Ciência
13/05/2018 às 04:01•4 min de leitura
Sem tirar o mérito da maioria das mamães do mundo, que são sempre as guerreiras da luta diária, as mulheres de quem vamos falar a seguir se destacaram em suas épocas pelas suas trajetórias em conjunto com a maternidade.
Uma coisa é certa: todas elas queriam o melhor para os seus filhos, mesmo que isso custasse a vida de uma ou várias pessoas. Algumas não precisaram chegar aos extremos e, além do amor incondicional aos filhos, também fizeram valer a sua importância na História (e na vida de seus rebentos) de forma pacífica e justa.
Wu Zetian foi a única mulher ao subir ao trono e governar soberana na China. Ela nasceu em uma família de comerciantes nos últimos dias do reinado do primeiro imperador Tang. Ela era uma criança teimosa que rejeitava os costumes das mulheres tradicionais, preferindo ler e aprender sobre política. Quando era adolescente, ela se tornou concubina em um harém, servindo o atual imperador Tang Taizong e também o filho dele.
Nessa época, ela deu à luz a uma menina, que foi morta por estrangulamento e Wu acusou a imperatriz (então esposa de Tang) pelo assassinato do bebê, embora muitos historiadores acreditem que tenha sido Wu que matou a própria filha para incriminar a imperatriz. A imperatriz foi finalmente deposta, o que abriu o caminho para Wu para ascender como consorte do imperador.
Anos depois, ela deu à luz a um menino e começou a trabalhar para eliminar rivais de forma cruel e calculista. Depois, seu filho foi nomeado herdeiro do trono, quando o imperador começou a adoecer. Nesse período, Wu Zetian estava cada vez mais encarregada de tomar decisões políticas no lugar do seu marido. Isto irritou muitas pessoas próximas e uma série de conflitos começou a acontecer na corte.
Após a morte do imperador, mais dois imperadores sucederam o trono, porém sem grande destaque, pois Wu já comandava tudo de certa forma. Foi quando ela finalmente resolveu tomar o poder absoluto em 690, tornando-se a primeira e única imperatriz soberana da China. Ela governou até os 80 anos de idade, quando foi forçada a abdicar ao trono em fevereiro de 705, cedendo lugar ao seu filho, o imperador Zhongzong, que restaurou a dinastia Tang.
Com apenas 14 anos de idade, a italiana Catarina de Médici se casou com o então príncipe Henrique II da França (também com a mesma idade), porém a vida no reino não era nada fácil. Ela foi a rainha consorte no período de 1547 (quando Henrique ascendeu ao trono) a 1559, mas uma vida conjugal sofrida.
Tudo porque ao longo de seu reinado, Henrique não permitia que Catarina participasse dos assuntos do reinado. Em vez dela, o rei favorecia a sua principal amante, Diana de Poitiers, que tinha grande influência sobre ele. Mesmo assim, Catarina teve várias gestações, sendo que a primeira foi após 10 anos de seu casamento, com 24 anos. De 10 crianças, apenas sete sobreviveram, sendo que três de seus meninos se tornaram reis da França.
Quando o seu marido, Henrique, morreu, um de seus filhos (Francisco II) tornou-se rei com a idade de 15 anos, mas morreu apenas um ano depois. O fato trágico levou o outro filho de 10 anos de idade, Carlos IX, ao trono, promovendo Catarina como regente. Ela governou uma França dividida pela guerra civil e religiosa, fazendo o que podia para manter a sua família unida.
Em 1572, o católico Charles IX ordenou um golpe que culminou em no sangrento Massacre do Dia de São Bartolomeu, que acabou por afetar a reputação de Catarina como traiçoeira e conspiradora. No entanto, ela continuou a ser uma poderosa conselheira do rei seguinte, seu outro filho Henrique III.
Alexandre, o Grande, foi um dos líderes militares mais bem-sucedidos de todos os tempos, garantindo um império que se estendia desde o Mediterrâneo até as montanhas do Himalaia, sendo o maior e mais rico que já existiu. E, ao que parece, “Alex” pode ter herdado boa parte de sua audácia de sua própria mãe, Olímpia.
Ela foi a quarta esposa do pai de Alexandre (o rei Filipe II) e não era lá aquela mãezona tradicional, sendo uma fiel mística e adoradora do deus Dionísio. Mesmo assim, criava o seu filho com grande devoção, nomeando-o como um legítimo deus aos olhos dos súditos.
Quando o pai de Alexandre se casou com outra mulher, uma macedônica do povo chamada Cleópatra (não a mesma que se tornou rainha do Egito), Olímpia foi para um exílio voluntário e só voltou depois que seu marido foi assassinado — um evento que alguns historiadores atribuem a mando dela.
Além disso, ela não deixou por menos o reinado de sua rival e assassinou Cleópatra Eurídice (o segundo nome foi dado pelo rei Filipe), e os filhos dela Caranus e Europa, ajudando a garantir a sucessão de seu próprio filho ao trono. Olímpia também foi acusada de mandar matar outro filho de Filipe II, Filipe III (meio irmão de Alexandre), que assumiu o trono após a morte de Alexandre na Babilônia. Sete anos mais tarde, ela foi capturada pelo exército de Cassandro e condenada à morte.
Cleópatra foi mãe de quatro filhos, sendo três de Marco Antônio e um de Júlio Cesar. Parte de sua influência política em Roma se deu por causa desses laços de sangue com os imperadores, o que lhe permitiu ainda mais liberdade para liderar o seu próprio reinado no Egito.
Cleópatra nasceu em 69 a.C.. Quando seu pai Ptolomeu XII morreu em 51 a.C., ela tornou-se regente com seu irmão Ptolomeu XIII de apenas 10 anos de idade. Eles se casaram de acordo com a tradição egípcia, mas por influências de outras pessoas seu irmão a expulsou do reino e ela foi para Síria. No entanto, ela retornou com um pequeno exército para lutar contra ele, quando houve a queda de Pompeu e a tomada de Alexandria por Júlio Cesar.
Como não era nada boba e tinha uma clara “visão de negócios”, Cleópatra seduziu Júlio César e eles se tornaram amantes. Cléo foi nomeada novamente como rainha com o apoio militar romano e, em 47 a.C., ela deu à luz uma criança de César, o menino Cesário. Depois disso, a rainha parte para Roma com César, mas depois de seu assassinato em 44 a.C. , ela retorna ao Egito.
Em 41 a.C., Cléo conhece Marco Antônio e começa uma aliança política e romântica com ela. Sem perder tempo, a rainha garantiu a linhagem da família e da união, nasceram três filhos, um casal de gêmeos e mais um menino. No entanto, após um conflito que derrubou o reinado e Otaviano tomar Alexandria, Marco Antônio e Cleópatra se suicidam em 30 a.C. Seus filhos foram poupados do ataque de Otaviano.
*Publicado originalmente em 06/05/2014.