Artes/cultura
09/03/2024 às 15:00•3 min de leituraAtualizado em 18/03/2024 às 19:13
A diversidade da vida selvagem vai muito além do que os olhos podem ver. Um grande exemplo disso é a grande quantidade de animais com relacionamentos "queer" sendo revelados nos últimos anos.
O palavra "queer" é de origem inglesa e é usada para descrever pessoas que não se enquadram na visão tradicional de gênero e sexualidade. Ultimamente, a ciência vem se aprofundando no assunto e mostrando que essa ocorrência é também comum na natureza, mais do que podíamos imaginar, tanto que mais de 1500 espécies de animais já foram identificadas com esse padrão.
Assim, vamos explorar seis fatos fascinantes sobre animais queers que ilustram a riqueza da biodiversidade em nosso planeta!
No início do século XX, naturalistas observaram comportamentos intrigantes entre pinguins da Antártica, descobrindo que eles, assim como diversos outros animais, não são monogâmicos. As descobertas foram além, mostrando que os pinguins exibiam uma variedade de configurações sexuais, incluindo a bissexualidade.
Além disso, pinguins do mesmo sexo foram observados formando pares e até mesmo criando filhotes juntos, ou cuidando de ovos que haviam sido abandonados, destacando exemplos notáveis de adoção homoparental no reino animal.
Esta revelação desafiou as noções convencionais sobre a monogamia sexual entre animais e abriu portas para estudos posteriores sobre as relações queer na vida selvagem.
Os golfinhos-nariz-de-garrafa são conhecidos por formar laços sociais estáveis, inclusive entre machos. Estes pares de golfinhos machos não apenas viajam juntos pelo oceano, mas também praticam comportamentos sexuais entre si.
Da mesma forma, cientistas já detectaram que chimpanzés machos podem usar o sexo não só para procriar, mas também para conter o estresse e a tensão. Nesse último caso, era comum o sexo entre os machos, às vezes até funcionando como uma forma de se reconciliar após brigas.
A forma de aliança duradoura entre os golfinhos e o aspecto sociossexual dos chimpanzés desafiam as noções tradicionais de relacionamentos no mundo animal e destacam a diversidade dos modos de interação sociais que podem ocorrer.
Os peixes-palhaço são famosos por sua coloração vibrante e pelo fenômeno fascinante da mudança de gênero. Quando a líder fêmea de um cardume de peixes-palhaço morre, o peixe subordinado na hierarquia muda seu gênero para assumir o papel de líder.
E tal mudança não é exclusividade dos peixes-palhaço: aproximadamente 500 espécies de peixes trocam seu gênero durante a vida. Esta adaptação incrível demonstra como a flexibilidade de gênero pode desempenhar um papel vital na dinâmica social e reprodutiva de uma espécie.
As borboletas, conhecidas por sua beleza e graça, também apresentam variações surpreendentes em sua anatomia e comportamento sexual. Algumas borboletas podem ter padrões de asa e de corpo tanto masculinas quanto femininas, desafiando as noções binárias de gênero.
A baleia-branca e o dragão-barbudo são outras espécies de animais que podem ter características de macho e fêmea ao mesmo tempo. Esses ginandromorfos (nome dado aos organismos que possuem características masculinas e femininas), embora raros, destacam a complexidade da sexualidade animal.
As lesmas-banana são hermafroditas simultâneas, o que significa que possuem órgãos sexuais masculinos e femininos capazes de inseminar uns aos outros. Dessa maneira, não há a divisão tradicional de "papel de macho e de fêmea" na reprodução. Cada uma pode desempenhar ambas as funções.
Como se não bastasse, essa espécie tem a capacidade de autofecundação, sem a necessidade que um segundo ser para procriar. Esse poder único de reprodução assexuada demonstra uma adaptabilidade impressionante em sua estratégia reprodutiva.
Em certas espécies de lagartos, como os rabo-de-chicote do Novo México, a reprodução por partenogênese (sem a necessidade de atuação do macho) é predominante, eliminando a necessidade de machos para a reprodução.
Esses lagartos, exclusivamente femininos, desafiam as expectativas tradicionais de reprodução e são exemplos de como a natureza pode encontrar maneiras criativas de perpetuar a vida.