Ciência
13/10/2017 às 11:00•2 min de leitura
Entre os anos de 1618 e 1648, aconteceu a chamada Guerra dos Trinta Anos, uma disputa por conta das reformas protestantes que aconteciam na época e que envolveram uma série de países. Ela chegou ao fim, oficialmente, apenas em 1659, com a assinatura do Tratado dos Pirineus, entre a França e a Espanha, que também ajudou a definir as fronteiras entre os dois países.
Como é costume em vários lugares, o curso de um rio foi determinante para essa demarcação. Nesse caso específico, foi usado o traçado do rio Bidassoa, que deságua no Golfo da Biscaia. O Tratado dos Pirineus foi assinado na Ilha dos Faisões, uma pequenina ilha bem no meio do rio, inabitada, com 215 metros de comprimento e 38 metros de largura.
Ilha dos Faisões possui domínio intercalado
Como essa ilha fica bem no meio, ela também deveria ser dividida na metade entre os dois países, mas não foi isso que aconteceu. Durante 6 meses do ano, ela é administrada pela França; depois desse período, passa a ser da Espanha, onde “permanece” também por 6 meses! E o mais curioso é que, antes da assinatura do tratado, ela não pertencia a ninguém! Como era um território neutro, espanhóis e franceses a usavam como um porto seguro para troca de prisioneiros de guerra.
Outros grandes eventos diplomáticos também aconteceram na Ilha dos Faisões: foi lá que o rei francês Luís XIII conheceu a noiva espanhola Ana da Áustria, cujo irmão Filipe IV se interessava pela irmã do rei da França! Depois, foi a vez de o filho de Luís XIII, o Luís XIV, conhecer sua noiva espanhola, chamada Maria Teresa. Que salada familiar!
Assinatura do Tratado dos Pirineus
Hoje em dia, os visitantes só podem ver a Ilha dos Faisões de um barco que passa a pouco mais de 100 metros dela, mas não são permitidas visitas. Apenas os responsáveis pela manutenção e limpeza da ilha – ora da França, ora da Espanha –, além de comandos navais dos dois países, possuem autorização para pôr seus pés ali.
Por fim: não existem faisões na ilha.