Estilo de vida
14/08/2015 às 11:00•2 min de leitura
Todo mundo já ouviu falar sobre o Big Bang, um evento que teria ocorrido entre há mais de 13 bilhões de anos e que deu origem ao Universo. Essa é a teoria mais aceita atualmente sobre o surgimento do cosmos, e segundo ela, tudo começou com uma grande explosão — e o espaço continua em expansão em todas as direções.
Entretanto, de acordo com Irene Klotz do portal Discovery News, um levantamento apontou que o Universo parece estar morrendo. O estudo envolveu a análise da luz emitida por mais de 200 mil galáxias — abrangendo 21 comprimentos de onda, do ultravioleta ao infravermelho —, e revelou que o espaço está produzindo metade da energia que produzia há dois bilhões de anos, e que o declínio continua.
O levantamento foi conduzido ao longo de sete anos e contou com a participação de cientistas de vários países. Além disso, sete observatórios contribuíram para o estudo — entre eles o VISTA e o VST, localizados no Chile —, e a equipe também utilizou dados obtidos através do telescópio espacial WISE e do já aposentado satélite GALEX da NASA, assim como do Observatório Espacial Herschel da ESA. Veja uma animação sobre o levantamento a seguir:
Segundo Irene, os cientistas sabem desde a década de 90 que o Universo está produzindo menos energia, mas o levantamento atual traz a análise mais completa e precisa que já foi feita sobre esse fenômeno. Conforme explicaram os pesquisadores, embora a maior parte da energia presente no espaço tenha surgido quando o Big Bang ocorreu, as estrelas continuam aportando energia adicional constantemente enquanto convertem massa em energia.
De acordo com Jonathan O'Callaghan do site IFLS, elas fazem isso enquanto “queimam” elementos como o hidrogênio e o hélio, e quando as estrelas entram em colapso — em uma enorme explosão conhecida como supernova —, parte da energia produzida pode dar origem a novas estrelas.
No entanto, muita da energia produzida continua se dissipando pelo espaço — podendo ser absorvida por fragmentos e poeira cósmica conforme ela viaja pela galáxia ou, então, seguir viajando pelo Universo até colidir com alguma coisa, como outra estrela, um planeta etc. —, até que, no fim, a energia se dissipará tanto que a formação de novas estrelas acabará se tornando inviável.
No levantamento, os pesquisadores compararam a energia emitida por galáxias mais antigas com a emissão de galáxias mais jovens, e eles descobriram que o índice de formação de novas estrelas nas — mais de 200 mil — galáxias estudadas caiu pela metade ao longo dos últimos dois bilhões de anos. Além disso, os cientistas perceberam que o declínio da emissão de energia das galáxias coincide com o índice de expansão do espaço.
Conforme explicou Simon Driver, um dos cientistas envolvidos no estudo, basicamente, é como se o Universo, sentindo a idade avançada, tivesse se jogado em um sofá, puxado uma mantinha, e estivesse se preparando para tirar uma soneca eterna. Mas não se preocupe, pois, apesar de triste — e um pouco inquietante —, a morte desse velhote ainda vai levar muitos bilhões de anos para acontecer por completo.