Ciência
17/10/2013 às 11:31•2 min de leitura
O governo da Noruega está tendo que lidar com um problema um tanto quanto inusitado: os cadáveres enterrados nos cemitérios do país não se desintegram e, dessa maneira, não liberam espaços para que outras pessoas sejam devidamente enterradas.
Mas o mais curioso dessa história é saber que o papel filme – é, aquela espécie de plástico que a sua mãe usa para proteger os alimentos – é o principal responsável pelo problema. Isso porque, durante as três décadas que sucederam a Segunda Guerra Mundial, os procedimentos executados antes do enterro das pessoas incluíam “embalar” os corpos em uma camada de plástico antes de colocá-los nos caixões. Os noruegueses faziam isso por considerar a técnica uma importante medida sanitária sem saber que estariam conservando seus cadáveres por muito mais tempo.
Milhares de enterros depois, as autoridades responsáveis pelos serviços funerários do país se viram em meio a um impasse. A grande quantidade de corpos íntegros que ocupa antigas covas faz com que os recém-falecidos não tenham um espaço para descansar em paz.
Fonte da imagem: Reprodução/Gizmodo
Na Noruega e em outros países da Europa onde ter um pedaço de terra pode ser considerado um privilégio, é comum que os primeiros corpos dividam o espaço com novos habitantes 20 anos depois de serem enterrados. Isso só não acontece nos casos em que a família decide em pagar uma taxa anual para que seus queridos possam ter privacidade.
Com cerca de 350 mil covas com cadáveres envoltos em plástico, um ex-coveiro acredita ter encontrado a solução para o problema. Kjell Larsen Ostbye recorreu aos princípios da química para desenvolver uma técnica que consiste em utilizar estacas para perfurar o chão e o plástico e injetar uma solução feita a base de lima nos corpos. A substância serve para aceleração o processo de decomposição, que se estima que ocorra em até um ano.
Com a devida autorização das famílias, Ostbye já tratou mais de 17 mil covas em diversas cidades da Noruega. O profissional leva cerca de 10 minutos para realizar o procedimento e ganha 670 dólares por espaço tratado. Mais do que uma boa ideia, tudo indica que o trabalho do ex-coveiro está dando resultado.