Ciência
15/05/2018 às 04:00•3 min de leitura
Fobias, vícios, costumes bizarros ou mesmo transtornos acentuados. Com vários desses fatores, muitos cientistas, astrônomos e matemáticos tinham personalidades excêntricas e curiosas, sendo protagonistas de situações ora engraçadas ora trágicas devido aos seus comportamentos estranhos. Confira abaixo alguns deles.
Fonte da imagem: Reprodução/Live Science
O matemático grego Pitágoras criou o seu famoso teorema e foi também um grande filósofo e astrônomo. No entanto, ele tinha uma teoria muito curiosa sobre o feijão, alimento do qual ele tinha pavor. Pitágoras defendia a filosofia do vegetarianismo, mas um dos seus princípios era uma proibição completa sobre comer ou mesmo tocar o feijão.
Segundo ele, se um feijão fosse enterrado, depois de 40 dias ele adotaria uma forma humana e, portanto, se alguém comesse esse alimento, estaria na verdade consumindo uma vida. Além disso, ele também acreditava na transmigração das almas. Ou seja, todo animal, ou mesmo o próprio feijão, teve um dia a alma de um homem.
Curiosamente, uma lenda diz que o feijão foi parcialmente um dos culpados pela morte de Pitágoras. Depois de ser expulso de sua casa por inimigos “antipitagóricos”, ele se deparou com um campo de feijão, onde supostamente decidiu que preferia morrer a entrar lá. Encurralado, os inimigos cortaram a sua garganta. Entretanto, os registros históricos não mostram uma razão clara para os ataques.
Fonte da imagem: Reprodução/Live Science
O astrônomo dinamarquês Tycho Brahe, do século 16, foi um nobre conhecido por sua excêntrica vida e morte. Para começar, ele perdeu o nariz em um duelo na faculdade e usava uma prótese de metal no lugar. Além disso, ele era um bom festeiro e adorava farrear com os amigos, tanto que ele teve sua própria ilha para eventos homéricos e também convidava frequentemente seus colegas para aventuras em seu castelo.
Nessas festas, ele gostava de mostrar um alce de estimação e um anão chamado “Jepp”, que ele mantinha como um “bobo da corte” e sentado debaixo da mesa, onde Brahe ocasionalmente lhe dava restos de comida.
No entanto, essa paixão por festas pode ter sido uma das causas de sua morte. Isso porque, em um banquete em Praga, Brahe insistiu em ficar na mesa quando ele precisava fazer xixi, já que deixar a mesa seria uma violação da etiqueta. Essa não foi uma decisão acertada, pois ele desenvolveu uma infecção renal e sua bexiga estourou 11 dias mais tarde, em 1601.
Fonte da imagem: Reprodução/Live Science
Nikola Tesla foi um dos heróis desconhecidos da ciência. Ele trabalhou para Thomas Edison fazendo avanços importantes em rádio, robótica e eletricidade, e Edison tomou o crédito das descobertas. Afirmam até que Tesla foi quem realmente inventou a lâmpada, e não Edison.
Além da compulsão por buscas científicas, Tesla parecia ter transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), pois ele se recusava a tocar em qualquer coisa, como um tiquinho de pó, cabelos, brincos de pérola ou qualquer coisa redonda. Ele se tornou obcecado com o número 3 e andava em volta de um edifício três vezes antes de entrar. E em cada refeição, ele usava exatamente dezoito guardanapos para polir os utensílios até ficarem brilhantes.
Fonte da imagem: Reprodução/Forest Friend
Arquiteto e cientista Buckminster Fuller é mais famoso por criar a cúpula geodésica (ou domo geodésico), os conceitos de cidades futuristas e um carro chamado de Dymaxion em 1930. Mas Fuller também era um pouco excêntrico.
Ele era conhecido por usar três relógios para saber as horas em vários fusos. Mas o gênio também passou muito tempo narrando sua vida. De 1915 a 1983 (ano em que morreu), Fuller manteve um diário detalhado de seu cotidiano, que ele atualizava religiosamente em intervalos de 15 minutos. O registro resultante, chamado de Chronofiles Dymaxion, é formado por uma pilha de 82 metros de altura e está alojado na Universidade de Stanford.
Fonte da imagem: Reprodução/Forest Friend
Uma réplica das cúpulas geodésicas de Fuller faz parte do parque da Disney, o Epcot Center, correspondendo àquele globo branco que se tornou símbolo do lugar. Acima você vê a imagem de uma das obras de Fuller.
Fonte da imagem: Reprodução/Insituto de Educação-Universidade de Lisboa
Paul Erdös era um matemático húngaro que era tão dedicado ao seu trabalho que nunca se casou. Ele sobrevivia com uma mala e gostava de aparecer na porta de seus colegas, sem aviso prévio, dizendo: "Meu cérebro está aberto”, para trabalhar lá durante um dia ou dois e depois se mandar para outra casa.
Em seus últimos anos, ele bebeu café e tomou pílulas de cafeína e anfetaminas para ficar acordado, trabalhando em matemática de 19 a 20 horas por dia. Seu foco único parece ter valido a pena: o matemático publicou cerca de 1.500 documentos importantes.
Fonte da imagem: Reprodução/The Institute
O matemático e engenheiro britânico Oliver Heaviside desenvolveu técnicas complexas para analisar circuitos elétricos e resolver equações diferenciais. Mas o gênio autodidata foi chamado de "esquisito de primeira linha" por um de seus amigos, isso porque o engenheiro mobiliou sua casa com blocos de granito gigantes.
Além dessa esquisitice domiciliar, ele gostava de pintar suas unhas de rosa brilhante, passou dias bebendo apenas leite e pode ter sofrido de hipergrafia, uma condição que faz com que o cérebro envie um impulso irresistível de escrever.
*Publicado originalmente em 08/08/2013.