Ciência
29/01/2013 às 09:07•2 min de leitura
Um estudante de engenharia civil da Universidade do Kansas (EUA) apresentou recentemente o que pode ser a solução mais viável para tornar as estradas de terra mais transitáveis. Trata-se do que foi batizado de bioasfalto, o material utiliza um composto vegetal para endurecer e alisar estradas de terra.
Wilson Smith vem conduzindo seus experimentos com uma substância orgânica conhecida como lignina. Responsável por conferir rigidez às células vegetais, a substância pode servir também como liga quando em contato com terra solta e pedregulhos, comuns em estradas vicinais.
De acordo com Smith, a lignina atuou bem como elemento coesivo entre os materiais tipicamente encontrados em estradas de terra. Na verdade, basta que se acrescente um pouco de água, o que acaba por tornar o agregado do solo mais liso, menos poeirento e também mais durável (com maior resistência à erosão), sobretudo em períodos chuvosos.
Ampliar (Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Após conduzir diversos experimentos, Smith chegou a cinco concentrações distintas de lignina, as quais se mostraram mais promissoras para o propósito. De acordo com o estudante, resta agora avaliar a resistência e a diminuição da erosão para cada uma das fórmulas.
"Nós queremos fazer uma análise exaustiva de como a coesão varia de acordo com a concentração de lignina, a quantidade de água e a compactação," afirmou Smith. "Isso vai determinar, em estudos de campo, qual a porcentagem de lignina produz a maior estabilização do solo."
Outra vantagem da lignina é a facilidade como que o material pode ser obtido. Trata-se de um típico rejeito de culturas comerciais — caso do bagaço da cana-de-açucar, da palha de milho e de vários outros resíduos da agricultura e também da indústria de papel. Isso, naturalmente, torna a solução encontrada por Smith mais sustentável e renovável, sobretudo quando se considera as tecnologias mais utilizadas de pavimentação.
(Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Os resultados das pesquisas devem ser apresentados até o final de fevereiro. Em seguida, Smith pretende firmar parcerias para efetuar testes de campo com a substância — algo que não deve ser de grande dificuldade, considerando-se que o Kansas é um estado sumamente agrícola.