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23/01/2018 às 04:00•4 min de leitura
Você pode até conhecer a figura de Henrique VIII graças às inúmeras reformas que ele instaurou na Inglaterra — entre elas, o rompimento com a Igreja Católica e a fundação da Igreja Anglicana no país —, mas você sabia que ele também introduziu uma atividade que se transformou em um importante serviço para a monarquia britânica?
Henrique VIII
Henrique determinou que um jovem — escolhido entre os filhos dos nobres mais próximos e leais ao monarca — deveria ser responsável por carregar uma espécie de banheiro ambulante onde quer ele fosse e, quando a natureza chamasse, esse pobre coitado tinha como função ajudar o rei a despir, fazer sua obra e limpar a bagunça depois.
Olha o banheiro ambulante!
A atividade foi batizada de “Groom of the Stool” — ou algo como camareiro do asseio, em tradução livre —, e também envolvia manter um relatório diário sobre as refeições do monarca. O mais curioso é que essa função se transformou em um respeitado e superbem remunerado trabalho na corte, e foi exercido por orgulhosos rapazes durante quase 4 séculos!
Coitada de Joana... ela ficou conhecida na História como Joana, a Louca, e você logo vai entender o motivo. A rainha espanhola é essa mulher que você pode conferir a seguir:
Em espanhol, Juana, la Loca
Filha de Fernando de Aragão e Isabel de Castela, os reis espanhóis que financiaram a viagem de Cristóvão Colombo ao Novo Mundo, ela se casou com o Arquiduque Filipe de Habsburgo, também conhecido como Filipe, o Belo — embora ele não fosse lá nenhuma beldade... veja:
Filipe, o — não muito — Belo
Só que o cara morreu — aos 28 anos de idade — e Joana não aceitou muito bem o falecimento do marido. Ela proibiu que o corpo de Filipe fosse enterrado e manteve o caixão ao seu lado durante um ano inteiro. A Louca ainda obrigava a todos, fossem eles nobres, soldados ou serviçais, a tratar o defunto como se ele fosse o rei, e dizia a todos que o Belo estava simplesmente dormindo e que despertaria em breve.
Joana não desgrudava do caixão de Filipe
A pobre viúva também ordenava que o caixão do marido fosse aberto de vez em quando para que ela pudesse abraçar seu corpo em decomposição, e não permitia que mulheres — inclusive freiras — se aproximassem do cadáver por medo de que elas se apaixonassem por Filipe.
Carlos II foi um monarca britânico que reinou entre 1660 e 1685 — e arrumou um bocado de confusão ao tentar introduzir a liberdade religiosa para os católicos e dissidentes protestantes na Inglaterra e dissolver o parlamento para reinar sozinho. Carlos fez outra coisa notória: um belo dia, em 1651, ele resolveu criar uma peruca. Mas não uma peruca qualquer, caro leitor... O Rei começou a fazer uma com os pelos pubianos que ele coletava de suas amantes.
Carlos II, o criador de perucas
Toda vez que o monarca dormia com uma mulher, ele arrancava alguns pelinhos e, aos poucos, foi construindo uma baita peruca com o material. O acessório inclusive se tornou famoso, e Carlos doou a cabeleira a um clube masculino escocês chamado Beggar’s Benison Club. É claro que o presente agradou os membros da organização — e a infame peruca passou a ser usada durante as cerimônias que ocorriam no local.
Na falta de uma imagem da infame peruca, deixamos você com um retrato de Carlitos
Aliás, a criação do Rei fez tanto sucesso que a peruca acabou sendo roubada — e o cara que surrupiou a peruca fundou um novo clube, onde os membros eram obrigados a beijar a cabeleira. O mais engraçado é que outro Rei britânico, Jorge IV, curtiu a ideia da peruca e iniciou seu próprio projeto em 1822. No entanto, apesar de o monarca ter colecionado uns tantos “cachinhos”, ele faleceu antes de transformá-los em acessório.
Assim como Joana, a Louca, de quem falamos brevemente no item 2 desta lista, Maria Leonor de Brandemburgo, Rainha Consorte da Suécia entre 1620 e 1632, não reagiu muito bem à morte do marido, Gustavo Adolfo, II da Suécia. Segundo dizem, Maria Leonor amava o coração de seu esposo — tanto que mandou arrancá-lo de seu corpo antes de ele ser sepultado.
Ela amava o bom coração do esposo
A viúva — ligeiramente menos Louca que a rainha espanhola? — mandou fazer uma caixa dourada para guardar o coração de Gustavo, e levava o objeto para a cama todas as noites. Maria Leonor dormia com o coração do esposo posicionado no travesseiro sobre sua cabeça, e muitas vezes obrigava a filha do casal, Cristina, a dormir ao lado do órgão, maluquice que acabou por traumatizar a pobre.
Todo mundo já ouviu falar de Luís XIV, o famoso “Rei Sol”, não é mesmo? Pois é um mistério como é que ele não ficou conhecido na História como “Rei Fedorento”, já que, segundo dizem as más línguas, ao longo de todos os seus quase 77 anos de vida, o homem teria tomado apenas três banhos! TRÊS! Parece que o monarca compartilhava de um pavor comum entre os monarcas europeus: o de que a água transmitia doenças.
Imagine o cheirinho...
Como se fosse pouco, ainda existem rumores de que o trono de Luís XIV funcionava como “trono” também, e que o monarca o usava para defecar durante as sessões na corte. Já pensou no aroma? Pois, para driblar os maus odores, o Rei mandava espalhar vasos com flores por todos os lados e espirrar perfume em todos que circulassem pelo palácio.
Ademais, o monarca podia não se banhar com água, mas não economizava nos perfumes, e trocava de camisa três vezes ao dia — pelo menos isso! Aliás, assim como fazer o “número 2” publicamente, Luís XIV também se trocava diante de uma plateia, e todas as manhãs 100 homens atendiam aos aposentos reais para ver o Rei se vestir. Um verdadeiro espetáculo.
*Publicado em 28/12/2016