Ciência
12/07/2017 às 09:46•2 min de leitura
Você já ouviu falar de um cara chamado Jacques Collin de Plancy? Pode até ser que o nome não seja muito familiar, mas, se você tem interesse por ocultismo e temas relacionados, então é provável que você tenha visto algumas das ilustrações que aparecem em um livro que ele publicou: o infame Dictionnaire Infernal — “Dicionário Infernal” em português.
De acordo com Eric Grundhauser, do site Atlas Obscura, Plancy — que era francês — publicou diversos livros ao longo da vida, mas o mais famoso foi o Dicionário Infernal, cuja primeira edição foi lançada em 1818. O volume, como você já deve ter deduzido, consiste em um guia repleto de espectros, seres, personagens, referências bibliográficas, relatos, e ações relacionadas com manifestações vindas do inferno.
O livro também traz uma extensa lista de tradições, lendas, superstições, crenças, coleções de feitiços, preconceitos e muitas outras informações sobre o mundo sobrenatural. No entanto, a versão que se tornou mundialmente conhecida foi a de 1863, quando foram adicionadas mais de 60 ilustrações retratando diferentes entidades demoníacas — que, até hoje, estão entre as mais aterrorizantes já criadas.
Segundo Eric, as imagens foram criadas pelo pintor francês Louis Le Breton — e inclusive talhadas em madeira pelo artista M. Jarrault — e mostram demônios e entidades cujas aparências são uma mescla de homem com inseto com ave com cão com... bem, uma mistura única de criaturas e cujo resultado impressiona até hoje. Veja algumas das bestas retratadas no dicionário a seguir:
Segundo Eric, muitas das descrições que Plancy incluiu em seu dicionário têm suas raízes em outros textos de demonologia, por exemplo, o Pseudomonarchia Daemonum (“Falsa Monarquia dos Demônios” em tradução livre), do século 16, e o Lemegeton Clavícula Salomonis (“A Chave Menor de Salomão” em português), datado do século 17. Esses dois exemplos contam com descrições de diversos habitantes do inferno, assim como sua posição hierárquica no Reino das Trevas.
Mas, voltando a Plancy, quando ele lançou a primeira edição do dicionário, em 1818, ele era um fervoroso oponente da religião e das superstições. Entretanto, em 1841, o “ocultista” mudou de ideia, resolveu se converter e se tornou um devoto seguidor do catolicismo. Assim, a inclusão dos retratos demoníacos aconteceu depois de ele se tornar religioso.