Ciência
23/03/2016 às 06:06•3 min de leitura
1 – Trombada galáctica
Como você sabe, uma das vizinhas da Via Láctea é Andrômeda, uma galáxia que se encontra a pouco mais de 2,5 milhões de anos-luz da Terra e que, assim como a nossa galáxia, tem formato espiralado. O que você talvez não saiba é que Andrômeda está se movendo a mais de 400 mil quilômetros por hora em nossa direção — o que significa que um dia ela e a Via Láctea deverão protagonizar uma incrível trombada galáctica.
De acordo com os astrônomos, a força da gravidade é a responsável pela atração mútua entre as duas galáxias, e quando a colisão acontecer, o evento terá duração de um bilhão de anos. Nesse período, a Via Láctea e a Andrômeda primeiro se dirigirão uma contra a outra e, depois, vão se repelir até que, por último, as duas se unirão em um abraço e formarão uma nova galáxia — a “Leitômeda”!
A colisão será espetacular, sem dúvida, e os cientistas estimam que ela deverá acontecer dentro de 4 bilhões de anos, aproximadamente. Como resultado, a nova galáxia provavelmente terá formato elíptico e emitirá um brilho avermelhado, mas provavelmente não provocará a destruição do sistema solar ou do nosso planeta. Após a trombada, a Terra e os demais mundos que formam a nossa vizinhança firmarão nova residência nos limites da nova galáxia.
A maioria de nós não imagina que uma mera nuvem de poeira cósmica possa fazer muito estrago aqui na Terra, certo? No entanto, algumas simulações apontaram que esse material pode ser letal para as formas de vida que habitam o nosso planeta. Segundo os cientistas, caso o sistema solar seja varrido por uma dessas nuvens, ela não bloqueará a luz solar, nem provocará ondas de alergias nos terráqueos.
Em realidade, o problema é que essas nuvens são extremamente densas e, se uma delas passar por nós, ela poderá destruir a heliosfera — região solar que concentra os ventos solares e funciona como uma espécie de escudo de proteção —, nos tornando vulneráveis à ação dos raios cósmicos.
Com isso, todos os seres vivos do nosso planeta ficarão expostos à radiação espacial, sem falar que a nuvem de poeira e gás poderão erodir o oxigênio e outros elementos presentes na atmosfera. E sabe o que é o pior disso tudo? Existe uma dessas nuvens a apenas 4 anos-luz de distância de nós, e isso significa que o sistema solar pode ser atingido por ela dentro de alguns milhares de anos.
Caso você nunca tenha ouvido falar, o Evento Carrington foi a maior tempestade solar geomagnética já registrada na História. Ela aconteceu em 1859, e foi observada pelos astrônomos britânicos Richard Carrington e Richard Hogson, mas, por sorte, na época, os únicos danos de que se tem notícia foram causados aos sistemas de telégrafo. Contudo, se algo da mesma magnitude acontecesse hoje, as consequências seriam desastrosas.
Isso porque uma tempestade solar tão poderosa como o Evento Carrington seria capaz de “fritar” os sistemas de rede elétrica e de comunicação — e você sabe como a sociedade moderna se tornou incrivelmente dependente desses dois itens. Milhões de residências, escritórios, hospitais, fábricas etc., ficariam incomunicáveis e sem energia, e os geradores e sistemas elétricos e de telecomunicações levariam meses para ser reparados ou substituídos.
Durante esse período, além das enormes perdas financeiras, é possível que a humanidade fosse obrigada a enfrentar sérios problemas no abastecimento de comida e medicamentos, e se passariam anos até que a situação voltasse a se normalizar. O mais assustador é que a já Terra escapou de um “repeteco” do Evento Carrington diversas vezes — e os cientistas afirmam que é uma questão de tempo até que uma dessas grandes explosões solares aconteça em nossa direção.
Não pense você que o sistema solar é completamente estável e que não estamos sujeitos a que as coisas mudem (e muito!) por aqui. Na verdade, as forças gravitacionais dos diferentes planetas afetam as órbitas um dos outros e, com o passar do tempo, a nossa vizinhança pode se tornar bem desequilibrada.
Simulações conduzidas por cientistas apontaram que as órbitas dos planetas que compõem o sistema solar deverão sofrer alterações no futuro — e existe uma pequena chance de que um mundo colida contra o outro dentro de alguns bilhões de anos, desencadeando uma espécie de efeito dominó planetário.
Os astrônomos conduziram cerca de 2,5 mil simulações e, dessas, apenas 1% (ufa!) acabaram com grandes perturbações. Em um dos cenários, caso a órbita de Mercúrio continue se alongando, por exemplo, ela pode vir a cruzar com a de Vênus — e os dois planetas poderiam sofrer um encontrão. Como resultado, Mercúrio poderia ser empurrado em direção ao Sol ou chutado para fora do sistema solar, e nenhum desses eventos traria maiores consequências para os demais planetas.
No entanto, se Mercúrio cruzar muito próximo a Júpiter, as forças gravitacionais do gigante gasoso poderiam desestabilizar a sua trajetória e, com isso, a órbita de Marte também seria afetada. Nesse caso, o Planeta Vermelho se aproximaria muito da Terra que, por sua vez, bagunçaria a órbita de Vênus, provocando uma colisão desse planeta contra o nosso. Ainda bem que as simulações revelaram que a possibilidade de isso acontecer é muito, muito pequena!
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