Estilo de vida
06/06/2019 às 02:30•3 min de leitura
Já publicamos aqui no Mega Curioso matérias sobre livros e documentos misteriosos que até hoje intrigam pesquisadores mundo afora, como é o caso da Bíblia do Diabo e do famoso Manuscrito Voynich, cujos conteúdo e autoria ninguém conseguiu decifrar ainda. No entanto, não precisamos ir muito longe para encontrar um documento desse tipo, pois, aqui mesmo no Brasil existe um exemplo superintrigante!
Trata-se do Manuscrito 512, que hoje faz parte do acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Ninguém sabe de quem é a autoria do documento, mas ele corresponde a um dos maiores mistérios arqueológicos do nosso país. O material traz o relato de um grupo de bandeirantes que teria, no século 18, descoberto as misteriosas ruínas de uma cidade desconhecida perdida no interior da Bahia.
Fonte da imagem: Reprodução/Biblioteca Nacional
O manuscrito foi encontrado por acaso no século 19 na então Biblioteca da Corte — que hoje é a Biblioteca Nacional — e descreve detalhadamente a tal cidade encontrada pelos bandeirantes, que saíram de São Paulo para uma expedição rumo ao sertão da Bahia. Nele, o autor relata que o grupo teria se deparado com uma montanha brilhante repleta de cristais que, além de atrair a atenção dos homens, causou bastante espanto e admiração.
O relato continua, contando que, ao chegarem ao topo da montanha, os bandeirantes teriam avistado uma grande cidade, cujo acesso só podia ser realizado através de uma única entrada ornamentada com três arcos trazendo inscrições indecifráveis. O local também apresentava características arquitetônicas diferentes do estilo da época, assim como algumas esquisitices, como o fato de estar completamente abandonada e ter algumas partes destruídas.
Além disso, os edifícios — em sua maioria com mais de um pavimento — encontravam-se totalmente vazios, e não existia qualquer vestígio de ocupação humana recente. O autor do manuscrito ainda descreve uma praça onde havia a estátua de um homem sobre coluna negra — com o corpo despido até a cintura e com uma coroa de louros na cabeça — apontando para o norte.
Os edifícios próximos à praça seriam enormes e contariam com estranhas figuras em relevo parecidas com corvos e cruzes, e um rio que passava pelo lugar conduzia a uma cachoeira. Lá o grupo teria encontrado inúmeras sepulturas com curiosas inscrições, além de uma misteriosa moeda de ouro.
O objeto — evidentemente de origem desconhecida — também traria uma série de emblemas gravados em toda a superfície, além de um rapaz ajoelhado em uma das faces e de imagens de uma coroa, um arco e uma flecha gravados na outra. O autor do manuscrito inclusive compilou algumas das inscrições que encontrou pela cidade, como você pode ver na imagem a seguir.
Fonte da imagem: Reprodução/Biblioteca Nacional
Acredita-se que o manuscrito tenha sido produzido quando o grupo seguiu adiante com a expedição, enviando o documento ao Rio de Janeiro endereçado às autoridades competentes. No entanto, como acontece com todo mistério que se preze, a identidade dos bandeirantes foi perdida, e a localização da suposta cidade jamais foi descoberta.
Fonte da imagem: Reprodução/Biblioteca Nacional
É claro que o documento acabou atraindo a atenção de renomados pesquisadores, e uma das hipóteses é de que a cidade teria sido construída por antigos vikings há mais de mil anos. Outra teoria é que as construções teriam semelhanças com edifícios etíopes da Idade Média, e as inscrições estariam em “gueez”, um antigo idioma desse povo. No entanto, também há quem acredite que os textos sejam do grego ptolomaico, uma forma demótica do egípcio.
Apesar de tantas teorias e de diversas buscas pela cidade perdida, o fato é que o Manuscrito 512 ainda é um dos maiores mistérios da cultura brasileira — e talvez jamais seja decifrado. O acesso ao documento, que se encontra bem deteriorado, é bastante restrito. Mas, por sorte, uma versão digital — que você pode conferir através deste link — foi disponibilizada pela Biblioteca Nacional. E você, leitor, o que acha desse intrigante material?
*Publicado em 27/09/2013
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