Ciência
15/03/2017 às 12:20•1 min de leitura
As sanguessugas são animais curiosos de pouco mais de cinco centímetros e, como o nome já deixa claro, essas criaturinhas recebem essa designação por possuírem um gosto peculiar: podem se alimentar do sangue humano por horas!
Por serem parentes das minhocas, as sanguessugas também são anelídeos, ou seja, possuem o corpo formado por anéis. Mas se diferenciam das primas minhocas por possuírem ventosas, uma espécie de boca capaz de se fixar na pele da sua vítima como um desentupidor de pia. E não é só uma picadinha, não! Quando alimentadas, as sanguessugas chegam a aumentar até cinco vezes o seu tamanho.
Elas adoram um sanguinho!
Isso só é possível porque, ao encostar na pele humana, a sanguessuga libera uma porção de substâncias químicas. Uma das mais importantes é a hirudina, que possui ação anticoagulante, isto é, não deixa o sangue se solidificar. Assim, para conseguir sugar o sangue com mais eficiência, as sanguessugas produzem essa substância anticoagulatória que faz o sangue permanecer líquido.
Também por causa dessas substâncias químicas, um tipo especial de sanguessuga, a Hirudo medicinalis, tem sido usada na medicina há milênios! Seu uso medicinal é tão antigo que podem ser encontrados registros desde o início da civilização, no Antigo Egito e também na Europa Medieval, sendo utilizadas até para tratamento de feridas de batalha em guerras.
Esses animais são parentes (vampirescos) das minhocas
Atualmente, embora raro, as sanguessugas ainda são usadas em problemas de circulação sanguínea, cuidados de feridas, cirurgias plásticas e outros. Mas, se o uso das sanguessugas em sua pele para fins medicinais apavora você, vamos deixá-lo aliviado: é possível aproveitar esse conhecimento sem necessariamente ver seu corpo repleto de parasitas.
Sabendo das propriedades terapêuticas desses animais, as companhias farmacêuticas utilizam o que aprenderam com os componentes da saliva da sanguessuga para produzir alguns medicamentos em laboratório, com as chamadas Hirudinas. São medicamentos capazes de dissolver e evitar a formação de coágulos, que são pedaços sólidos de sangue.
*Este texto foi redigido por Raquel Sanzovo, bióloga e pedagoga do Departamento de Educação da Unesp Botucatu.