Ciência
10/03/2020 às 11:00•2 min de leitura
Com o desproporcional crescimento no número de infectados pelo coronavírus, o planeta está acompanhando uma verdadeira disputa por recursos, amplamente distribuídos entre os principais pólos de contaminação e possíveis locais onde há potencial para seu desenvolvimento. Medicamentos, instrumentos, recursos tecnológicos e, especialmente, máscaras faciais, estão sendo demandadas em massa pelas organizações de saúde, gerando uma crise no mercado do gênero e diminuindo os estoques que seriam direcionados para clínicas, hospitais e postos de saúde, além de ter seus preços aumentados em até seis vezes em questão de poucos meses.
Nos últimos dias, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), alertou, em comunicado oficial, a real possibilidade de uma escassez de equipamentos higiênicos individuais. Juntamente a essa nota, mais radical ainda foi o cirurgião geral Jerome M. Adams que, em publicação no Twitter, enfatizou a necessidade emergencial de encerrar a compra de máscaras, relatando que não são efetivas contra o coronavírus.
Seriously people- STOP BUYING MASKS!
— U.S. Surgeon General (@Surgeon_General) February 29, 2020
They are NOT effective in preventing general public from catching #Coronavirus, but if healthcare providers can’t get them to care for sick patients, it puts them and our communities at risk!
https://t.co/UxZRwxxKL9
"Sério, pessoal - PAREM DE COMPRAR MÁSCARAS! NÃO são eficazes para impedir que o público em geral pegue coronavírus, mas se os prestadores de serviços de saúde não conseguirem cuidar de pacientes doentes, eles e nossas comunidades estarão em risco!"
O alerta ligou um importante interruptor para iluminar as ideias sobre a utilização de máscaras faciais. Segundo Jeffrey Swisher, diretor do Centro Médico do Pacífico, na Califórnia, as "partículas virais são muito pequenas e a habilidade de filtração das máscaras cirúrgicas são muito pequenas". O médico completa reforçando que o uso dos acessórios torna-se imprescindível para ser colocado durante operações cirúrgicas dentro de salas hospitalares, a fim de evitar a disseminação de bactérias e a contaminação de doutores e pacientes.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) reportam que não há a necessidade de utilizar os acessórios toda vez que sair de casa, já que há poucas evidências de que a máscara protege, de fato, contra pequenas partículas espalhadas pelo ar. Mesmo com a proposta do seu uso para evitar transmissão e contaminação por pessoas doentes, a organização reforça que a melhor maneira de evitar o acesso do vírus é através da higienização e dos cuidados em locais bem frequentados e com alta escala de movimentação.