Ciência
06/01/2015 às 07:59•2 min de leitura
A matéria escura é um assunto que ainda vai gerar muito debate entre os cientistas. Sabe-se que a existência dela é real, apesar de os astrônomos ainda não saberem com absoluta certeza de que ela é formada.
No entanto, é sabido que ela existe pela sua interação com a matéria luminosa (as galáxias e todos os seus componentes) e pela força gravitacional que ela exerce. Recentemente, alguns astrônomos observaram que ela pode consistir em grandes pedaços de matéria que podem ser de quaisquer tamanhos, desde a dimensão de uma maçã até a de um asteroide.
Em outra observação de 2013, os astrônomos recalcularam a massa da matéria escura e a velocidade com a qual o sistema solar orbita em torno de si mesmo, chegando a resultados mais aproximados. Eles constataram que o valor da massa desse tipo de matéria em todo o universo é até 20% maior do que se pensava.
Em um novo debate, um grupo de cientistas renomados internacionalmente se reuniu em uma pequena cidade italiana para discutir sobre uma imagem que pode mudar para sempre a forma como os astrofísicos estudam a matéria escura, segundo o que foi publicado no artigo de Jeff Stone, do International Business Times.
Essa reunião dos cientistas foi a Planck de 2014, que aconteceu no início de dezembro do ano passado, e gira em torno de uma imagem que reproduz o que o universo parecia quando tinha 380 mil anos de idade — um momento em que a temperatura de grande parte do espaço exterior era mais quente que o Sol.
De acordo com o que foi divulgado no International Business Times, dados da imagem capturada pelo satélite Planck, da Agência Espacial Europeia, provocaram um novo debate sobre o que exatamente forma a matéria escura. Enquanto ainda está compreendida em apenas um nível muito básico, ela é amplamente definida como matéria do espaço que cria uma força gravitacional em todo o universo, conforme citamos anteriormente.
Sobre o satélite Planck, ele foi lançado em maio de 2009 no espaço. Com a mais alta precisão, até o momento, ele mede os restos da radiação que preencheu o universo logo após o Big Bang.
As imagens coletadas por ele foram apresentadas aos astrofísicos na reunião Planck 2014 em Ferrara, na Itália, com um vislumbre do passado usando receptores de rádio para capturar os restos de radiação de micro-ondas que sobraram da gigantesca explosão do Big Bang. O estudo dessa radiação é atualmente um campo de pesquisa muito ativo em cosmologia, pois fornece fortes restrições nos modelos atuais.
Os resultados do satélite Planck, até o momento, indicam que a 13,8 bilhões de anos o universo é composto de 4,9% de matéria atômica, 26,6 % da matéria escura não atômica e 68,5% da amplamente definida, porém ainda menos compreendida, energia escura. Segundo o International Business Times, os achados da Planck 2014 não confirmam o que forma a matéria escura, mas sim o que não a forma.