Ciência
04/06/2013 às 03:41•2 min de leitura
Você já ouviu o termo “obsolescência programada”? Trata-se da denominação usada para tratar a data de validade de produtos que poderiam durar muito mais — ou você acha normal que, depois de um ano de compra, aquele seu celular comece a dar problemas? Se você já sentou para conversar com a sua avó a respeito de como eram as coisas no tempo dela, provavelmente já a ouviu falar que antigamente tudo durava mais: de casamento a geladeira.
O que mudou foi a percepção que muitas empresas adquiriram de que, a partir do momento em que algo estraga, um substituto mais novo vai ser comprado e, pela lógica, quanto mais venda, mais lucro. É aí que entra o trabalho do espanhol Benito Muros, que ficou intrigado ao saber a respeito de uma lâmpada que funciona há mais de 110 anos sem nunca ter sido desligada, em uma sede do Corpo de Bombeiros em Livermore, na Califórnia, EUA.
Fonte da imagem: Reprodução/OuterSpace
Muros fundou então a empresa Sem Obsolescência Programada (SOP) e, depois de estudar a misteriosa lâmpada na Califórnia, descobriu que é possível criar bens duráveis. Em entrevista publicada no portal Terra, ele afirmou que “o consumo de nossa sociedade está baseado em produtos com data de validade. Mudar isso suporia mudar nosso modelo de produção e optar por um sistema mais sustentável”.
O conceito de sustentabilidade, que inclui o uso devido de recursos naturais e a preservação do meio ambiente, pode ser entendido nesse caso já que a criação da SOP propõe a utilização de uma lâmpada que dura mais de 100 anos e que tem 25 de garantia, gerando menor número de lâmpadas queimadas descartadas, diminuindo o consumo de energia em 92% e a emissão de CO2 em 70%.
Fonte da imagem: Reprodução/YouTube
A venda do produto – que custa 37 euros, o equivalente a 102 reais – não é interessante para muitos fabricantes de lâmpadas ao redor do mundo. Muros diz que chegou a receber ofertas grandiosas para tirar o item do mercado e, como negou, está sendo ameaçado de morte. Apesar disso, ele continua trabalhando na SOP e divulgando sua ideia.
Algumas das principais vantagens da lâmpada criada por Muros: não corre o risco de queimar, mesmo que o interruptor seja ligado e desligado várias vezes consecutivas; não produz zumbidos; consegue funcionar em temperaturas de até -45 ºC; são recicláveis e livres da presença de metais pesados.
Uma das curiosidades mais interessantes é que essa lâmpada não fica quente, como a maioria das que você conhece; as lâmpadas convencionais gastam 95% da energia que consomem para produzir calor e, para iluminar o ambiente, sua principal função, apenas 5%. E aí, o que você acha dessa história?