Artes/cultura
01/11/2014 às 07:15•3 min de leitura
Desde os primórdios das primeiras civilizações, os seres humanos sempre lutaram pelos mais variados motivos, sejam políticos, culturais ou religiosos.
Por mais que inúmeras guerras e confrontos tenham moldado o mundo como ele é hoje, existem muitas batalhas que foram um tanto desnecessárias e trouxeram mortes (em alguns casos, nem isso) que poderiam ter sido evitadas, em confrontos que ocorreram por motivos quase banais.
O site Spotniks reuniu algumas dessas batalhas em um artigo com dez das guerras mais bizarras e sem sentido do mundo, sendo que nós trazemos aqui no Mega Curioso sete desses exemplos resumidos para vocês. Confiram logo abaixo:
Esse conflito, digamos assim, não teve nenhum morto. Em 1883, o rei espanhol Alfonso XII visitou Paris e foi insultado e atacado pela população local. O pequeno desentendimento não abalou as relações entre Espanha e França, porém somente os moradores do vilarejo espanhol de Lijar se revoltaram e decidiram declarar guerra ao país vizinho.
Inclusive, com o apoio de 300 moradores, o prefeito da época assinou um documento oficial para declarar o seu rancor e hostilidade aos franceses. Durante 93 anos, não houve qualquer conflito e ninguém foi morto, já que as ameaças foram insignificantes aos franceses, e eles as ignoraram. Somente em 1981 um diplomata francês foi enviado a Lijar para resolver a questão e acabar com o mal entendido.
Quantas vidas humanas vale um barril? Pelo jeito, aproximadamente 2 mil. Esse confronto teve início em 1325 quando os soldados de Modena, no território atual da Itália, invadiram Bologna e roubaram um barril de carvalho. Devido ao roubo, Bologna declarou guerra e enviou um exército para recuperar o tal artigo. Depois de 2 mil pessoas serem mortas, os Modeneses venceram o conflito e permaneceram com o estimado objeto, que até hoje está exposto na Torre do Sino.
Em 1925, um soldado grego ultrapassou a fronteira entre a Bulgária e a Grécia para procurar pelo seu cão perdido. Os solados búlgaros que viram o rapaz cruzar a fronteira não hesitaram e mataram o homem, que só desejava recuperar seu cachorro. Como os dois países não tinham boas relações, o conflito foi declarado. A Grécia pediu pela punição dos responsáveis, e o exército inclusive invadiu a cidade de Petrich, local onde ocorreu o incidente.
A Bulgária pediu intervenção da Liga das Nações, que ficou do lado dos búlgaros. Foram mortos entre 50 e 120 soldados, grande parte sendo composta por cidadãos búlgaros, e o confronto terminou após fortes pressões internacionais, que condenaram os gregos em mais de R$ 170 mil em indenização aos seus oponentes.
No passado, o tempo que as nações levavam para se comunicar influenciava muito o desenrolar dos confrontos, já que não existiam meios instantâneos de as pessoas trocarem informações como há hoje. Em 1808, um confronto entre britânicos e americanos poderia ter sido evitado se o telefone, por exemplo, existisse na época.
O então presidente dos Estados Unidos, James Madison, removeu o chamado Ato do Embargo, que permitiu que outros países fizessem comércio na costa americana. Entretanto, os britânicos não aceitaram isso de modo positivo, e persistiram com ataques às embarcações norte-americanas.
Apesar disso, em 1812, o Reino Unido revogou as leis de ataque às embarcações, porém os Estados Unidos não ficaram cientes da informação e, dois dias depois de os britânicos seguirem rumo à paz, os americanos declararam guerra ao país. O conflito durou aproximadamente dois anos e oito meses e teve mais de 3,8 mil soldados baleados, além de inúmeros prejuízos para ambos os lados.
Esse "confronto" é um dos mais longos do mundo, com 335 anos, porém não pode ser efetivamente considerado um confronto, já que não houve mortes, porém tensões políticas. Os holandeses e os britânicos entraram em conflito pelo domínio das Ilhas Scilly, localizadas no sul do Reino Unido. Navios holandeses foram às ilhas e pediram indenizações pelas baixas sofridas na Guerra dos Oitenta Anos, porém nenhum acordo foi feito.
Assim, as embarcações voltaram aos Países Baixos. Como não existiram ações ofensivas, o conflito logo foi esquecido, dado como oficialmente encerrado em 1986 com um tratado de paz. O embaixador holandês Reub Huydecoper disse com bom humor após assinar o tratado que os habitantes das ilhas deviam viver em pavor por passaram mais de 300 anos "sabendo que podiam ser atacados a qualquer momento".
O futebol realmente é capaz de deixar as pessoas mais alteradas, como nós brasileiros sabemos bem. Em 1969, as relações entre Honduras e El Salvador não andavam em perfeito acordo – algo que só foi agravado pela rivalidade das nações no campo de futebol. Jogadores de Honduras foram maltratados nos hotéis de El Salvador e vice-versa.
Quando os dois times se enfrentaram na Cidade do México na Copa do Mundo de 1970, o governo de El Salvador cortou todas as relações com o povo de Honduras. Dezoito dias depois, os hondurenhos bombardearam El Salvador, confronto que deixou entre 6 e 8 mil mortos e levou 4 dias para ser encerrado após intervenção da Organização dos Estados Americanos. Quanto ao futebol, foi El Salvador que venceu a partida.
Talvez esse seja o mais bizarro dos casos listados, já que envolve seres humanos e pássaros raivosos. Em 1932, milhares de emus (um pouco menores do que os avestruzes) invadiram fazendas do interior da Austrália atrás de alimentos e de água. Como o volume de aves foi enorme, os fazendeiros resolveram atirar nesses animais para afastá-los de suas propriedades.
Estima-se que aproximadamente 10 mil balas foram utilizadas, porém elas não conseguiram conter o avanço desses animais (os emus não voam, porém são extremamente rápidos). No total, acredita-se que 20 mil emus invadiram as plantações, sendo que só 2 mil deles foram abatidos. Depois de dias de lutas, os australianos simplesmente desistiram dos combates e as aves permaneceram nas fazendas.