Artes/cultura
22/04/2013 às 08:58•3 min de leitura
Sabia que muita coisa pode ser feita a partir de dejetos de animais? Se você está com um sanduíche em mãos, é melhor ter um pouco de cuidado com o que vai ler em seguida, e, se está começando uma dieta, talvez ler este artigo ajude a diminuir a sua fome.
Fonte da imagem: Reprodução/ImagnsDepósito
Olha que receita bacana: misture bem o lixo em processo de apodrecimento, acrescente fezes de minhocas, mexa até que tudo isso vire líquido e guarde a mistura em garrafas usadas de refrigerante.
Não, isso não é o novo coquetel do momento, mas sim o jeito que uma empresa achou para ganhar dinheiro. Estamos falando da TerraCycle, que produz fertilizantes ecologicamente corretos e vai muito bem, obrigada, nos negócios. O cofundador e CEO Tom Szaky explica que a empresa mostra, com isso, que é possível fazer dinheiro e ajudar ao meio ambiente.
No caso da solução com o cocô de minhocas e lixo apodrecendo, a companhia conseguiu produzir um fertilizante ideal, sendo o primeiro produto a receber o selo de zero impacto negativo, concedido pelo Zero Foot Print, grupo ambiental sem fins lucrativos. Somado a isso está o sucesso da empresa, que cresce entre 300 e 600% ao ano desde que foi fundada, em 2004.
Fonte da imagem: Reprodução/FullStopIndia
Você provavelmente já sabe que vacas são animais sagrados na Índia. Tão sagrados que até mesmo as suas fezes têm função especial. Lá, os dejetos produzidos por esses animais são reutilizados e acabam virando energia.
A Índia conta com 283 milhões de vacas, o equivalente a 700 milhões de toneladas de esterco produzidas diariamente. Esse material todo acaba tendo muita serventia, principalmente nas áreas rurais, onde há falta de lenha e outros materiais fornecedores de energia. O estrume deixa muito a desejar quando sua finalidade é fazer fogo e, para isso, são adicionados outros produtos, como palha e carvão.
Nesse caso de uso do esterco das vacas, nem tudo é perfeito. O uso contínuo dessa mistura de estrume, carvão e palha, quando queimada, pode causar problemas visuais – como catarata –, infecções respiratórias e até mesmo câncer. Esses problemas, porém, são mais frequentes em quem usa o esterco dentro de casa, para cozinhar ou como meio de aquecimento.
Antes que você faça caretas, parece que cozinhar com o esterco de vaca não é tão diferente de cozinhar com produtos mais comuns, como gás, querosene e gasolina. Alguns indianos, porém, acreditam que a fumaça produzida por combustíveis feitos à base de esterco melhoram o sabor do alimento. E aí, ficou com vontade de experimentar?
Fonte da imagem: Reprodução/Denmark
Além de produzir fogo, o cocô de vaca pode também produzir outros tipos de energia. Você já ouviu falar de biogás? Trata-se de um gás rico em metano utilizado como fonte de eletricidade em territórios rurais na Índia e também na Dinamarca.
Esse tipo de energia não libera carbono à atmosfera e isso é um fator ecológico muito positivo em tempos de problemas causados pelo efeito estufa. Atualmente 12% do mundo vive à base desse tipo de energia.
Fonte da imagem: Reprodução/Danalyzed
Mas se a ideia é usar esterco para outros fins, talvez você queira ser um praticante de arremesso de esterco de vaca. Se esse for o caso, é só seguir para a cidade de Beaver, no estado norte-americano de Oklahoma, e se inscrever para o Campeonato Mundial de Arremesso de Cocô de Vaca.
O campeonato acontece anualmente, no mês de abril, quando participantes praticam arremesso de discos feitos com esterco seco. E aí, você participaria da brincadeira?
O site Mental Floss fez uma lista com outros possíveis usos para o cocô alheio de cada dia. Se você está pensando em algum método contraceptivo, talvez fezes de crocodilo possam ajudar. Pelo menos era nisso que os médicos egípcios de 2000 A.C. acreditavam, já que esse tipo de material era considerado espermicida.
Fonte da imagem: Reprodução/Ecodesenvolvimento
Já os elefantes podem defecar 115 páginas de papel por dia. É o que garantem alguns pesquisadores da Tailândia, que fizeram essa descoberta recentemente. Lá, as fezes de elefantes são transformadas em papel e moldadas em cadernos artesanais.
Na Bolívia, o negócio é com o esterco de lhama, usado para combater a poluição de água em minas abandonadas, já que ele neutraliza o PH da água. A técnica, porém, não é de exclusividade da Bolívia, pois foi criada no Reino Unido (com o uso de fezes de cavalo) e é também usada em outros países.
Se você estiver visitando o Alasca, o Colorado ou o Canadá, é bem provável que encontre fezes de alce à venda como souvenirs. No Alaska, por exemplo, existe uma competição bem peculiar todo mês de julho, com a passagem de helicópteros que jogam estrume de alce. Nesse jogo, ganha quem adivinhar onde o estrume vai cair.
Fonte da imagem: Pixabay
Além de todos os usos já citados, existem alguns tipos de café feitos com fezes de animais. O Mega Curioso já citou alguns deles, como o Kopi Luwak e o Jacu Coffee, que estão entre os melhores e mais caros cafés do mundo.
Mas o café mais caro mesmo é o Marfim Negro, originário da Tailândia, feito com grãos defecados por elefantes. Por ser um produto raro, a xícara de um café como esse custa R$ 100. E aí, você experimentaria?