Ciência
09/11/2016 às 15:14•2 min de leitura
Sem dúvida nenhuma, a notícia que mais provocou ondas de choque pelo mundo ultimamente é a de que Donald Trump foi eleito Presidente dos Estados (Des)Unidos da América. Aliás, tem muita gente sentindo verdadeiro pânico a respeito do que o futuro reserva com o magnata no controle do país mais poderoso do planeta — e as especulações estão circulando loucamente pela internet.
Dentre tantos temas que geram preocupação está a possibilidade de que o mundo se veja envolto em um conflito global — e um interessante artigo sobre esse tema, publicado pelo portal The Atlantic em julho deste ano, voltou a causar certo alarme. Nele, Uri Friedman conversa com Richard Shirreff, um general britânico que ocupou o posto na OTAN de Vice-Comandante Supremo Aliado na Europa, e o militar arrisca previsões pra lá de perturbadoras.
O artigo em questão é intitulado What if Russia invaded the Baltics — and Donald Trump was President? (ou “E se a Rússia invadisse os países bálticos — e Donald Trump fosse Presidente?”, em tradução livre) e, nele, Shirreff relata alguns de seus maiores temores.
Pois é... ele ganhou
O militar fala, por exemplo, de como os russos reagiram — felizes — quando o então candidato Trump questionou a importância da OTAN para Washington e foi superambíguo sobre sua opinião com relação à intervenção militar que resultou na anexação da Crimeia à Rússia, em 2014.
De acordo com Shirreff, a OTAN depende completamente da liderança norte-americana e do desejo do país de oferecer apoio incondicional aos seus aliados. Isso significa que, se o Presidente dos EUA não estiver disposto a ajudar a organização, essa atitude poderia enfraquecer a aliança e inclusive levar a um distanciamento entre as defesas europeias e estadunidenses.
O risco existe
O problema é que, segundo insinua Shirreff, essa possibilidade pode levar os russos a ficarem, digamos... mais “saidinhos” — o que não é nada bom. Considerando a tensão que vem crescendo na região do Báltico atualmente, imagine que o Governo Russo decida invadir algum dos países da região, como a Letônia, por exemplo.
Essa ação poderia desestabilizar a região do Báltico inteira, além de ameaçar a aliança dos Estados que fazem parte da OTAN e de elevar o risco de que uma guerra nuclear ecloda. De acordo com o militar, caso essa invasão ocorra — algo que está longe de ser impossível —, é óbvio que a organização interferiria na situação, e a Rússia poderia decidir lançar um míssil nuclear contra um dos países membros.
Na verdade, Shirreff escreveu um livro de ficção sobre o assunto — intitulado “2017 War With Russia” —, mas, no artigo do The Atlantic, ele admitiu que esse cenário seria totalmente plausível. Afinal, Putin já invadiu a Georgia, a Crimeia e a Ucrânia, então, quem garante que ele não vá fazer o mesmo com outro território? Conforme alertou o militar, devemos julgar o presidente russo por suas ações, e não pelo seu discurso.
Tomara que tudo só fique na ficção
E, se a Rússia invadisse mais algum país, a OTAN não teria outro remédio além de sair ao socorro da nação atacada — e os russos, pressionados, poderiam reagir usando suas armas nucleares. Então, caso isso ocorra, uma guerra poderia escalar surpreendentemente depressa, e sem os EUA para oferecer seu apoio, as coisas poderiam ficar bem feias para todos.