Estilo de vida
12/02/2018 às 05:00•5 min de leitura
Inês foi uma jovem romana que nasceu no ano de 291 e cresceu em uma abastada família cristã. Segundo a lenda, a moça era incrivelmente bela e, quando atingiu a adolescência, se tornou alvo dos avanços amorosos de inúmeros homens, incluindo diversos figurões de Roma. Entretanto, Inês havia prometido que permaneceria “pura” a Jesus — pacto que não caiu muito bem para alguns de seus pretendentes.
A jovem e bela Santa Inês de Roma
Sentindo-se insultados, os jovens denunciaram a pobre às autoridades romanas — não se esqueça de que os cristãos eram perseguidos nessa época —, e o prefeito de Roma ordenou que Inês fosse arrastada pelas ruas da cidade completamente nua. É aqui que a história fica esquisita, pois, de acordo com os relatos, os cabelos da moça cresceram instantaneamente, cobrindo todo o seu corpo.
Além disso, todos os homens que se aproximaram de Inês com o propósito de violentá-la foram completamente cegados. A mártir, então, foi condenada a queimar na fogueira, mas, uma vez lá, seus executores simplesmente não conseguiram pôr fogo na madeira — e a pobre moça acabou sendo torturada e decapitada por um soldado romano.
Edmundo foi um monarca que reinou na Ânglia Oriental — região situada no leste da Inglaterra — entre os anos de 854 e 870. Tudo corria muito bem até que um exército composto por guerreiros vikings liderados por Ivar Ragnarsson, o Sem-Ossos, invadiu suas terras. Os forasteiros começaram a massacrar o povo e exigiram que Edmundo se tornasse seu vassalo, e o rei respondeu que só aceitaria se Ivar se convertesse ao cristianismo.
O viking não gostou muito da proposta do monarca inglês e decidiu avançar com suas tropas. Edmundo, por sua vez, com o objetivo de demonstrar sua fé, jogou suas armas e se entregou sem oferecer resistência. Ele foi, então, amarrado a uma árvore, espancado e chicoteado e, enquanto declamava a sua fé, teve o corpo crivado por flechas — e, segundo relatos do monge Abbo de Fleury, Edmundo ficou parecendo um ouriço!
Pobre São Edmundo, o ouriço humano
Ivar, o Sem-Ossos (e sem dó!), ainda decidiu decapitar o pobre monarca e, não contente com isso, permitiu que seus homens escondessem a cabeça de Edmundo para que ela não fosse enterrada com seu corpo. É aqui que a história fica esquisita, pois, de acordo com a lenda, os vikings jogaram a cabeça do mártir na floresta, mas, quando os seguidores do inglês foram procurá-la — e começaram a chamar por ela –, eles ouviram uma voz gritando “Aqui! Aqui!”.
A cabeça — falante — do rei foi descoberta cuidadosamente aninhada entre as patas de um lobo encarregado de protegê-la. O membro foi recuperado, enterrado com o restante do corpo de Edmundo e, anos mais tarde, quando o cadáver do monarca foi exumado para que uma catedral pudesse ser construída no local onde ele se encontrava sepultado, os responsáveis pela obra descobriram que a cabeça havia “grudado” miraculosamente no corpo do mártir.
Ágata foi uma jovem siciliana de uma família de nobres cristãos que nasceu por volta do ano 235. Ela vivia feliz e contente em Catânia (Palermo) até que o imperador romano Décio resolveu decretar um mandato de perseguição aos seguidores do cristianismo. Ágata, que era muito bonita — e virgem —, logo começou a ser chantageada pelo governador da Sicília, que prometeu não a entregar às autoridades romanas se ela aceitasse se casar com ele.
Santa Ágata de Catânia recebendo a visita de Pedro e o anjo
A proposta foi rejeitada e o governante puniu Ágata exigindo que ela fosse enviada a um bordel para humilhá-la. Só que um mês depois o homem descobriu que a moça continuava virgem e decidiu por uma punição mais severa: a jovem foi jogada em uma prisão, torturada e teve os seios extirpados. É aqui que a história fica esquisita, pois, segundo os relatos, como a mártir mantinha sua fé inabalável, ela recebeu a visita de São Pedro e um anjo em sua cela.
Os ferimentos em seus seios foram completamente curados — e a recuperação milagrosa de Ágata chamou a atenção do governador, que decidiu torturar a moça um pouco mais. Ele a teria submetido ao temido “cavalete”, um instrumento utilizado para estirar o corpo do torturado, e feito Ágata rolar sobre cacos de vidro e carvão em brasa.
Então, quando a mártir estava à beira da morte, um forte terremoto sacudiu a cidade e acabou matando alguns dos amigos mais próximos do governador. Assustado, ele mandou que Ágata fosse levada de volta à sua cela — onde a jovem cristã acabou sucumbindo aos seus ferimentos.
Mais uma virgem a entrar para a nossa lista foi Santa Cecília, de quem já falamos brevemente em outra matéria aqui do Mega Curioso — que você pode conferir através deste link. Ela foi uma jovem romana que nasceu no século 2 e, assim como outros exemplos que mencionamos anteriormente, pertencia a uma família muito rica e foi prometida em casamento a um rapaz chamado Valeriano.
O martírio de Santa Cecília
Contudo, Cecília havia prometido sua virgindade a Jesus e, quando chegou o momento de “consumar” a relação, a moça anunciou ao marido que a coisa não ia rolar e que um anjo a protegeria se o rapaz tentasse qualquer coisa. Valeriano, que não era bobo, exigiu prova da presença do tal anjo, mas Cecília, que era mais esperta ainda, disse que o ser celestial só seria revelado caso Valeriano aceitasse ser batizado.
É aqui que a história fica esquisita, pois, de acordo com a lenda, Valeriano aceitou ser batizado e, após a cerimônia, afirmou ver o anjo. Ao saber da visão, o irmão do rapaz também aceitou o cristianismo, e a dupla decidiu adotar como missão sepultar qualquer cristão assassinado pelos romanos. Cecília, animada, passou a pregar e converter a população — até que sua a crença a colocou em apuros.
E ela não perdeu a cabeça!
Turcius Almachius, o prefeito de Roma, não gostou das ações e mandou executar Valeriano e seu irmão, ordenou a prisão de Cecília e a condenou à morte. A primeira tentativa consistiu em cozinhar a moça viva, trancafiando a coitada em um banho e incendiando o local, mas ela não derramou nem uma gotinha de suor sequer. Ao saber disso, Turcius, então, mandou que ela fosse decapitada.
O carrasco golpeou o pescoço de Cecília três vezes e não conseguiu separar sua cabeça do tronco! E incrivelmente, a jovem mártir, mesmo ferida mortalmente, sobreviveu durante três dias — período no qual ela ainda teve a força de espírito de dar conselhos a todos os cristãos que a visitaram — antes de sangrar até a morte.
Que tal finalizar a nossa lista com alguém que não veio de um lar abastado? Margarida viveu na Antioquia entre os séculos 3 e 4 e era filha de um sacerdote pagão. Sua mãe morreu ao dar à luz, e uma mulher cristã se tornou sua ama de leite — e por conta de sua influência, Margarida decidiu rejeitar a religião do pai e adotar o cristianismo.
Pois, um belo dia, enquanto cuidava de um rebanho de ovelhas, um romano maroto decidiu se engraçar para cima de Margarida — que deu um chega pra lá no homem e acabou se envolvendo na maior confusão. O cara a arrastou até Antioquia (situada na atual Turquia) e a entregou às autoridades por ela ser cristã.
Margarida e o dragão
Margarida foi torturada e jogada na prisão — e é aqui que a história fica esquisita, pois, enquanto estava trancafiada, um dragão teria aparecido em sua cela e, de acordo com uma das versões da lenda, a jovem foi engolida viva. Entretanto, um crucifixo que ela carregava irritou o estômago do bicho, permitindo que Margarida escapasse da boca do animal.
Em outra versão da lenda, quando o dragão aparece na cela de Margarida, a moça faz o sinal da cruz e, apavorado, o monstro some dali. Enfim, depois de derrotar a besta, as autoridades romanas continuaram torturando a jovem mártir — ora aplicando tochas em chamas sobre seu corpo, ora mergulhando a coitada em água gelada —, até que se cansaram e acabaram com seu sofrimento cortando a sua cabeça.
*Publicado em 7/9/2016