Artes/cultura
24/03/2021 às 08:47•2 min de leitura
Um gigantesco navio porta-contêiner encalhou nesta quarta-feira (24), no Canal de Suez, no Egito, após ser atingido por uma forte rajada de vento, bloqueando uma das principais rotas de abastecimento mundial, entre o mar Vermelho e o mar Mediterrâneo, e causando um grande congestionamento naval na península do Sinai. Oito barcos menores tentaram rebocar o cargueiro.
Fonte: Suez Canal Authority/Reuters/Reprodução
O navio, chamado Ever Given, tem 220 mil toneladas, 400 metros de comprimento por 59 metros de altura (quase o tamanho do Empire State Building em Nova Iorque), dimensões que permitem classificá-lo como um meganavio. A embarcação pertence à empresa de leasing japonesa Shoei Kisen, e opera atualmente a serviço do conglomerado taiwanês Evergreen Group.
Construído em 2018, o meganavio tinha como destino o porto de Rotterdam, na Holanda, quando a forte ventania o fez encalhar em uma das margens do canal. Segundo o The New York Times, mais de uma centena de navios ficaram em um congestionamento em cada extremidade do canal de quase 200 quilômetros.
Navios no "congestionamento" (Fonte: Platts cFlow/Reprodução)
Falando ao The Times, o fundador do site de notícias sobre ocorrências marítimas gCapitan, John Konrad, explicou que cerca de 90% de todas as mercadorias do mundo são transportadas em navios, o que significa que o acidente "não poderia ter ocorrido em um lugar pior, e o momento é péssimo também", possivelmente referindo-se à pandemia.
Como o Suez representa um importante gargalo estratégico no sentido leste-oeste, entre os navios retidos deverão estar petroleiros responsáveis pelo transporte de cerca de um décimo do consumo mundial de petróleo em um dia, segundo a pesquisa de mercado Kpler. Sem contar as demais cargas com prazos estipulados para entrega.
Fonte: ANP/Reprodução
"Um enxame de rebocadores" trabalham, segundo a CNN, nas tentativas de restaurar a navegabilidade do canal, e as autoridades egípcias esperam desencalhar o navio "dentro de horas", embora analistas temam que a operação possa levar mais tempo.
Porém, se o navio não for libertado em alguns dias, o fechamento do canal poderá representar mais uma tragédia para a já combalida indústria naval dentro do cenário da pandemia. Para nós, consumidores, isso poderá significar, atrasos, falta de produtos e mercadorias nos mercados e um consequente aumento de preços.