Estilo de vida
15/03/2017 às 09:56•2 min de leituraAtualizado em 16/05/2024 às 17:20
São Longuinho talvez seja uma das figuras mais populares da Igreja Católica, já que ultrapassa a barreira dessa religião e encontra “seguidores” nas mais diferentes crenças – principalmente entre os brasileiros. Quem nunca fez a sua “reza” (São Longuinho, São Longuinho, se eu achar dou 3 pulinhos) é porque nunca perdeu nada de valor. Mas, afinal, quem foi esse mestre em achar objetos perdidos?
Longinus, também chamado de Cássio, nasceu nos primeiros anos da nossa era, e seu nome significa “Uma Lança”. Acredita-se que ele tenha sido o soldado romano que, justamente com uma lança, perfurou o corpo crucificado de Jesus Cristo, conforme história narrada no Evangelho de São João. Além dele, os evangelistas São Mateus, São Lucas e São Marcos também citam o seu nome.
Esses apóstolos dizem que foi Longinus o primeiro a reconhecer Jesus como o filho de Deus. Alguns historiadores acreditam que ele, enquanto soldado, fazia guarda no sepulcro dos crucifixos e acompanhava todas as crucificações. Após a de Cristo, ele teria se convertido porque o sangue espirrou em seus olhos, curou um problema de visão e o fez “cair em si”.
Longinus teria sido um dos primeiros a reconhecer Jesus Cristo como filho de Deus ao perfurá-lo com uma lança. A ponta da suposta arma está em exposição em um museu de Viena, na Áustria.
Ao abandonar o exército, Longinus passou a peregrinar e levar a palavra de Cristo, principalmente na região da Capadócia. Ele foi descoberto e denunciado como desertor a Pôncio Pilatos, que o condenou à morte caso não renunciasse à fé. Longinus se manteve firme em seu pensamento, mesmo após ter sido torturado, os dentes arrancados e a língua cortada. Por fim, acabou decapitado.
Ele foi canonizado no ano de 999, pelo papa Silvestre 2º. Acredita-se que os documentos para o processo estavam perdidos e que o papa invocou o próprio aspirante a santo para ajudá-lo a encontrar os papéis. Se essa é uma história real ou apenas lenda urbana, ninguém tem certeza; mas talvez venha daí a tradição de chamar o seu nome para encontrar o que está perdido. Já os pulinhos ninguém sabe quando surgiram.
Na Basílica de São Pedro, em Roma, uma estátua de São Longuinho está colocada ao lado de um dos quatro pilares que sustentam a cúpula que está sobre o trono do papa. Atualmente, a Igreja Católica celebra o seu nome no dia 15 de março. E quando se lembrar dele, não se esqueça de dar os 3 pulinhos, hein?
Estátua de São Longuinho na Basílica de São Pedro: ele costuma ser representado como monge e também como soldado
O santo é bastante popular entre os brasileiros e os espanhóis. Por aqui, a Igreja de Nossa Senhora da Escada, no município de Guararema (SP), é a única a ter uma representação de São Longuinho no altar. E se você tiver curiosidade, conheça também a sua oração oficial:
"Ó glorioso São Longuinho, a vós suplicamos, cheios de confiança em vossa intercessão. Sentimo-nos atraídos a vós por uma especial devoção, sabemos que nossas súplicas serão ouvidas por Deus nosso Pai, se vós tão amado por Ele, nos fizer representar. Lembrai-vos São Longuinho, prodigiosamente tocado pela graça de Jesus agonizante, em sua última hora, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que recorrem a vossa proteção, fosse por vós desamparado. Assim, dignai-vos interpor em meu favor, vossa valiosa intercessão perante Deus, para que me conceda viver e morrer como verdadeiro cristão, e me auxilie a encontrar o objeto que tanto necessito. Amém".
Depois dessa reza, é só dizer o nome do objeto que procura e rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria. Claro que a maioria prefere a mais popular, que faz referência aos pulinhos – só não pode se esquecer de cumprir a promessa ao encontrar o objeto, hein? Afinal, não custa nada agradecer da maneira tradicional, mesmo que ninguém saiba explicar o motivo.