Estilo de vida
26/08/2013 às 11:53•2 min de leitura
Se vivêssemos em um mundo com apenas duas dimensões, seríamos como personagens de um enorme quadro vivo, onde a altura não existiria e somente poderíamos nos mover para os lados e para frente e atrás. Entretanto, e se circulássemos por um Universo com mais de três dimensões, como seriam as nossas vidas? Primeiro precisamos entender algumas questões da Física para imaginar as possibilidades.
De acordo com o pessoal do site Quo, há décadas, Albert Einstein e outros físicos se lançaram à missão de encontrar outras dimensões, seguindo pistas sutis presentes na natureza. A primeira pista surgiu a partir do estudo da força da gravidade que, curiosamente, é a mais fraca entre todas as forças fundamentais existentes.
A explicação para essa debilidade seria a existência de várias dimensões como as que conhecemos, já que a gravidade se estenderia por todas elas — conhecidas e desconhecidas —, perdendo parte de sua intensidade. Por outro lado, se essa teoria fosse real, quem poderia garantir que existiria força suficiente para que os planetas e galáxias pudessem se formar?
Fonte da imagem: Reprodução/Jeff Bryant
Segundo Einstein, se pudéssemos “ver” a força da gravidade, ela teria o aspecto de um enorme pântano composto por diversas camadas repletas de vales, ondulações e curvas, capazes de capturar qualquer objeto que se aproxime. Esse interessante modelo geométrico proposto pelo gênio ajuda a explicar por que é que a Terra é atraída pelo Sol e por que é que a Lua é atraída pelo nosso planeta.
Com base nesse modelo, a dupla de cientistas Oskar Klein e Theodor Kaluza, motivada pela suspeita de que uma dimensão adicional — diferente das que conhecemos — poderia solucionar não só o mistério sobre a existência da gravidade, mas do eletromagnetismo também, imaginou que as dimensões “extras” seriam diminutas, impossíveis de ser detectadas pelos humanos.
Para entender como a dupla imaginava essas dimensões, considere o quadro vivo bidimensional lá do início da matéria. Então, pense que há muito tempo o mundo da pintura foi como o nosso, mas uma nova força surgiu e começou a comprimir tudo o que existia, até que ele se transformasse no quadro de duas dimensões. Graças ao tamanho da nova dimensão, ninguém na pintura saberia que um dia o seu mundo não foi bidimensional.
Fonte da imagem: pixabay
É possível que o nosso Universo tenha passado por um processo parecido em seus primórdios, contando com diversas dimensões comprimidas. Nesse caso, se as dimensões diminutas propostas por Klein e Kaluza realmente existissem, pareceríamos gigantes aos olhos de supostos minúsculos habitantes e seríamos capazes de circular sem que eles sequer percebessem a nossa presença pela sua dimensão.
Isso se esse minipovo não fosse mais avançado tecnologicamente do que a gente e já tivesse desenvolvido técnicas de observação de dimensões paralelas, claro! Além disso, a nossa densidade de energia seria muitíssimo menor comparada com a desses habitantes, o que significa que seríamos como fantasmas e passaríamos por eles sem tocá-los.
E se encolhêssemos de tamanho até ficarmos diminutos como esses habitantes, mas mantendo a nossa visão de gigantes, além de podermos nos movimentar nas direções de sempre — frente, atrás, direita, esquerda, para cima e para baixo —, ao sermos capazes de sair do nosso Universo, poderíamos pegar atalhos ou pontes para chegar mais depressa ao nosso local de destino ou, ainda, olhar para o interior de nossos próprios corpos. Quem sabe?
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E você, leitor, gostaria de viver em um Universo assim? Imagina um panorama diferente se fosse possível transitar por mais do que três dimensões? Não deixe de contar para a gente nos comentários.