Imperfeitos e infames: conheça 6 santos não muito santos da Igreja

09/10/2015 às 12:143 min de leitura

Para que um indivíduo seja canonizado e considerado santo, além de passar por um longo processo de avaliação, ele precisa, no mínimo, provar que levou uma vida inteira de virtude praticamente perfeita, certo? Bem, não necessariamente!

O processo de santificação deve ter se tornado mais rigoroso de uns tempos pra cá, pois o que não faltam por aí são santos que passaram boa parte da vida aprontando umas e outras — até que resolveram se arrepender de seus pecados e se dedicar inteiramente ao Senhor, garantindo, assim, sua entrada no Reino dos Céus. Confira alguns deles a seguir:

1 – Olga de Kiev

Santa Olga viveu entre os séculos 9 e 10 e, antes de se tornar beata, teve um ataque de fúria que resultou no derramamento de muito sangue. A moça era a feliz grã-duquesa de Kiev, até que, um belo dia, seu marido foi assassinado pelo príncipe de um reino vizinho enquanto cobrava impostos.

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Enlouquecida pelo ódio, Olga não só mandou torturar o assassino de seu companheiro até a morte como massacrou o reino vizinho inteiro, vendendo os poucos sobreviventes como escravos. Anos mais tarde, durante uma viagem a Constantinopla, a nobre visitou uma igreja e ficou maravilhada com as demonstrações de fé. Foi só depois disso que ela decidiu se devotar ao cristianismo e converter seus conterrâneos.

2 – São Calisto

Antes de virar santo, dizem que Calisto de Roma, que viveu entre os séculos 2 e 3, embolsava o dinheiro das doações de fiéis, era encrenqueiro — ele armou a maior confusão em uma sinagoga que acabou em um violento motim — e  sonegador de impostos.

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No entanto, Calisto resolveu tomar jeito e dedicar a sua vida à Igreja. Tanto que, depois de se redimir, ele se tornou o diácono responsável pelas catacumbas da Via Ápia — conhecidas atualmente como “Catacumbas de Calisto” — e, mais tarde, acabou até virando Papa.

3 – Margarida de Cortona

Venerada como a “Madrinha dos Enfermos”, Margarida não foi muito santa até resolver dedicar sua vida a Deus. Imagine como eram as coisas no século 13! Pois, quando ainda era adolescente, a jovem fugiu com um nobre italiano — com quem viveu como amante e teve um filho.

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Por azar, o rapaz foi assassinado durante uma caçada, e Margarida, que era tida como rebelde, ficou na mão depois de ser abandonada pela sua própria família e a de seu amante. Foi então que a italiana se arrependeu de seus pecados e se entregou à vida espiritual, passando o resto de seus dias entregue à oração, à caridade e à penitência.

4 – Agostinho de Hipona

Conhecido popularmente como Santo Agostinho, esta figura viveu entre os séculos 4 e 5 — e a oração “Senhor, conceda-me castidade e continência, mas não ainda” é de sua autoria. O cara era de família abastada, meio mulherengo e, segundo os relatos, não tinha uma, mas duas amantes!

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Agostinho curtiu bastante até que, em dado momento, resolveu ficar noivo de uma das mulheres, mudou de ideia e, quando tinha por volta de 31 anos, decidiu largar a vida de playboy, virar celibatário e se dedicar exclusivamente a transmitir os ensinamentos de Cristo.

5 – Maria do Egito

Nós aqui do Mega Curioso já falamos um pouquinho sobre a Santa Maria do Egito anteriormente — em uma matéria que você pode acessar através deste link —, mas achamos que, dado o assunto, ela merecia aparecer novamente na nossa lista. Maria viveu na mesma época que Santo Agostinho e, segundo a lenda, quando tinha 12 anos de idade, começou a trabalhar como prostituta em Alexandria.

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Ela teria passado vários anos nessa vida, mas, após uma peregrinação a Jerusalém — que Maria acompanhou com o único propósito de seduzir os jovens romeiros —, a prostituta teria sido visitada pela Virgem Maria. A experiência teve um forte impacto, pois, depois da suposta conversa com a mãe de Jesus, a mulher abandonou tudo e foi viver em completo isolamento no deserto. Hoje, para quem não sabe, Santa Maria do Egito é venerada como a patrona das penitentes.

6 – Camilo de Lellis

Considerado como o protetor dos enfermos e dos hospitais, São Camilo de Lellis nasceu em uma família nobre e viveu entre os séculos 16 e 17. Segundo os relatos, Camilo foi uma criança irritadiça e problemática e, depois que cresceu, se tornou militar. No entanto, por conta de seu caráter agressivo, ele acabou sendo expulso do exército — o que o levou a se tornar um mercenário viciado em jogos e outras profanidades.

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Após passar muitos anos nessa vida decadente, Camilo se arrependeu de tudo e passou a servir os doentes pobres. Ele acabou encontrando a paz na caridade e acabou fundando a Ordem dos Camilianos, que até hoje se dedica a auxiliar os enfermos.

Bônus

São Dimas

Talvez um dos melhores exemplos de indivíduo que viveram uma existência cheia de pecados e se tornaram santos seja o de São Dimas. Segundo a lenda, Dimas era um dos ladrões que foram crucificados junto a Jesus, e ele teria se arrependido de tudo antes de morrer na cruz — o que garantiu a ele o passaporte de entrada para o paraíso.

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Na verdade, São Dimas corresponde ao personagem do “bom ladrão” — mencionado no Evangelho de Lucas e também no Novo Testamento —, que também é conhecido como Rakh. Independente do nome, o santo se tornou, ironicamente, o protetor de casas e propriedades contra roubos, assim como o padroeiro dos presos e das cadeias.

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