Artes/cultura
07/06/2019 às 02:00•1 min de leitura
Em uma das maiores descobertas científicas de 2018, o cientista chinês He Jiankui usou a tecnologia CRISPR, que permite modificar as sequências do DNA, além de alterar a função genética, para proteger duas crianças contra o vírus HIV. Os gêmeos chineses se tornaram os primeiros bebês geneticamente modificados no mundo.
No entanto, segundo um relatório recente publicado pela revista Nature Medicine, os bebês com os genes modificados podem correr sérios riscos de morte prematura.
Foto: reprodução
Tal risco acontece porque os genes possuem diversas funções diferentes. Portanto, mexer com o DNA pode desencadear uma série de consequências adversas. Por exemplo, o gene que foi alterado (CCR5) também está ligado à atividade cognitiva.
Ao removê-lo, a capacidade de aprendizagem pode aumentar, bem como a memória. Em contraponto, vulnerabilidade a doenças como a Febre do Nilo e a gripe pode surgir.
Embora seja útil contra o HIV, entende-se que a mutação genética é prejudicial para outras doenças. De acordo com um estudo realizado pelos professores Rasmus Nielsen e Xinxhu Wei, ambos da Universidade da Califórnia, indivíduos com duas cópias do gene tendem a morrer antes dos 70 anos.
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A pesquisa analisou dados genéticos e de mortalidade de mais de 400 mil adultos de meia idade, no Reino Unido. Ainda segundo os estudiosos, há um processo natural (a morte) de pessoas com duas cópias genéticas.
Apesar de ser um comparativo bastante semelhante, ainda não há dados suficientes para confirmar que o mesmo acontecerá com os bebês chineses geneticamente modificados, já que eles são do Leste Asiático, enquanto o banco de dados estudado é de indivíduos britânicos.
Além disso, o estudo envolve pessoas que morreram por causas naturais – a cirurgia é uma situação diferenciada, que danifica os genes do HIV. Ademais, a pesquisa indica apenas alguns dos possíveis perigos e consequências no processo de alteração genética, servindo de reflexão a respeito do assunto.