Ciência
14/02/2018 às 12:00•2 min de leitura
Roma é uma das cidades mais velhas do planeta, tendo sido fundada por volta de 753 a.C. E apesar de ser mundialmente famosa por construções antigas como o Coliseu, a Fontana di Trevi e a Ponte Sant’Angelo, a capital italiana também tem ainda preservado um sistema de esgoto — considerado um dos mais antigos do mundo.
A Cloaca Maxima — em português, o “Grande Esgoto” — foi construída na Antiga Roma por volta de 600 a.C., a pedido do rei romano Tarquinius Priscus. O objetivo inicial era apenas drenar os pântanos de uma das maiores cidades da época, então ele foi mantido inicialmente como um canal aberto.
A drenagem abriu espaço para a construção do famoso Fórum Romano, uma espécie de praça retangular usada como o centro da vida pública romana, onde aconteciam cerimônias, eleições, processos, discursos, discussões e confrontos entre gladiadores.
Levou alguns anos para que os romanos cobrissem o canal e o transformassem em um sistema de esgoto para a cidade. Trabalhar no projeto não era nada fácil: a mão de obra era semiescrava e, segundo Plínio, o Velho — que escreveu sobre o sistema em 77 d.C. —, muitos dos trabalhadores preferiram se suicidar para escapar do longo e extenuante trabalho.
Entretanto, segundo ele, mesmo com as vidas perdidas o trabalho parece ter valido a pena. “O chão é abalado por tremores de terra, mas, apesar de tudo, durante 700 anos, desde o tempo de Tarquinius Priscus, os canais permaneceram quase indestrutíveis”.
Talvez o fato mais surpreendente sobre a Cloaca Maxima é que ela ainda está funcionando, embora com uma redução significativa de uso. Porém, o canal de esgoto parece estar severamente comprometido.
Uma autoridade local arqueológica resolveu investigar a infraestrutura usando um robô anfíbio, que descobriu obstruções e estruturas comprometidas. Elas podem levar a danos irreparáveis ao sistema de esgoto ou algo ainda pior: enchentes que podem colocar vidas em risco.