Ciência
02/05/2014 às 04:13•4 min de leitura
Tão distante de nós, a Romênia está localizada no leste europeu e serve de lar para cerca de 20 milhões de pessoas. Com uma história riquíssima para contar, o território abriga sete patrimônios mundiais eleitos pela UNESCO. Tanta riqueza já rendeu ao país – e principalmente à sua capital, Bucareste – títulos que o colocaram como um dos melhores destinos a serem visitados.
Aqui no Mega Curioso, a Romênia já ganhou destaque por seu cemitério feliz – marcado pelas lápides coloridas – e pela Transilvânia – região que atrai turistas do mundo todo por causa do famoso Conde Drácula. De fato, quando pensamos na Romênia, as primeiras coisas que costumam vir à mente são as histórias de vampiros e os misteriosos castelos.
Mas agora chegou a hora de conhecer muito mais desse país único e aprender sobre sua história, língua, cultura e culinária. Não perca!
Por sua localização geográfica e evolução histórica, hoje a Romênia é um país que esbanja uma cultura fascinante. Basicamente, o território reúne características da Europa Central, do Leste Europeu e do Bálcãs em uma combinação única.
O que mais chama a atenção de todos que passam pelo país são as fortes tradições folclóricas que sobreviveram até hoje graças às comunidades romenas rurais que sustentaram suas práticas por tantos anos. Tais tradições se alimentam de várias fontes, sendo que algumas delas remontam à ocupação romana, que aconteceu por volta do ano 100 e incluem gravação em madeira, cerâmica, bordados, danças e uma grande variedade de músicas.
Durante muito tempo, a população romena se viu dividida em três principados distintos (Valáquia, Moldávia e Transilvânia) que responderam a diferentes impérios ao longo da História. Apesar da hostilidade e da oposição que os romenos sofriam por parte de seus poderosos vizinhos, eles conseguiram esboçar uma unidade nacional em 1859, em um processo que só se completou em 1918.
Foi apenas com o final da Primeira Guerra Mundial que o sonho de unificação dos romenos se tornou realidade. As duas décadas seguintes trouxeram avanços econômicos, políticos e culturais, mas que logo foram interrompidos com o início da Segunda Guerra, quando o país perdeu um terço de seu território e de sua população.
Com o fim da guerra, a Romênia foi ocupada pela União Soviética e instaurou-se o regime comunista. A partir de 1967, Nicolae Ceau?escu assumiu o poder com um governo ditatorial e totalitário. Diante de tamanha opressão, a população organizou uma revolta que ficou conhecida como a Revolução Romena de 1989. A partir daí, os romenos começaram a escrever uma nova história para seu país. Eleições ocorreram em 1990 e 1992 e uma nova constituição foi adotada em 1991 – acontecimentos que apontavam para o fim do regime comunista. Em 2007, a Romênia passou a fazer parte da União Europeia.
Assim como a história da Romênia está diretamente ligada à história de outros países da região, sua culinária passou por um processo semelhante, que resultou em uma gastronomia diversificada. Dos romanos, permaneceu apenas uma torta chamada de placinta. Já os turcos trouxeram os bolinhos de carne que podem ser fritos (mititei) ou virem junto com uma sopa (ciorba). Os gregos trouxeram a musaca, enquanto os búlgaros emprestaram alguns pratos com vegetais, como a zacusca, e a lista de influências não para por aí.
O único prato tradicionalmente romeno é a tocanita, que é basicamente um refogado de carne com batatas. Ao lado dele, a mamaliga – que é parecida com a nossa polenta – foi considerada por muito tempo como uma opção de pessoas menos abastadas e voltou a ser apreciada e bastante consumida recentemente. O porco é a carne mais usada na culinária romena, dividindo espaço com carne de boi, cordeiro e peixe. Para adoçar a vida, os romanos comem cozonac, que é um pão doce tradicional que costuma ser consumido em datas comemorativas.
Embora os romenos não sejam grandes beberrões (e beber em público seja ilegal!), eles merecem destaque pela tradição na produção de vinhos – o que lhes rende o nono lugar entre os principais vinicultores do mundo. Além do vinho, a cerveja é bastante apreciada pelos romenos, que preferem as claras do tipo pilsner. O país também é o segundo maior produtor de ameixas do mundo.
A língua romena tem 1.700 anos e é falada por mais de 25 milhões de pessoas atualmente. Apesar da distância geográfica, o romeno é um idioma mais parecido com o português do que se pode imaginar. Se você conferiu o nosso artigo sobre o nome das cores, já sabe que existe a família das línguas românicas, da qual o português e o romeno fazem parte (junto com o italiano, o francês e o espanhol).
Todos esses idiomas derivam do latim, o que significa que eles guardam muitas similaridades e são relativamente simples de serem compreendidos por pessoas que já falam algum dos idiomas dessa família. Reforçando sua herança latina, a palavra “Romênia” vem do latim “Romanus”, um legado que os romanos deixaram quando conquistaram a região no ano 106.