Estilo de vida
08/07/2014 às 07:30•4 min de leitura
Infelizmente, algumas ocasiões que podem começar com muita alegria e diversão terminam em tragédia. Através dos séculos, vimos alguns desses eventos acontecerem e muitos deles marcaram a história de uma cidade, país e até do mundo inteiro de forma terrível. Confira abaixo alguns deles.
Em 2006, o artista britânico Maurice Agis levou o seu mais recente projeto ao Chester-le-Street, no nordeste da Inglaterra. Conhecido como Dreamspace, a gigante estrutura inflável permitia que as pessoas nela pudessem entrar e por ela andar. Cores e música ajudavam a criar uma atmosfera agradável e divertida.
O artista já vinha produzindo peças semelhantes em toda a Europa com sucesso, tanto que esta estrutura já era a Dreamspace V. No entanto, durante um dos dias de visitas no verão inglês, no dia 22 de julho, algo terrível aconteceu: a imensa escultura inflável se soltou de suas amarras que a mantinham presa no chão.
Com isso, a estrutura subiu quase dez metros no ar e praticamente se dobrou, matando duas mulheres e ferindo outras treze pessoas. O artista Agis foi preso e julgado por homicídio, embora o júri não tenha conseguido chegar a um veredicto. Mas esta não foi a primeira vez que o trabalho de Agis causou acidente.
Em Julho de 1986, ele exibia o Colourspace, uma escultura semelhante, na cidade alemã de Travemunde. Assim como no desastre de 2006, a peça se soltou devido ao clima quente e subiu no ar. Cinco pessoas ficaram gravemente feridas.
A cidade de Pasadena, na Califórnia (EUA), celebra a Parada das Rosas como tradição ao Dia de Ano Novo desde 1890. Centenas de milhares de pessoas se reúnem para ver o desfile, e milhares ainda acompanham o evento pela televisão. Em 1926, a parada foi transmitida pelo rádio pela primeira vez, mas foi também nesse ano que ela foi marcada por uma tragédia.
O evento já começou com um clima tenso, pois, antes do desfile ter início, uma espectadora caiu de um prédio de dois andares de cabeça direto no chão. Ela morreu instantaneamente. Pouco tempo depois, um policial sofreu lesões na coluna vertebral quando a multidão crescente assustou o cavalo em que ele andava. Com o susto, o animal o lançou ao chão e ainda pisoteou o homem.
Como se não bastassem essas ocorrências, em seguida, a tragédia maior aconteceu. A arquibancada de madeira com capacidade para centenas de pessoas não aguentou o peso e caiu, deixando muitas pessoas, inclusive dezenas de crianças, feridas e onze mortos. Paul F. Mahoney, que havia construído a arquibancada, foi acusado de homicídio culposo e cumpriu um ano de prisão.
O povo de Boyertown, na Pensilvânia, estava animado com um espetáculo que aconteceria na cidade no dia 12 de janeiro de 1908. Cerca de 400 pessoas, de cerca de 2 mil habitantes do município, compareceram ao local naquela data.
Durante o show, um projetor seria utilizado, mas, quando ele foi ligado, uma válvula foi acidentalmente ligada errada e um estrondoso chiado foi emitido. O grupo de rapazes que ia apresentar o show, então, levantou a cortina para ver o que havia acontecido e derrubou sem querer uma lamparina de querosene. Então, o fogo começou no teatro.
O público que estava na primeira fila até conseguiu conter as labaredas por um momento, mas logo o fogo se espalhou de vez, causando pânico geral nas pessoas. O problema é que as portas só abriam para dentro, de modo que a massiva maioria dos indivíduos que lutavam para escapar não conseguia abri-las.
Centenas de pessoas ficaram presas lá dentro sufocadas por fogo e fumaça. O teatro tinha saídas de emergência, mas elas estavam sem marcação e só acessíveis através de janelas de vários metros acima do chão. Era quase impossível subir com o calor e a fumaça, dificultada por corpos e vidro quebrado. Foi ainda mais difícil para muitos que estavam em traje de gala com longos vestidos.
No total, 171 pessoas morreram, incluindo famílias inteiras. A angústia que elas passaram nos remete muito ao acidente horrível que ocorreu aqui no Brasil no início de 2013, na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), e que matou 242 jovens e feriu 116.
A Feira Mundial de 1893, em Chicago, também conhecida como a Exposição Universal, foi um marco na história tanto da cidade quanto do mundo, levando as ideologias, invenções e projetos futuristas para o público, que estava encantado com o evento. A feira atraiu 27 milhões de visitantes ao longo de seis meses.
Em um único dia, 716.881 pessoas compareceram para conferir as homenagens ao aniversário de Grande Incêndio de Chicago, que havia acontecido em 1871, estabelecendo um recorde mundial de público. No entanto, o grande evento também trouxe algo a mais para a cidade: uma grave epidemia de varíola.
Os imigrantes europeus que construíram a feira viviam em condições deploráveis, sendo que trinta trabalhadores morreram durante a construção e mais 5.919 casos chegaram ao departamento médico da exposição.
A cidade de Chicago não realizava um programa de vacinação contra a varíola por uma década e os acampamentos dos trabalhadores tornaram-se um terreno fértil para a doença. Os casos subiram em agosto e tudo se transformou em uma enorme epidemia em novembro. O surto matou 1.213 pessoas.
O dia 5 de abril de 1876 era parte do feriado de primavera, na Escócia, em uma comemoração da Igreja da Escócia na Comunhão Anual Sagrada nas terras altas. O tempo estava bom em Aberdeen e uma feira estava acontecendo em Torry, uma aldeia no lado oposto do rio Dee. Então, muitas pessoas decidiram ir até lá aproveitar as festividades.
Na época, para atravessar o rio, era necessária uma balsa puxada por uma corda. Essa balsa que existia lá era projetada para acomodar 32 passageiros. No entanto, 70 pessoas embarcaram, excedendo a capacidade em mais do que o dobro. Quando estavam no meio do rio, uma forte inundação aconteceu e a balsa se encheu de água.
O resultado foi que 32 pessoas morreram afogadas nas águas geladas do rio Dee. Parentes lotaram a margem do rio até as primeiras horas da manhã, esperando desesperadamente que o rio trouxesse os corpos de seus entes queridos.
Em 23 de junho de 2010, um grupo de pessoas havia acabado de descer de um trem a caminho de uma festa na praia para celebrar o solstício de verão. O festival em Castelldefels é uma das maiores festas anuais da Catalunha, na Espanha.
A praia em questão fica de um lado do trilho daquele trem e o veículo deixou o grupo do outro. O caminho oficial e permitido para cruzar a travessia é uma passagem subterrânea, mas, de acordo com um local: "A passagem subterrânea é bastante pequena e tem sido prática usual de pelo menos um terço dos passageiros vindos de Barcelona cruzar a linha por fora mesmo”.
O resultado foi desastroso. Um trem que viajava a 139 km por hora atingiu o grupo de mais de trinta pessoas. Doze morreram com seus corpos rasgados em pedaços e pelo menos outras 14 pessoas ficaram feridas. Para piorar a cena de terror, pedaços dos corpos voaram sobre a plataforma, atingindo passageiros que estavam à espera de outros trens.