Artes/cultura
16/01/2018 às 05:00•4 min de leitura
Hoje em dia, os gatos dominam a internet com sua fofurice. Quem é que não se derrete ou tem vontade de apertá-los quando um vídeo ou uma foto pipoca na sua frente? Porém, nem sempre eles foram figuras tão queridas assim...
No Egito Antigo, os gatos eram idolatrados. Porém, inúmeras lendas colocavam os felinos como criaturas demoníacas, dispostas a tudo para desgraçar a vida humana. O site Listverse compilou alguns desses contos fantasiosos que nós aqui do Mega Curioso trazemos para vocês.
Portanto, conheça nove gatos que protagonizam lendas assustadoras ao redor do mundo:
Você consegue imaginar um gato quase inteiramente preto, exceto por uma mancha branca no peito, e que tem o tamanho de um bezerro? Pois é, esse é o Cait Sith. Apesar de ter um nome à la Star Wars, ele faz parte do folclore da Irlanda e da Escócia. Seu nome significa “Fada do Gato”, mas de fada ele não tem muita coisa...
Os escoceses acreditavam que o Cait Sith era uma bruxa que se transformava em gato. Na nona vez que ela assumia a forma animal, ficava assim para sempre. Então, quando um gato preto passava perto de alguma pessoa morta, a lenda diz que era a tal bruxa que veio buscar a alma da pessoa.
Para piorar, existe de fato um gato selvagem na Escócia que se parece com a descrição do Cait Sith. O Kellas (Felis silvestris) não pode ser domesticado e já deu muito susto na galera. Era tradição, inclusive, evitar fogo e calor nos velórios para não atrair a bruxa. Que medo, hein?
Se um gato do tamanho de um bezerro já dá medo, imagina um gato que se parece com um cacto do deserto? Essa lenda foi bastante popular no norte do México e no sudoeste dos Estados Unidos há mais de um século. Apesar de ter o tamanho de um animal doméstico, o gato-cacto tinha o corpo coberto de espinhos.
Ele se alimentava, é claro, dos cactos da região que ele supostamente assombrava, só que o suco dessa planta acabava fermentando e era comum ouvir esse monstrengo bêbado e uivando durante as noites. Ele também atacava os caubóis, que teriam sido os responsáveis pelo seu extermínio.
E o que dizer desse felino que parece ter saído de “Jurassic Park”? O gato-de-rabo-de-bola tem uma protuberância em sua cauda repleta de espinhos e supostamente assombrou algumas regiões do Norte dos Estados Unidos.
Claro que ele usava essa cauda como arma: como ele vivia nas árvores, ele esperava uma vítima passar por baixo dela para golpeá-la com seus espinhos matadores. O rabo também servia durante o acasalamento, já que o macho batia com ele nos troncos ocos para chamar a atenção das fêmeas.
Muito antes dos trolls da internet, existiam os gatos-trolls. Os escandinavos acreditavam que eles eram os ajudantes das bruxas, tanto que teriam sido fabricados por elas usando materiais como gravetos, lãs e meias. Depois, três gotas de sangue completavam o ritual, e o servo do mal nascia para ajudar nas malvadezas de sua criadora.
A principal tarefa deles era roubar leite de fazendas da região. Como seus corpos eram feitos de lã e meia, eles absorviam o líquido e o levavam para sua criadora. Algumas vezes, porém, eles roubavam lãs, mas o leite era o principal. Para vencer essa criatura, bastava fazer um furo nele enquanto ele estivesse encharcado da bebida para que o líquido todo vazasse. Nisso, a própria bruxa sentiria a ferida.
Claro que algumas pessoas se beneficiaram dessa lenda. Alguns ciganos envenenavam o gado dos fazendeiros e escondiam um gato-troll de mentira na propriedade. Daí, eles se prontificavam a capturar o bichano em troca de uma graninha. O mundo é dos espertos!
O gatoelho foi descrito pela primeira vez por Joseph Train após sua visita à ilha de Man, que fica entre a Inglaterra e a Irlanda. O bichinho parecia a mistura de gato com coelho e seu nome original é cabbit, ou seja, do inglês “cat” (gato) e “rabbit” (coelho). Apesar disso, os cientistas falaram que essa hibridização era impossível, sendo mais provável que Trains tenha visto uma espécie de gato da raça manx.
Esse tipo de gato possui as patas traseiras mais longas, que dão a ele um gracioso caminhar parecido com o de um coelho. Nos anos 70, um homem chamado Val Chapman falou que havia capturado um gatoelho de verdade e inclusive levou o bichinho para programas de televisão e em exposições. Porém, ficou comprovado que ele era um gato comum, mas com anomalias genéticas – isso não impediu, entretanto, que as pessoas pensassem que os gatoelhos existiam de verdade.
Esse vai agradar os gatólogos de plantão: o bakeneko faz parte do folclore do Japão e começa a sua vida como um gatinho de estimação normal. Porém, perto de completar 12 ou 13 anos, o bichano desenvolve superpoderes e passa a caminhar de pé apenas nas patas traseiras! Ele também começa a entender seu dono e a se comunicar com ele! Parece um sonho se tornando realidade!
Pena que todo sonho tem sua versão pesadelo: a maior parte dos bakenekos são criaturas do mal! Eles chegam a devoram seus donos e assumir o seu lugar! Porém, existem aqueles que são mais fofinhos e estão mais a fim de ficar dançando com guardanapos sobre suas cabeças. Só que mesmo esses “do bem” poderiam trazer problemas, já que suas caudas poderosas incendiavam o que tocassem.
Essa lenda, porém, teve seu lado negativo: muitos gatinhos mais velhos eram abandonados no Japão com medo de que se tornassem bakenekos. Além disso, era quase certo que a cauda dos felinos fosse cortada bem curtinha para não ter perigo de ele incendiar nada quando se transformasse na criatura.
Os nekomatas são evoluções dos bakenekos, mas são apenas criaturas malignas! Quando os bakenekos, mesmo os bonzinhos, ficam mais velhos, sua cauda se divide em duas partes, dando origem aos nekomatas. Estes não têm pudor algum em comer os humanos ou torturá-los com imagens de seus entes já falecidos.
Existe até mesmo uma suposta lenda de um nekomata com cara de gato e corpo de cachorro que viveria nas montanhas – apesar de poder assumir qualquer forma que quisesse. Os historiadores acreditam que essas histórias de gatos feiticeiros surgiram na China, mas chegaram ao Japão e se misturaram ao folclore local.
Os egípcios acreditavam que os gatos eram seres místicos e essa crença se espalhou para os romanos quando eles conquistaram a região. Com isso, a lenda foi passando por vários lugares até chegar aos celtas, que consideraram os gatos guardiões do outro mundo.
Na Irlanda, inclusive, existe a Gruta dos Gatos, que seria um local lendário pelo qual gatos selvagens chegaram ao nosso mundo. Essa “invasão” foi combatida pelo herói Cuchulain, que conseguiu domar esses felinos.
O Big Ears (ou Orelhas Grandes) é um gato demoníaco do folclore da Escócia. Ele seria descendente do Irusan, o místico rei dos gatos. Inicialmente, o Big Ears era uma espécie de oráculo, que tinha o poder de atender aos desejos das pessoas. Só que um grupo de pagãos resolveu colocar fim nessa “brincadeira” e criou um ritual macabro para invocar o Big Ears.
Os pagãos assaram gatos vivos durante vários dias até que as almas desses animais teriam se revoltado e retornado para se vingar. Os pagãos acharam que era o Big Ears que estava ali para conceder-lhes desejos, ledo engano... O ritual aconteceu várias vezes durante o século 17, sendo amplamente criticado pela Igreja Católica. Que dó dos bichinhos.
*Publicado em 13/12/2016