Ciência
23/05/2018 às 14:05•2 min de leitura
Se você é fã de arqueologia e sempre está lendo sobre o assunto, então sabe que, apesar de todas as descobertas que já foram realizadas ao longo dos séculos, as areias do Egito ainda ocultam muitos mistérios. Um deles seria um labirinto colossal construído há milhares de anos que seria mais impressionante e espantoso do que as próprias pirâmides. E como é que sabemos da suposta existência desse local? Porque Heródoto, o ilustre historiador grego, teria estado no labirinto e deixou relatos sobre a visita.
O testemunho do grego data do século 5 a.C., portanto, se o tal labirinto existiu mesmo, ele teria sido construído há mais de 2,5 mil anos. Segundo Heródoto, a estrutura era composta por dois pavimentos e abrigava três mil câmaras diferentes que ficavam distribuídas ao longo de um emaranhado de passagens e corredores nos dois andares.
Esboço do que seria o labirinto (Ancient Origins)
O piso inferior do imenso complexo serviria de tumba para faraós e a estrutura contaria com uma enorme câmara esculpida a partir de uma única pedra que servia de teto para o edifício. Heródoto teria sido levado para fazer um “tour guiado” apenas pelo pavimento superior e contou que as câmaras que viu por lá eram incrivelmente elaboradas e continham figuras e padrões esculpidos nas paredes.
Segundo o grego, uma câmara levava a outra e muitas eram conectadas por pátios, colunas e galerias. No entanto, ele não esteve no pavimento inferior, uma vez que os egípcios responsáveis de cuidar do local se recusaram a levá-lo até lá por esse ser o local onde se encontravam as tumbas dos faraós responsáveis por construir o complexo, assim como de crocodilos sagrados.
Outra impressão do labirinto (Ancient Pages)
Mas Heródoto teria ouvido que o tal pavimento proibido, além de servir de necrópole real — e reptiliana —, seria usada para reuniões políticas e a realização de alguns rituais. Com relação à localização da estrutura, de acordo com os textos do grego, o labirinto ficaria nas proximidades de um local conhecido como “Cidade dos Crocodilos”, situada a leste do Lago Moeris.
Aliás, Heródoto não foi o único “forasteiro” a visitar o labirinto. Outras figuras que teriam estado por lá foram Diodorus Siculus, Plínio, o Velho, Estrabo e Pomponius Mela, e todos esses historiadores deixaram relatos parecidos. Porém, se um local tão grandioso assim realmente existiu, onde estão as evidências?
O primeiro a localizar as ruínas do que pode ter sido o maravilhoso labirinto foi o egiptólogo alemão Karl Richard Lepsius, que encontrou uma vasta estrutura ao norte de Hawara, em Fayum. Depois dele, no final do século 19, foi a vez do britânico William Matthew Flinders Petrie identificar o que parecem ser os alicerces do complexo — cuja extensão foi estimada em 300 por 250 metros.
Imagem obtida por radar (Ancient Origins)
Mais recentemente, em 2008, um time de cientistas realizou levantamentos por meio de radares no sítio e, ao que tudo indica, os especialistas teriam identificado o que parecia ser um enorme labirinto sob as areias do deserto. Contudo, até onde se sabe, nenhuma escavação foi conduzida no local, portanto, é impossível determinar que o seja lá o que os pesquisadores encontraram — se é que encontraram algo mesmo — realmente é o antigo Labirinto do Egito. E você, caro leitor, já tinha ouvido falar dessa intrigante estrutura?
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