Puma Punku: misteriosas ruínas milenares parecem obra da engenharia moderna

26/05/2018 às 04:003 min de leitura

Puma Punku, que significa “A Porta da Puma” em Aymara, é parte de um gigantesco complexo de templos em Tiwanaku, um dos mais importantes sítios arqueológicos da Bolívia. Estudiosos das culturas andinas afirmam que esta civilização foi uma importante precursora do império Inca. A região surgiu como uma grande área de atividade econômica, religiosa e política próxima ao lago Titicaca.

Um primeiro olhar sobre Puma Punku faz com que não seja possível imaginar como tudo aquilo foi construído por uma civilização que ainda não tinha algumas tecnologias essenciais, como a roda. Os cortes são precisos, os ângulos das pedras são retos e os blocos parecem terem sido cortados em série ou com equipamentos elétricos. No entanto, testes de carbono apontam que a construção deve ter ocorrido entre 300 d.C. e 500 d.C.

A estrutura de Puma Punku

Fonte da imagem: Reprodução/UFOContact

Atualmente, Puma Punku conta com uma estrutura sem muita lógica, mas a bagunça não é proposital. Pesquisadores acreditam que, a perfeita estrutura das pedras fez com que o local se tornasse atraente para saqueadores – o material existente ali seria forte o bastante para a construção de diversas estruturas.

Relatos de viajantes feitos há 400 anos mostram que grandes rochas do local estavam sendo roubadas para a construção de casas e igrejas em um vilarejo próximo. No entanto, Puma Punku foi originalmente construída de forma ordenada, embora até hoje não tenha sido encontrado qualquer plano de montagem.

O primeiro mistério: o transporte

Puma Punku foi construído com pedras de cerca de 130 toneladas, sendo que todas teriam sido extraídas da margem oeste do Titicaca, algo que exigiu o transporte das rochas por cerca de 10 km �— ou seja, a primeira dificuldade para a construção das estruturas já deixa os pesquisadores de cabelos em pé.

As enormes rochas de Puma Punku Fonte da imagem: Reprodução/EndOfTimes

No entanto, ao observar atentamente os detalhes de grandes blocos de rocha, pesquisadores encontraram espaços que serviriam como apoios para a fixação de cordas, possivelmente utilizadas para arrastar as gigantescas pedras.

O respeitado arqueólogo e especialista em Puma Punku, Jean-Pierre Protzen, identificou marcas em quase todas as grandes rochas do complexo. Todas elas se caracterizavam como arranhões formados assim que as pedras teriam sido arrastadas.

Embora as provas não sejam irrefutáveis, elas são aceitas como a hipótese mais provável – a não ser para aqueles que preferem acreditar que alienígenas colocaram as rochas no local.

A arquitetura

Com teorias sobre a locomoção em mãos, os cientistas então contam com outros problemas para resolver, como a modelagem das pedras. Enquanto alguns estudiosos acreditam que seres de outros planetas teriam descido à Terra com equipamentos a laser, arqueólogos acreditam que algumas marcas, embora muito precisas e praticamente perfeitas, tenham sido criadas de forma mais modesta.

Fonte da imagem: Reprodução/Los Divulgadores

As pedras de Puma Punku são de arenito vermelho e andesito. Enquanto o arenito é uma pedra relativamente macia e fácil de ser moldada, o andesito – embora extremamente duro – é facilmente descascado com o uso de outras pedras, especificamente as com resistência superior a 5 Mohs, que são abundantes no local.

Quem quer que tenha construído Puma Punku abusou de formas geométricas e superfícies polidas, o que parece não ter sido feito por uma antiga civilização. No entanto, cientistas acreditam que eles utilizavam métodos bastante simples para isso.

Com pedras duras, eles criavam depressões nas rochas, enquanto a areia era utilizada para “moer” a rocha, criando o polimento. A areia tem partículas tão duras que são capazes de nivelar até mesmo as rochas mais resistentes já conhecidas pelo homem.

Fonte da imagem: Reprodução/EndOfTimes

Em Puma Punku, os construtores provavelmente colocavam areia entre as pedras e uma superfície lisa, gerando o atrito capaz de deixar todos os blocos lisos como uma pedra polida atualmente. O mesmo método foi utilizado pelos egípcios na construção de monumentos planos de granito, como os obeliscos.

Com a areia também é possível criar detalhes nas rochas. Com um pedaço de cobre e areia é possível “serrar” as pedras, criando as canaletas encontradas em diversos blocos em Puma Punku. O sistema também é um velho conhecido dos egípcios da antiguidade, que faziam isso para cortar blocos de granito.

Pedras contam com cortes precisos Fonte da imagem: Reprodução/EndOfTimes/World Mysteries

Para chegar a estas conclusões, as equipes de pesquisa observaram a forma de pedras inacabadas presentes no complexo, que demonstram claramente os métodos utilizados. No entanto, alguns detalhes só poderiam ter sido feitos com formões resistentes o bastante para destruírem as pedras, o que, a princípio, seria pouco provável para aquela época.

Ferramentas de ponta (para a época)

O que os arqueólogos já sabiam era que os trabalhadores de Puma Punku utilizavam cobre fundido em suas ferramentas; no entanto, apenas o cobre seria muito leve para trabalhar em rochas como as existentes no local.

Detalhes tão precisos impressionaram os pesquisadores, que inicialmente acreditavam serem impossíveis de se criar sem equipamentos modernos Fonte da imagem: Wikimedia Commons

Em explorações, cientistas encontraram ferramentas criadas com ligas de metais extremamente fortes, níquel e arsênico, capazes de deixar o cobre muito mais resistente. Com estas ferramentas em mãos, nenhuma das partes de Puma Punku seria tão impossível de ser feita.

Embora os estudos não sejam uma prova concreta, arqueólogos descobrem em Puma Punku uma nova possível resposta a cada exploração. As teorias de envolvimento com alienígenas já não são mais aceitas como eram até alguns anos atrás, mas ainda há muito a ser explorado no local e alguns mistérios ainda não foram esclarecidos. E você, acredita em teorias sobre alienígenas ou apenas acha que civilizações antigas eram capazes de criar tecnologias que ainda são desconhecidas para nós?

*Publicado originalmente em 09/05/2013.

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