Ciência
29/12/2016 às 05:00•2 min de leitura
A foto que você está vendo acima mostra uma tradicional benção que padres da Igreja Ortodoxa Russa dão aos astronautas. Parece um pouquinho esquisito e até meio violento, não é mesmo?
Mas tudo faz parte de um costume que passou a ser realizado há algumas décadas e os homens que vão para o espaço aceitam esse jato de água benta na cara com beijo na cruz (jogada no rosto geralmente sem muita delicadeza) antes de zarparem em seus foguetes. Afinal, proteção nunca é demais.
De acordo com o The Verge, tanto os cosmonautas russos quanto os americanos passam por esse ritual. Até mesmo os foguetes ganham a benção e sobra até para a imprensa, conforme podemos observar nas imagens do fotógrafo oficial da NASA, que mostram o sacerdote barbudo que já realiza a cerimônia com entusiasmo há alguns anos na base de lançamento de Baikonur*.
* A base, ou Cosmódromo de Baikonur, fica localizada no Cazaquistão, sendo a primeira e maior base de lançamentos de foguetes do mundo. De lá saíram algumas das mais importantes e históricas missões espaciais, como a do primeiro satélite oficial Sputnik 1, e e o voo orbital de Iuri Gagarin (o primeiro homem que viajou para o espaço).
A tradição acontece a algum tempo, mas não está claro exatamente quando ela começou. Segundo o The Verge, provavelmente não foi durante a dominação soviética, que era oficialmente ateia, porém os russos adotaram a religiosidade nos últimos anos. Com isso, a Igreja passou a ser convidada para as cerimônias relativas às viagens ao espaço.
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Ainda que alguns norte-americanos com crenças totalmente diferentes possam se opor à prática, eles não têm muita escolha enquanto estão presentes na base de Baikonur e dá-lhe água benta na cara.
O curioso é que essas bênçãos não são os únicos rituais no Cosmódromo de Baikonur, sendo que existem outros até mais peculiares. Um deles é o plantio de árvores antes de cada missão e outra cerimônia é a de urinar na roda direita traseira do ônibus que os levam para a plataforma de lançamento — uma tradição que foi iniciada pelo próprio Iuri Gagarin antes de seu primeiro voo.