Ciência
07/01/2015 às 07:42•3 min de leitura
Você deve conhecer uma porção de histórias de pessoas que tiveram reações completamente impensáveis — e até heroicas — em situações críticas, não é mesmo? Pois hoje você vai aumentar o seu repertório de façanhas insanas com o caso que vamos contar a seguir.
O acontecido envolveu um suboficial nepalês de 31 anos de idade — e apenas 1,70 metro de altura — chamado Dipprasad Pun. Ele é descendente de uma longa linhagem de soldados Gurkha que vem servindo a coroa britânica desde antes da Segunda Guerra Mundial. E um belo dia...
Tudo aconteceu em uma fria tarde de setembro de 2010, enquanto Pun, do regimento Royal Gurkha Rifles — que faz parte do Exército Britânico, cujos soldados são recrutados no Nepal —, fazia guarda com outros três companheiros em um edifício de dois andares localizado em algum lugar dos arredores de Babaji, na província de Helmand, no Afeganistão.
O grupo, sem muito o que fazer, provavelmente jogava baralho para matar o tempo quando Pun ouviu um animal — possivelmente um burro — fazendo escândalo próximo ao posto onde ele se encontrava com os colegas. Intrigado com o motivo de o animal estar zurrando, o oficial decidiu olhar pela janela e... eis que ele avistou dois homens no meio da estrada montando um dispositivo suspeito.
Então, sozinho, Pun subiu rapidamente até o telhado do edifício para ter uma visão melhor da atividade dos homens e, depois de gritar lá de cima pedindo que se identificassem, a resposta veio na forma de uma saraivada de balas. Como se não bastasse, mais de 30 talibãs “brotaram” do nada e se juntam aos dois amigos na estradinha e se lançam na missão de aniquilar o franzino soldado nepalês.
E sabe o que Pun fez? Em vez de chamar os companheiros, buscar um esconderijo seguro, se render aos inimigos ou rezar para que um milagre divino ocorresse, o soldado incorporou o Chuck Norris e decidiu que, já que ia morrer mesmo, arrastaria a maior quantidade de inimigos que pudesse com ele para o inferno!
O soldado deu uma olhada ao seu redor, agarrou uma metralhadora que se encontrava montada em um tripé no telhado e começou a descarregar a munição em todas as direções enlouquecidamente. Cercado pelos talibãs abaixo — que empunhavam armas automáticas e lançadores de explosivos —, Pun manteve sua metralhadora cuspindo fogo por cerca de 15 minutos, até acabar com a munição. E não pense que o soldado desistiu depois disso!
Após disparar aproximadamente 400 balas contra os inimigos, Pun desembestou a lançar granadas — dezessete no total — edifício abaixo, fazendo com que o terreno ao redor do posto ficasse parecendo um queijo suíço. Não satisfeito, depois de explodir tudo o que podia com as granadas, o soldado pegou seu rifle de serviço e continuou mandando bala. E não é que um dos talibãs resolveu escalar o prédio para tentar acabar com o nepalês insano?
Quando Pun deu de cara com o inimigo maluco — ou muito corajoso, dependendo do ponto de vista — empunhando sua AK-47, ele não pensou duas vezes antes de puxar o gatilho. E click... o rifle falhou! Pois, ainda assim, o soldado não se deu por vencido e pegou o tripé da metralhadora que estava jogado por ali e o arremessou contra a cara do talibã com toda a força que tinha, fazendo o infeliz perder o equilíbrio e se esborrachar prédio abaixo.
Para finalizar seu momento de loucura balística e despachar o resto dos inimigos para o além — se é que a esta altura ainda havia sobrado alguém vivo! —, Pun também detonou uma mina. A única arma que o nepalês não usou no ataque foi sua Kukri, a tradicional faca que os soldados Gurkha carregam consigo, pois não estava com ela quando resolveu subir ao telhado do posto de vigilância.
Depois de se livrar sozinho de mais de 30 talibãs e frustrar um possível ataque a bomba em uma estrada do Afeganistão, o nepalês simplesmente sacodiu a poeira, esperou o cheiro de pólvora baixar e ficou de boa até que reforços aparecem.
Quanto aos companheiros de Pun, só Deus sabe o que os três ficaram fazendo durante todo esse tempo, mas o nepalês saiu completamente ileso dessa história maluca. Ele ainda recebeu a “Cruz de Bravura Notável”, a segunda maior condecoração militar — vindo apenas depois da “Cruz Vitória” — concedida pelo Exército Britânico das mãos da própria Rainha Elizabeth, como você pode comprovar na imagem abaixo:
E aí, caro leitor, o que você achou da incrível história de Dipprasad Pun? Você acha que ele simplesmente enlouqueceu ou acredita que o soldado tem sangue de barata e realmente foi absurdamente corajoso? Não deixe de compartilhar a sua opinião conosco nos comentários.