Artes/cultura
20/11/2018 às 05:00•2 min de leitura
Enquanto alguns cientistas acreditam que o universo terminará em um novo Big Bang, outros acham que o cosmos apenas sucumbirá com o passar do tempo. Agora, a teoria do Big Rip está fazendo com que físicos quebrem a cabeça com a possibilidade de que o universo comece a se rasgar em pedaços.
Grande parte dos especialistas acredita que a quantidade de matéria no universo fará com que a expansão dele desacelere – ou que o cosmos se contraia novamente a um só ponto, o que causaria o suposto novo Big Bang. Mas, se existir energia escura (forma hipotética de energia distribuída pelo espaço) o suficiente no universo, ele poderia continuar expandindo eternamente, ocasionando o Big Rip. O que seria bastante provável, já que os cientistas acreditam que a energia escura compõe cerca de 70% do universo.
De acordo com a teoria, a taxa de expansão do universo deve aumentar com o tempo. É como um carro descendo uma ladeira em alta velocidade, sem qualquer freio. Ou seja: em algum ponto no futuro, a expansão causaria a separação das galáxias e, junto com elas, planetas e até mesmo os átomos, individualmente. Essa separação deixaria o universo completamente desestruturado.
Para que o Big Rip aconteça, é preciso um tipo especifico de energia escura, chamada de phantom energy, ou energia fantasma. Esse tipo de energia está presente quando a razão de pressão da energia escura para a densidade de energia é menor do que -1, o que significa que a pressão da energia escura é maior do que a sua densidade de energia. Isso permitiria a expansão desenfreada do universo, até que ele se rasgue em partes.
A teoria do Big Rip começou a ganhar notoriedade em 2003, quando Robert Caldwell, professor de Física e Astronomia do Dartmouth College publicou um artigo sobre aquilo que ele imaginava para o futuro do universo.
Fonte da imagem: Reprodução/Discovery Enterprise
No material, ele e sua equipe demonstravam o que aconteceria se a razão entre a pressão da energia escura e sua densidade estivesse em cerca de -1,5. Neste caso, o Big Rip aconteceria em aproximadamente 22 bilhões de anos, com a Terra explodindo em 30 minutos antes do final de tudo.
O grande problema é que ainda não sabemos com exatidão a razão entre pressão e densidade da energia escura. De acordo com dados da NASA, o valor correto fica entre -1,1 e 0,14, ou seja, é uma margem de erro grande o bastante para que o Big Rip aconteça – ou não.
No entanto, grande parte dos cosmólogos tem quase certeza de que o valor da equação é inferior a -1. Um estudo recente publicado em uma publicação chinesa aponta que o resultado mais provável seria o de -1,5, valor também defendido na teoria original de Caldwell.
Mas o que aconteceria se a razão for exatamente -1? Neste caso, a equação utilizada para calcular o tempo até o Big Rip simplesmente não pode ser completada, já que o denominador da equação torna-se zero, então, o Big Rip provavelmente não ocorreria.
Obviamente, ninguém ainda conseguiu responder a essa pergunta com exatidão. A matéria não deixaria de existir, mas ficaria dispersa, como os átomos rasgados nos milésimos de segundo finais do Big Rip.
Alguns teóricos afirmam que, se a aceleração for contínua, os átomos poderiam continuar a se disseminar pelo espaço, mas sem a chance de que eles sejam reunidos novamente. Mas a energia escura pode ser bastante surpreendente e não se comportar da maneira como a ciência prevê.
Além disso, existe a remota possibilidade de a razão entre densidade e pressão da energia escura revelar um número totalmente novo. Se supormos algo como -15, isso aceleraria consideravelmente o processo, trazendo o Big Rip para uma data mais próxima: 800 milhões de anos.
*Publicado originalmente em 16/04/2013.
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