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13/03/2015 às 08:05•2 min de leitura
Há anos os cientistas espaciais vêm buscando por indícios de vida fora da Terra e já encontraram sinais até mesmo em corpos celestes relativamente próximos, como o planeta Marte ou a lua Europa de Júpiter. No entanto, um estudo de um time do Laboratório de Física Atmosférica e Espacial da Universidade de Colorado, nos EUA, aponta para um novo e ainda mais promissor candidato dentro do nosso sistema solar: a gelada Enceladus, lua de Saturno.
O satélite natural se tornou um alvo para a busca por vida desde 2005, quando a espaçonave Cassini observou jatos de vapor-d’água saindo de seu polo sul. Embora a ocorrência tivesse criado a esperança de que houve um oceano abaixo da superfície de Enceladus, a crosta gelada com mais de 40 km de espessura dava poucas evidências de que houvesse qualquer atividade hidrotermal no local.
Recentemente, no entanto, a equipe de cientistas encontrou pequenos grãos de rochas em meio às partículas capturadas pela Cassini, que acreditam terem sido formados por aberturas hidrotermais na lua de Saturno. O grãos possuem entre 2 e 8 nanômetros de raio – pouco maior do que um filete do nosso DNA – e são ricos em silício, algo similar ao que é encontrado na areia e no quartzo aqui da Terra.
De acordo com os autores do estudo, a existência desses grãos só pode ser explicada pelo funcionamento de um sistema hidrotermal ativo em Enceladus. O processo funciona com o aquecimento do oceano interno da lua por conta da sua força gravitacional, que leva a temperatura da água até um mínimo de 90ºC e ajuda a dissolver minerais do núcleo rochoso do corpo celeste.
Quando o líquido contendo esses materiais se aproxima da superfície, ele se esfria e forma cristais de gelo – onde os minerais ficam então presos ao serem ejetados pelas aberturas em direção ao espaço. Uma vez que o material chega ao exterior, o gelo é erodido e os minúsculos grãos de silício ficam livres e podem ser coletados por espaçonaves como a Cassini.
Os pesquisadores passaram quatro anos analisando os dados do veículo espacial e realizando simulações e experimentos para chegar a essas conclusões. “Nós metodicamente buscamos por explicações alternativas, mas cada novo resultado apontava para apenas uma origem mais provável”, afirmou Frank Postberg, um dos autores do estudo.
A notícia é particularmente interessante porque os defensores da evolução acreditam que a vida teve início no planeta Terra justamente por conta da atividade de aberturas hidrotermais similares à da lua de Saturno. Agora que o fato de que a água de Enceladus é aquecida e possui minerais, os ingredientes mais básicos da vida, o satélite natural certamente vai atrair mais atenção dos pesquisadores espaciais.