Estilo de vida
18/03/2015 às 05:51•2 min de leitura
Existem aranhas e cobras supervenenosas pelo mundo, cujas picadas são capazes de matar humanos em apenas alguns minutos. No entanto, você sabia que algumas substâncias presentes nos venenos desses animais podem ser usadas para o desenvolvimento de medicamentos para tratar uma variedade de doenças? Do câncer à hipertensão, incluindo a dor crônica, confira a seguir 4 usos potenciais para o veneno de cobras e aranhas:
O veneno das cascavéis — Crotalus durissus — contém uma substância chamada crotoxina, e alguns estudos apontaram que ela poderia ser utilizada no combate ao câncer. Segundo descobriram os cientistas, além de atuar diretamente sobre as células cancerígenas, induzindo a regressão de tumores, essa toxina ainda é capaz de estimular o sistema imunológico e tem ação contra inflamações agudas e crônicas.
Além das cascavéis, estudos apontaram que o veneno das jararacas (Bothrops) possui uma substância que atua sobre o sistema nervoso central induzindo a redução da frequência cardíaca e pressão arterial. Assim, alguns cientistas vêm trabalhando no desenvolvimento de um novo medicamento à base da toxina para o tratamento da hipertensão.
Outro veneno que poderia ser utilizado no combate à pressão alta é o das cobras da família Crotalidae. Segundo alguns estudos, ele inibe a ação da ECA — de enzima conversora da angiotensina —, responsável por aumentar a pressão sanguínea de mamíferos. Desta forma, os pesquisadores sugerem que a toxina seja usada não só no tratamento da hipertensão, mas também na prevenção de doenças renais, do diabetes e derrames.
A distrofia muscular se refere a um grupo de doenças sem cura que provocam o enfraquecimento gradual e a perda de massa muscular. Eventualmente, as pessoas afetadas acabam perdendo os movimentos e, em alguns casos, os doentes também sofrem com dores e dificuldade para se alimentar e respirar.
Pois estudos revelaram que uma substância — chamada AT-300 — presente no veneno das tarântulas, mais precisamente, as da espécie Grammostola rosea, nativa do Chile, tem o potencial de frear o progresso da distrofia muscular. De momento, pesquisadores estão trabalhando no desenvolvimento de um medicamento produzido à base dessa substância, e esperam que os testes clínicos em humanos possam ser iniciados ainda este ano.
A dor é uma sensação desencadeada pelo sistema nervoso, e é iniciada quando as células nervosas recebem os estímulos dolorosos através de caminhos presentes em suas membranas conhecidos como canais de sódio. Quando bloqueamos muitos desses canais, a atividade celular é dramaticamente afetada, e algumas funções básicas do organismo podem ser paralisadas.
Por outro lado, se bloquearmos apenas alguns canais de sódio, o resultado disso é uma redução na transmissão dos estímulos de dor. Estudos apontaram que substâncias presentes no veneno de aranhas — especialmente de tarântulas — são capazes de agir em canais específicos, e poderiam ser usadas no desenvolvimento de novos medicamentos com menos efeitos colaterais do que os que existem atualmente para o tratamento da dor crônica.