Artes/cultura
15/08/2014 às 11:51•5 min de leitura
Atendendo aos pedidos de alguns de vocês, queridos leitores, hoje o nosso Próxima Parada será sobre a Bélgica, um país incrível e cheio de atrações, que sempre teve grande importância na História mundial, possui belíssimas paisagens e arquitetura, além de ser referência em alguns dos produtos mais amados em todo o mundo: a cerveja e o chocolate.
Palácio Real
Cercado pela França, Holanda, Alemanha e pelo Estado soberano de Luxemburgo, o território belga compreende 30.528 quilômetros quadrados de área, tendo uma população de cerca de 10,7 milhões de habitantes. Para fins de comparação, o tamanho da Bélgica é apenas um pouquinho maior do que o estado brasileiro de Alagoas.
O país, que tem o nome oficial de Reino da Bélgica, é membro fundador da União Europeia e hospeda a sua sede na capital, Bruxelas. O território também abriga outras organizações como a OTAN.
A Bélgica mescla principalmente três culturas dos países os quais fazem fronteira, evidenciando isso ainda mais pelos idiomas que são falados por lá. Os três idiomas oficiais são o holandês (referido também como “flamengo”), o francês e o alemão.
A língua holandesa é a mais utilizada, somando cerca de 59% da população, sendo mais concentrada na região dos Flandres (não é a casa do vizinho do Homer Simpson), no norte do país. Apesar disso, a região de Bruxelas é oficialmente bilíngue, sendo o francês a língua dominante. Outras línguas não oficiais, como alguns dialetos regionais, são faladas também.
Arco do Triunfo no Cinquantennaire Parc
Há muitos séculos atrás, a região onde hoje fica a Bélgica era habitada por povos Celtas e Germânicos, que eram conhecidos como belgas. Esta população vivia em uma província do Império Romano, situada na parte setentrional de Gália, que se tornou conhecida como Gália Belga. Gradualmente, houve uma imigração de tribos franco-germânicas a partir do século 5.
Com o passar dos séculos, o território onde está hoje a Bélgica se destacou por ser um centro muito próspero de comércio e cultura, mas também foi o palco de grandes conflitos e batalhas entre as potências europeias, incluindo as duas Guerras Mundiais.
Após a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em agosto de 1914, a Alemanha invadiu a Bélgica, a fim de atacar a França pelo caminho mais fácil. Esta violação repentina da neutralidade belga chocou grande parte do mundo e levou a Grã-Bretanha, uma aliada da Bélgica, para a guerra.
Em maio de 1940, na Segunda Guerra Mundial, a Alemanha atacou e ocupou a Bélgica novamente, inaugurando um reinado de terror e causando muita destruição e sofrimento no país, principalmente entre a população judaica.
Grand Place em Bruxelas
Após a Segunda Guerra Mundial, a Bélgica ressurgiu como um jogador-chave na política internacional. Em 1958, Bruxelas tornou-se a sede provisória da Comissão Europeia e do Conselho de Ministros e, em 1967, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) mudou-se da França para a capital belga. Com esses fatores, além de um ótimo desenvolvimento em outros setores da economia, a Bélgica tornou-se um país mais próspero.
No entanto, a variação de povos e idiomas do país é, até hoje, motivo de conflitos comunais e de reformas, que são alimentados por diferenças culturais e evolução econômica distinta entre as regiões dos Flandres (onde fica Bruxelas, Bruges e Antuérpia) e da Valônia, onde fica Liège, a terceira maior cidade belga.
Em seu sistema de governo atual, a Bélgica é uma monarquia constitucional, popular e uma democracia parlamentar. Ou seja, o Rei (Filipe I) é o chefe de Estado, mas dispõe de um poder limitado, que é dividido entre o parlamento federal, que, por sua vez, é composto de um senado e câmera dos deputados.
Museu Nacional Maritime em Antuérpia
Dona de cenários perfeitos para filmes sobre épocas medievais, a Bélgica se destaca por sua arquitetura imponente de construções históricas incríveis, entre palácios e deslumbrantes castelos, que fazem contraste com construções muito modernas e futuristas.
O território belga é recheado de lugares lindos para se visitar, destacando a Grand Place, considerada uma das praças mais deslumbrantes do mundo, que fica em Bruxelas, seus museus, os canais medievais de Bruges com suas belíssimas construções no entorno, além dos castelos que se espalham por todas as regiões.
Muita gente acredita que os inventores da batata-frita e dos waffles foram os americanos, mas, na verdade, essas criações são legitimamente belgas! Por todas as cidades do país, é possível encontrar lanchonetes e quiosques que vendem essas guloseimas. Lá, eles combinam as batatas-fritas com mariscos (ou maionese), sendo um dos pratos favoritos dos locais.
Já o waffle pode vir incrementado com as mais variadas coberturas, de geleia, creme, chantilly a chocolate, é claro. Uma curiosidade: o nome dessa guloseima deriva da palavra holandesa wafel, que significa favo (de mel), por parecer com a estrutura criada pelas abelhas. A Bélgica é famosa também por suas padarias e confeitarias cheias de delícias irresistíveis.
Outra curiosidade, que pode não ser muito apetitosa para muita gente, é sobre a couve de Bruxelas (aquela que parece um míni repolhinho). Esse vegetal é de fato oriundo da região de Bruxelas, sendo cultivado por lá há mais de 400 anos.
Em se tratando de culinária mais refinada, restaurantes incríveis e renomados também não faltam por lá. Afinal, a mistura de influências francesas, holandesas e alemãs na gastronomia só pode resultar em coisa boa, não é?
A Bélgica produz cerca de 220 mil toneladas de chocolate por ano. Mas isso tudo não vai só para a barriga dos belgas, não. A maioria das delícias do cacau é abocanhada por turistas de várias partes do planeta. Por isso, o Aeroporto Internacional de Bruxelas é o maior ponto de venda de chocolate do mundo.
Os pralinés, como são conhecidos os famosos bombons de chocolate por lá, são vendidos nas mais variadas formas e recheios como amanteigados, licores, nozes e marzipan. O chocolate tem um papel importante na economia belga e há mais duas mil fábricas no país, tanto grandes quanto pequenas. Entre as marcas belgas mais conhecidas mundialmente estão a Godiva e Guylian.
Embora o número exato seja variável, a Bélgica produz cerca de 1.100 tipos diferentes de cerveja. E onde se produz se bebe também. Tanto que os belgas consomem uma média de 150 litros de cerveja por ano, por pessoa!
As marcas belgas de cervejas são algumas das mais tradicionais e conhecidas no mundo, tendo variações de tipos como as Pale Ale, Brown Ale, Dubbel, Trapistas, Lambic, Stout, Tripel e muitas outras. O turismo cervejeiro no país é um dos mais incríveis e procurados pelos amantes da bebida.
Tomorrowland
Além das festas tradicionais e típicas que arrastam milhares de turistas todo ano às cidades belgas, lá também é o território de uma das festas mais buscadas pelos jovens europeus e de outras partes do planeta. A Tomorrowland, um dos principais festivais de música eletrônica do mundo, é realizada na cidade belga de Boom.
Devido à grande quantidade de fãs brasileiros, a festa terá uma edição aqui no Brasil em maio de 2015. Para quem curte o estilo, já pode anotar na agenda!
Os canais de Bruges