Ciência
26/10/2018 às 03:00•4 min de leitura
Como você deve saber, Adolf Hitler cometeu suicídio em seu bunker no dia 30 de abril de 1945 — quando ficou claro que ele havia perdido a guerra de vez e as tropas soviéticas estavam prestes a capturá-lo. Contudo, o Führer não estava sozinho quando se matou com um tiro na cabeça. Ele estava acompanhado de sua esposa, Eva Braun, que também acabou com a própria vida ingerindo uma cápsula de cianeto.
Porém, o que mais se sabe sobre essa mulher — que passou diversos anos ao lado de um dos personagens mais odiados da História e inclusive chegou a se casar legalmente com ele? Descubra alguns fatos dramáticos e interessantes sobre a vida de Eva Braun a seguir:
Eva Braun conheceu Adolf Hitler quando ela tinha 17 anos de idade — e ele 40 —, antes de ele subir ao poder na Alemanha, o que significa que a jovem não sabia quem era o homem diante dela, sem falar que, quando os dois foram apresentados, Hitler deu a Eva um nome falso, dizendo que se chamava Herr Wolff.
Ela trabalhava como modelo quando conheceu Hitler
Surpreendentemente, Eva se sentiu imediatamente atraída por Hitler, e o interesse foi recíproco. Com o tempo, o Führer começou a convidar a moça para acompanhá-lo em todo tipo de programa — como para ir ao cinema, à ópera, a jantares etc. —, e ela acabou se apaixonando de vez pelo futuro ditador. Entretanto...
Bem, pelo menos no início do relacionamento com Eva Braun, Hitler estava vivendo com outra mulher — sua sobrinha Geli Raubal. Apesar do parentesco, tudo parece indicar que o Führer amava a moça perdidamente e, para a sua frustração, ele não era correspondido. Tanto que a jovem pretendia se casar com outro homem e, quando anunciou ao tio que havia decidido se mudar para Viena, ele ficou enfurecido.
Geli Raubal, quando ainda era criança
A versão oficial da história é que Geli Raubal cometeu suicídio depois de passar a noite inteira discutindo com o tio possessivo. E, independente de isso ser verdade ou não, Eva Braun já estava na jogada — e aproveitou a oportunidade para consolar o desolado Hitler. O relacionamento dos dois decolou a partir desse episódio, mas Eva devia ter fugido para as colinas em vez de se aproximar do Führer!
Geli Raubal já maiorzinha
Isso porque Geli Raubal não foi a única mulher próxima a Hitler a cometer suicídio. Segundo os historiadores, nada menos do que oito mulheres com as quais o Führer teria se envolvido tentaram ou conseguiram tirar as próprias vidas — entre elas uma famosa atriz alemã chamada Renate Müller, que morreu no auge de sua carreira. Aliás, dessas mulheres todas, apenas Geli veio antes de Eva, o que significa que Hitler a traía com bastante frequência.
Eva, conforme mencionamos no comecinho da matéria, se matou juntamente com Hitler. Mas ela já havia atentado contra a própria vida em outras duas ocasiões — uma delas quando descobriu que o Führer estava arrastando suas asas para os lados de Renate Müller. Ao ficar sabendo do suposto romance, Braun, com 20 anos na época, pegou uma pistola de seu pai e puxou o gatilho.
A atriz Renate Müller
Por sorte — ou propositalmente, vai saber... —, Eva sobreviveu aos ferimentos e inclusive foi capaz de telefonar ela mesma para o médico de Hitler. Na verdade, tudo indica que a coisa toda não passou de uma tentativa desesperada de Braun de chamar a atenção do Führer, e a artimanha surtiu algum efeito, já que ele foi visitá-la no hospital com um buquê de flores nas mãos e a promessa de que cuidaria direito dela dali para frente. Até parece...
Pobre Eva
Cerca de três anos depois, após Eva não saber nada de Hitler por alguns meses, ela descobriu que ele estava com outra mulher — e não deu outra! Braun tomou entre 20 e 35 (dependendo da fonte consultada) pílulas para dormir e provavelmente teria morrido se não tivesse sido encontrada por sua irmã. O Führer, mais uma vez, voltou para ela cheio de promessas vazias, e Eva, coitada, acreditou.
Apesar de todas as promessas que Hitler fez a Eva, ele nunca foi um grande companheiro — e só se casou com ela na véspera de morrer. Na verdade, embora Braun vivesse com o Führer, ela só podia ser vista na casa quando os amigos mais íntimos dele apareciam para visitar. Caso o Chanceler recebesse alguma autoridade, Eva era obrigada a ficar trancafiada em um quarto ao lado do quarto de Hitler para que ninguém desconfiasse de sua presença.
Ele nomeou Eva sua secretária particular para justificar a presença constante dela ao seu lado
Como se fosse pouco, o Führer também desdenhava de Eva com frequência diante de seus amigos, dizendo coisa do tipo: “um homem altamente inteligente só deveria se envolver com mulheres primitivas e estúpidas” ou, ainda, “imagine se eu tivesse que lidar com uma mulher que interferisse no meu trabalho!”.
Ele só se casou com Braun na véspera de sua morte
Com o tempo, Hitler decidiu nomear Eva como sua “secretária particular” para poder justificar sua presença constante ao seu lado; contudo, mesmo assim, toda vez que ela entrava ou saía da residência do Führer — e sua! —, era obrigada a fazer isso discretamente, usando uma porta nos fundos da casa para não ser vista por ninguém.
Conforme a Segunda Guerra Mundial foi chegando ao final e ficou evidente que a Alemanha cairia, os soldados soviéticos invadiram Berlin e começaram a caçada a Adolf Hitler. Era claro que, quando o Führer fosse encontrado, ele e seus seguidores mais próximos seriam assassinados. Portanto, a vida de Eva Braun corria sério perigo — mas ela simplesmente se recusou a abandonar Hitler.
Eva Braun ficou com o Führer até o final
Várias pessoas tentaram persuadir Eva a fugir enquanto ainda havia tempo, incluindo Henriette von Schirach, esposa do líder da Juventude Hitlerista, mas ela negou todas as ofertas. E, em 1944, quando as coisas começaram a ficar feias para a Alemanha, Braun fez um testamento em que dizia que se suicidaria caso Hitler morresse e alertou que ninguém a impediria. Pelo menos, sabemos que ela, ao contrário dele, era capaz de cumprir suas promessas!
*Publicado em 19/07/2016