizar o que eles chamas de “reciclagem de nutrientes”, que basicamente é alimentar larvas de moscas com restos de alimento.
Essas larvas, após atingirem o tamanho ideal, são processadas em uma pasta com alto teor de proteínas, que pode servir para alimentar frangos, peixes e porcos, e tem um custo de produção muito mais baixo do que outros alimentos utilizados hoje em dia.
Os grilos são muito usados na produção de comida porque podem ser transformados facilmente em uma espécie de farinha com sabor neutro e alto teor proteico. Diversas companhias oferecem farinha de grilo para quem costuma cozinhar em casa ou vendem produtos feitos com esse ingrediente em sua formulação.
Bitty Foods, uma companhia alimentícia com sede em São Francisco, na Califórnia, vende cookies feitos com grilo em diversos sabores, como cacau-chai e laranja-gengibre. A empresa Cricket Flours, em Portland, produz diversos sabores de farinha feita com o inseto, como chocolate e manteiga de amendoim, por exemplo, assim como proteína de grilo em pó e mingau de aveia instantâneo feito com grilo.
A companhia nova-iorquina Exo produz barras energéticas feitas com proteína do inseto e usa como slogan a frase “Grilos são a nova couve”.
Com a colmeia da empresa Livin Farms, qualquer pessoa pode manter uma criação de larvas em casa. O utensílio, que parece um pequeno organizador, separa os animais de acordo com seu estágio evolutivo, e um criador dedicado consegue extrair até 500 gramas de larvas por semana.
Na gaveta do topo da Colmeia ficam as pupas. Elas se transformam em besouros e põem ovos, que caem pelo piso furado para o próximo compartimento, onde eclodem e viram pequenas larvas. Quando elas crescem até um tamanho razoável (cerca de 3 cm), são transferidas manualmente para a próxima gaveta, onde algumas se transformarão em pulpa. Estas são transferidas para a primeira gaveta, recomeçando o ciclo.
Basta alimentar as larvas uma vez por semana com lascas de vegetais e colher as que estiverem mais desenvolvidas. De acordo com os produtores, a carne de larva tem um gosto de castanha e é excelente para fazer tira-gostos e hambúrgueres.
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