Ciência
24/03/2020 às 08:30•2 min de leitura
No último domingo (22), um grupo de hospitais brasileiros recebeu aval do governo federal para iniciar os testes com a hidroxicloroquina no tratamento da covid-19. O ensaio clínico começou a ser projetado há três semanas. Na segunda-feira (23), a Comissão Nacional de Ética e Pesquisa autorizou o Hospital Albert Einstein a iniciar os testes, em conjunto com os hospitais Sírio Libanês e o HCor.
Vale destacar que, de acordo com a Anvisa, apesar de algumas pesquisas indicarem que a cloroquina pode ajudar no tratamento do novo coronavírus, com alguns resultados promissores, ainda não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da covid-19. Portanto, não há recomendação da Anvisa, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus.
De acordo com o Dr. Luiz Vicente Rizzo, diretor-superintendente de pesquisa do Einstein, esse estudo da hidroxicloroquina coordenado pelo hospital é do tipo adaptativo. Isso significa que os testes serão realizados com pacientes que estejam apresentando sintomas em vários níveis de gravidade, sendo que cada hospital ficará a cargo de um desses níveis. No decorrer do estudo, os pacientes que apresentarem melhora mudarão de nível de gravidade.
Fonte: Pixabay/Reprodução
Esse tipo de estudo é chamado adaptativo, pois flexibiliza a coleta de dados sem que o hospital precise seguir com os testes com pacientes em um único nível de evolução da doença. Segundo Rizzo, esse tipo de estudo é inovador no Brasil, e é pouco utilizado no resto do mundo.
O estudo também será flexibilizado com relação à droga, uma vez que outros medicamentos poderão ser incluídos nos testes à medida que novas descobertas promissoras sejam feitas.
A hidroxicloroquina, uma medicação inicialmente eficaz contra a malária, também tem sido testada no tratamento da covid-19 em outros países, como Estados Unidos e França.
Brasil começa a testar hidroxicloroquina em tratamento da Covid-19 via TecMundo