Ancestral do vírus ebola pode ter mais de 20 milhões de anos, diz estudo

31/10/2014 às 12:072 min de leitura

De acordo com Lecia Bushak — do site Medical Daily —, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Buffalo, nos EUA, apontou que a família de vírus à qual o ebola pertence pode ter mais de 20 milhões de anos, ou seja, sua origem é muito mais antiga do que se esperava.

Segundo a publicação, os pesquisadores descobriram que os filovírus — membros da família da qual o ebola faz parte — não começaram a surgir há 10 mil como se pensava, mas muito, muito antes. Conforme explicaram, esses agentes letais vêm interagindo com os mamíferos há vários milhões de anos e, apesar de o ebola estar nas manchetes de todo mundo há vários meses, a verdade é que os cientistas ainda têm muito que descobrir sobre o vírus.

A descoberta ocorreu durante um estudo que não estava focado especificamente no ebola, mas sim em seus ancestrais e possíveis origens. Segundo os pesquisadores, tanto o ebola como o vírus de Marburg — que, além de também provocar febre hemorrágica, é oriundo da mesma região geográfica que o outro patógeno — estão evolutivamente relacionados e compartilharam um ancestral comum há aproximadamente 20 milhões de anos.

Fósseis virais

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Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após analisar fósseis virais — ou seja, fragmentos genéticos de vírus antigos — que animais incorporam durante infecções. Eles encontraram genes parecidos aos filovírus nos genomas de várias espécies de roedores, indicando que o material genético foi adquirido antes que esses animais evoluíssem em espécies diferentes.

Em outras palavras, a família dos filovírus provavelmente é tão antiga quanto o ancestral comum dos roedores do estudo. Os pesquisadores também observaram que o material genético dos fósseis se parece mais ao do ebola do ao do vírus de Marburg, o que sugere que essas duas linhagens já haviam começado a se separar durante o Mioceno — cerca de 20 milhões de anos atrás.

Os pesquisadores acreditam que um melhor entendimento sobre o ebola pode levar a uma melhor prevenção contra o contágio e ao desenvolvimento de vacinas e tratamentos para os infectados. Além disso, conhecer melhor os filovírus pode permitir que os cientistas determinem quais espécies podem servir de hospedeiras para esses agentes e até mesmo para patógenos  ainda desconhecidos e que podem um dia infectar humanos.

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