Artes/cultura
25/09/2014 às 06:17•4 min de leitura
Quando falamos em piratas imaginamos o quê? Capitão Gancho? Jack Sparrow? Barba Negra? E as mulheres piratas? Por que será que quase não ouvimos falar delas? Se você é do tipo que nem sabia que o universo dos piratas tinha muitas mulheres, conheça algumas moças a seguir que, assim como a maioria dos piratas homens, eram temidas, cruéis e notáveis:
Essa irlandesa nascida em 1698 acabou se tornando um ícone da Era de Ouro da Pirataria, como o período entre 1650 e 1730 ficou conhecido. Anne não só não era uma pessoa muito amigável como acabou se casando com um pirata, James Bonny. O casório, que ia contra as preferências do pai da noiva, fez com que Anne fosse deserdada.
Depois de romper totalmente com sua família, Anne e o marido se mudaram para Bahamas, em uma região que, à época, era conhecida como “República dos Piratas”. Lá, o casamento acabou não durando muito tempo.
Depois da separação, Anne passou a ser amante de Calico Jack Rackham. A relação logo ficou mais séria e os dois compraram um navio que batizaram de Vingança. Em 1720, o navio de Anne e seu novo companheiro foi capturado, ainda que a irlandesa e sua valente amiga Mary Read tenham lutado contra o exército inglês.
Anne culpou Rackham pelo acontecido. As últimas palavras que ela disse a ele, quando todos já estavam na prisão, foram “sinto muito por vê-lo aqui, mas se você lutasse como um homem, não seria enforcado como um cachorro”.
Rackham, de fato, foi condenado ao enforcamento. Anne, como estava grávida, teve sua sentença adiada e, na verdade, não há registros do que aconteceu com ela e de como ela possa ter sido condenada. Alguns acreditam que o pai dela pagou uma quantia valiosa para que a filha fosse liberta.
Como você viu na história acima, a melhor amiga de Anne era Mary Read, uma inglesa que, diferente da amiga, fazia questão de não se apresentar como mulher e, por isso, se vestia como se fosse homem. O costume veio desde cedo, quando a mãe de Mary a vestia com as mesmas roupas de seu irmão que tinha morrido, para enganar a avó do garoto e conseguir algum dinheiro. Mary chegou a fazer parte do exército britânico, onde se alistou como Mark Read.
Ela chegou a viver um romance com um soldado flamengo e, quando seu amado morreu, Mary resolveu seguir para as Índias Ocidentais. Durante a viagem, seu navio foi invadido por piratas no meio do caminho. Eles acabam a convencendo a se juntar ao bando.
Vestida como homem, Mary partiu com Anne Bonny e Calico Jack no navio Vingança, em 1720. Há quem diga que apenas Anne e Mary sabiam que Mary era mulher. Um dos tripulantes viria a descobrir o segredo de Mary, e ela acabou se relacionando com esse homem.
Quando o Vingança foi capturado pelo caçador de piratas Capitão Jonathan Barnet, Mary fez como a amiga Anne e disse que estava grávida. O apelo, contudo, não teve muito efeito e Mary foi presa do mesmo jeito. Ela morreu em abril de 1721, de febre, na cadeia.
Essa pirata norte-americana do século XIX era conhecida pela violência extrema com a qual agia. Era conhecida como sádica e costumava golpear suas vítimas na cabeça, sem qualquer tipo de piedade. Ela chegou a ser expulsa de Manhattan depois de uma briga violenta com Gallys Mag, que arrancou um pedaço da orelha de Sadie com uma mordida.
O pedaço perdido da orelha foi usado pela pirata como um medalhão, que ela usava pendurado ao pescoço e carregava consigo para todos os lugares, como símbolo de sua bravura.
Para fugir da cidade, Sadie procurou uma nova quadrilha. Ela se tornou pirata em 1869, quando conseguiu formar uma tripulação e, com a ajuda dos novos parceiros, fazia assaltos cada vez maiores e mais arriscados. Depois de algum tempo, Sadie voltou para Manhattan, onde acabou fazendo as pazes com Gallus Mag.
A história dessa mulher é um verdadeiro conto recheado de tragédias, vingança e um pouco de exibicionismo. Casada com Olivier III de Clisson, Jeanne era mãe de cinco filhos e uma verdadeira dama da sociedade. Quando a guerra por territórios começou entre a Inglaterra e a França, porém, o marido de Jeanne foi condenado por traição e, como pena, deveria ser decapitado. A condenação do marido fez com que Jeanne prometesse vingança ao então rei da França, Philip VI.
A viúva vendeu todas as terras da família e, com o lucro do negócio, comprou três navios de guerra, que ela pintou de preto, cobriu com velas tingidas de sangue e montou uma tripulação com marinheiros cruéis e sem misericórdia. A embarcação navegou pelo Canal Inglês de 1343 a 1356, capturando todos os navios vindos da França, decapitando tripulações inteiras sem pensar duas vezes.
Os tempos de revolta de Jeanne terminaram relativamente cedo. Ela chegou a se casar novamente e voltou a viver em terra, na Inglaterra. Acredita-se que Jeanne morreu em 1359. Há quem diga que o fantasma de Jeanne assombra o Castelo de Clisson até hoje.
Essa francesa passou maus bocados na ilha caribenha de Tortuga, onde enviuvou duas vezes e acabou se casando com o homem que matou seu segundo marido. Anne quis vingar a morte do marido e chamou o assassino, o holandês Laurens de Graaf, para um duelo. Encantado com a bravura e a força da mulher, em vez de lutar com ela, de Graaf a pediu em casamento. O casal teve dois filhos.
Anne e o marido eventualmente começaram a viajar juntos, no mesmo navio, ainda que muitos piratas homens considerassem a presença feminina em navios causadora de má sorte. A relação de Anne e seu novo marido pode ser comparada com o a de Anne Bonny e Calico Jack, parceiros inseparáveis.
Não se sabe ao certo o que aconteceu no fim da vida de Anne. Em uma das versões, de Graaf teria morrido atingido por uma bala de canhão. Há, no entanto, quem acredite que o casal fugiu para o Mississipi. Alguns dizem que a personalidade lutadora, confiante e forte de Anne tenha passado para uma de suas filhas, que também teria sido pirata.