Estilo de vida
02/12/2016 às 07:41•4 min de leitura
Fidel Castro, como você sabe, faleceu há uma semana. No entanto, antes de a derradeira finalmente vencer o revolucionário e levá-lo desta para uma melhor (ou pior, como desejam muitos cubanos!), segundo disse Fabian Escalante, chefe do serviço secreto de Cuba e encarregado de proteger o guerrilheiro, “El Comandante” teria sobrevivido a extraordinárias 634 tentativas de assassinato — algumas delas planejadas pelos norte-americanos.
Aliás, de acordo com o próprio Fidel, se sobreviver a tentativas de assassinato fosse um evento olímpico, ele ganharia a medalha de ouro. Pois, segundo Dylan Matthews, do portal Vox, embora seja bastante difícil comprovar que todas essas tentativas realmente aconteceram, documentos da CIA que foram tornados públicos recentemente parecem comprovar que a intenção existia, sim — e algumas das tentativas foram pra lá de malucas! Confira:
A ideia de matar Castro com um charuto envenenado surgiu em 1960, durante a presidência de Eisenhower. Segundo os registros da CIA, em agosto daquele ano, um oficial recebeu uma caixa dos charutos favoritos de Fidel e as instruções de que eles deveriam ser tratados com uma substância letal. Os charutos, então, receberam uma bela dose de uma toxina botulínica tão potente que bastaria com que El Comandante colocasse um na boca para cair morto.
Não rolou
Ainda de acordo com os registros, os charutos estavam prontinhos para o ataque em outubro de 1960 e, em fevereiro do ano seguinte, eles foram entregues a um sujeito não identificado. Entretanto, os documentos não revelam se ocorreu alguma tentativa de entregar o “presentinho” a Fidel.
Também existem rumores de que uma caixa de charutos explosivos teria sido preparada especialmente para Castro, mas como falta documentação que comprove esse plano, a maioria dos historiadores acredita que essa história não passa de uma lenda urbana.
Fidel adorava mergulhar, portanto, em 1963, a CIA resolveu aproveitar esse hobby do revolucionário para tramar um plano bizarro para acabar com a sua vida. A artimanha consistia em fazer com que um homem chamado James Donovan — que estava negociando com Castro a liberação de prisioneiros capturados durante uma tentativa frustrada dos norte-americanos de invadir a ilha — presenteasse El Comandante com uma roupa de mergulho envenenada.
O plano foi por água abaixo
Donavan, caso você tenha ficado curioso, realmente conseguiu libertar mais de mil cubanos, ficou famoso por negociar a troca do piloto norte-americano Francis Gary Powers pelo espião russo Rudolf Abel e inclusive foi retratado no cinema por Tom Hanks no filme “Ponte dos Espiões”, de 2015.
Mas, voltando ao plano mirabolante, o pessoal da CIA chegou a comprar uma roupa de mergulho e tratá-la com um fungo que causa uma séria doença de pele chamada eumicetoma, além de contaminar com a bactéria que transmite a tuberculose o equipamento que permite a respiração debaixo d’água. Outra opção consistia em instalar crustáceos falsos contendo explosivos na área onde Fidel costumava mergulhar, mas o plano naufragou.
Bem, você deve ter percebido a esta altura que a turminha da CIA curtia um veneno e estava empenhada em despachar El Comandante com alguma substância letal. Pois Fidel simplesmente amava sorvetes, então “batizar” um pote de um dos sabores favoritos dele fazia todo o sentido, certo?
A artimanha acabou congelando
Assim, em meados de março de 1961, uns caras da máfia que tinham contato com agentes da CIA realmente chegaram perto de matar Castro. Eles entregaram algumas cápsulas de veneno a um oficial cubano da agência norte-americana que, por sua vez, passou o material para um rapaz que trabalhava em um restaurante em Havana — e que deveria misturar a substância na casquinha de Fidel.
No entanto, parece que, em vez de envenenar o sorvete, as capsulas teriam sido encontradas por agentes da inteligência cubana congeladas em um pote de sorvete. Em outra versão da história, o veneno deveria ter sido misturado a um milkshake de chocolate, mas acabou sendo derramado no interior do freezer.
Eis que a CIA era realmente criativa na hora de inventar planos envolvendo o envenenamento de pessoas! Em 1959, a agência conseguiu convencer uma mulher chamada Marita Lorenz, que teve um relacionamento amoroso com Fidel, a participar de seus esquemas. Ela foi incumbida de se encontrar com El Comandante e dar a ele cápsulas contendo uma toxina botulínica, mas a coisa, evidentemente, deu errado.
Marita não resistiu
Para começar, Marita achou que seria uma boa ideia esconder as pílulas em pote de creme — arruinando as cápsulas —, e acabou se desfazendo delas jogando-as em um bidê. Além disso, o revolucionário não era bobo e perguntou, na lata, se a antiga amante estava trabalhando para a CIA e planejando matá-lo. Fidel chegou a entregar uma pistola a Marita e dizer que ela podia seguir adiante com a missão.
Castro obviamente sabia que Marita não estava muito segura e inclusive teria dito que ela não podia matá-lo — e que ninguém mais podia. No fim das contas, a ex-amante não conseguiu matar Fidel, não resistiu aos seus encantos (encantos?), e os dois acabaram, bem... relembrando os velhos tempos, se você entende o que queremos dizer.
Embora os planos que vamos descrever a seguir não tivessem como objetivo assassinar Fidel, eles são tão bizarros que achamos que eles mereciam ser incluídos na lista! Durante a década de 60, a CIA considerou abalar a credibilidade de Castro com o uso de drogas alucinógenas, como o LSD, por exemplo.
Fidel muito louco e "desbarbado"
Uma das ideias era espalhar a substância pelo estúdio de rádio que o revolucionário usava para transmitir seus acalorados discursos, ou, ainda, batizar seus charutos com drogas semelhantes, para que Fidel parecesse muito louco, mas sua execução nunca foi adiante. Contudo, a artimanha mais estapafúrdia talvez tenha sido a de aplicar uma substância química supertóxica que faria a barba de Castro cair.
Sim, caro leitor, você leu certo... A CIA chegou a planejar dar um fim na icônica barba de Fidel com o propósito de enfraquecer sua imagem, e o composto químico — à base do elemento tálio — deveria ser passado a Castro durante uma de suas viagens ao exterior. No entanto, El Comandante acabou cancelando a visita e o plano acabou.