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23/01/2014 às 12:15•3 min de leitura
Não é tão simples de aceitar, mas praticamente qualquer animal pode ser legalmente caçado em diversas partes da África, contanto que o interessado esteja disposto a desembolsar generosas quantias de dinheiro em troca de uma licença.
O assunto é ainda mais delicado quando se trata de animais raros e/ou ameaçados de extinção, que é quando o valor pode chegar à casa dos milhares de dólares. Sem contar o impacto ambiental de se capturar um animal cujo número de exemplares da espécie só diminui nos relatórios da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).
“Os parques nacionais obviamente estão tentando fazer dinheiro. Os caçadores tem que pagar para os parques se querem atirar nos animais”, revela Johnny Rodrigues, diretor da Força de Conservação no Zimbábue. A situação acaba se revelando um impasse, já que os parques precisam reunir fundos para arcar justamente com os custos dos profissionais que zelam pela vida dos animais.
Logicamente, os altos preços cobrados pelas licenças emitidas pelo governo ajudam a conter a demanda, mas isso não deixa de nos servir de alerta para o quanto os caçadores ilegais podem lucrar sem nem mesmo trazer qualquer tipo de benefício para os parques.
Fonte da imagem: Shutterstock
O animal mais barato que você vai encontrar nessa lista é o flamingo. Com apenas 100 dólares, um caçador pode obter uma licença para capturar legalmente uma dessas aves no Zimbábue.
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No mesmo país, uma taxa de 5 mil dólares dá direito a caçar uma girafa. Embora essa espécie esteja presente em várias partes do continente, a IUCN já registrou um declínio na população de girafas nos últimos anos – uma situação que pode se agravar ainda mais nas próximas gerações.
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Em alguns casos, o valor cobrado para capturar o animal varia de acordo com o gênero, como acontece com o búfalo-africano. A licença das fêmeas custa 8 mil dólares, enquanto os machos custam 10 mil dólares cada por terem chifres maiores e, consequentemente, mais cobiçados.
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A palanca-negra (Hippotragus niger), que é uma espécie de antílope, está na lista de animais ameaçados da IUCN, que aponta que o animal é bastante procurado para servir de troféu aos caçadores.
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Mais uma espécie de antílope, a palanca-vermelha (Hippotragus equinus) é um dos vários animais que pode ser capturado por 20 mil dólares em diferentes partes da África. Embora sua população seja mais numerosa do que a de felinos, as palancas-vermelhas já foram eliminadas de grandes regiões que costumavam habitar por causa da ação de caçadores ilegais.
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No Zimbábue, com 20 mil dólares também é possível capturar uma chita, que está classificada como “vulnerável” na lista das espécies ameaçadas da IUCN. Em 1975, o número estimado de chitas no continente africano era de 15 mil animais, sendo que contagens mais recentes revelaram um número entre 7,5 mil e 10 mil animais adultos, o que aponta para o desaparecimento gradual da espécie nas últimas décadas.
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O rei da selva é mais um dos felinos cobiçados da África. Johnny Rodrigues revela que, depois de morto, esse tipo de animal é exportado para o país de origem do caçador, onde tem seu corpo preservado para que possa ficar em exibição.
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A IUCN já declarou os leopardos como uma das espécies ameaçadas de extinção. Mesmo assim, é possível conseguir licenças legais para caçar o animal em diferentes partes da África por 20 mil dólares.
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Assim como o búfalo-africano, o valor da licença de caça do elefante-africano pode variar. Mas a distinção do preço aqui é feita por causa das presas do animal. A licença mais cara dá direito a capturar um animal com presas, enquanto aqueles que não têm presas custam um pouco menos.
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Corey Knowlton é um americano que recentemente venceu o leilão de uma licença para capturar um rinoceronte-negro na Namíbia, no sul da África, com um lance de 350 mil dólares. A atitude do caçador provocou revolta entre ativistas e defensores dos animais, que chegaram a ameaçar Knowlton e sua família de morte nas redes sociais, de acordo com a BBC. O americano se defende com o argumento de que o dinheiro servirá para ajudar outros animais e que “os machos mais velhos estão matando uns aos outros e algo precisa ser feito”.