Saúde/bem-estar
31/01/2014 às 12:50•2 min de leitura
Parece que um dos costumes mais tradicionais e comuns dos russos também é responsável por matar muitos dos homens do país. Segundo recentes estudos dos membros do Centro de Pesquisa do Câncer de Moscou, aproximadamente um quarto dos homens russos morre antes dos 55 anos devido ao alto consumo de vodca durante toda a vida.
O estudo analisou mais de 150 mil pessoas para chegar ao número das taxas de mortalidade – alguns dos pesquisados disseram que bebem mais de três garrafas de vodca semanalmente durante todo o ano. As principais causas da morte são o envenenamento por álcool, acidentes que ocorrem após o consumo (de trânsito, caseiros, entre outros), atos violentos e brigas que são originados após os russos beberem o tal líquido. Os voluntários foram acompanhados por mais de uma década, sendo que praticamente todos os que faleceram antes dos 55 consumiam mais de três garrafas por semana, além de também fumarem.
"As taxas de mortalidade têm flutuado sem controle pelos últimos 30 anos de acordo com as variações nas restrições ao álcool e estabilidade social sob os governos dos presidentes Gorbachev, Yeltsin e Putin, e o fator principal a conduzir essas flutuações foi... a vodca", afirmou o pesquisador Richard Peto, da universidade britânica de Oxford, que também trabalhou no estudo.
Graças as restrições ao consumo exagerado de álcool impostas pelo governo de Mikhail Gorbachev em 1985, o consumo caiu cerca de 25%, exatamente o mesmo valor do grau de mortalidade entre adultos. Outras reformas políticas em relação ao consumo de álcool foram introduzidas na Rússia em 2006, fazendo com que o consumo de destilados também caísse e consequentemente aumentasse as expectativas de vida dos homens – embora os riscos ainda sejam substanciais.
David Zaridze, um dos responsáveis pela pesquisa, disse que a Rússia sofre uma “crise de saúde” devido à relação da população com a vodca, porém que é algo que pode ser modificado se as pessoas beberem moderadamente (como já está acontecendo). "Pessoas que bebem destilados de maneira perigosa tem uma grande redução no risco de morte prematura assim que interrompem o hábito", frisou ele.