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Via nexperts

Como o impacto do coronavírus vai alterar o mundo até 2025?

13/05/2020 às 03:003 min de leitura

Desde o início das contaminações, o coronavírus vem mudando a vida como a conhecemos diariamente. Quer dizer, quem se imaginou em janeiro ensaboando um saco de farofa ou sendo obrigado a retomar antigos hobbies para se distrair dentro de casa? Mas a verdade é que a pandemia pode modificar totalmente a nossa rotina. Por exemplo, vocês já imaginaram como serão as coisas nos próximos cinco anos?

A Universidade de Chicago lançou uma série de vídeos intitulada Covid 2025: Our World in the Next 5 Years ("Covid 2025: Nosso mundo nos próximos 5 anos") que apresenta estudiosos renomados discutindo como o vírus vai afetar áreas como saúde, relações internacionais, educação e vida urbana, além de explicar quais passos devemos tomar no presente para poder moldar os próximos anos.

O que esperar das relações internacionais?

(Fonte: Pixabay/Reprodução)(Fonte: Pixabay/Reprodução)

De acordo com Paul Poast, professor associado do departamento de ciência política da Universidade de Chicago, a atual pandemia serviu para expor as fragilidades das relações internacionais, além de alimentar mudanças em alianças, instituições e na economia global.

Durante o vídeo, Poast explica como este momento crítico serviu para acelerar mudanças nos relacionamentos entre nações, com algumas decidindo se afastar de outras, em vez de encarar a pandemia de forma mais unida.

O professor acredita que nos próximos anos, a China provavelmente se consolidará cada vez mais como uma alternativa aos Estados Unidos no cenário mundial, e que muitos países (como o próprio Estados Unidos) podem acabar se afastando de instituições globais como a Organização Mundial de Saúde.

Além disso, os possíveis impactos devastadores do novo coronavírus estão começando a surgir agora, mas podem acarretar danos profundos na economia global nos próximos cinco anos. Poast também reforçou que a necessidade soluções políticas globais será muito maior do que apenas investir em avanços tecnológicos.

A importância dos sistemas de saúde pública

(Fonte: Pixabay/Reprodução)(Fonte: Pixabay/Reprodução)

Um dos impactos mais claros e profundos da pandemia de covid-19 no mundo inteiro está ocorrendo na área da saúde. Katherine Baicker, economista da saúde da Universidade de Chicago e reitora da Harris School of Public Policy, acredita que isto pode levar a uma série de mudanças, como uma expansão razoável da telemedicina e uma mudança drástica na ideia de cobertura médica.

No vídeo, Baicker falou sobre como a pandemia mostrou a interconexão da população dentro dos Estados Unidos, epicentro atual do coronavírus. A economista acredita que a situação que estamos vivenciando pode resultar no aumento do apoio do sistema de saúde pública no país, no aparecimento de várias ferramentas para monitorar a saúde da população, além de medidas para aumentar e diminuir a atividade econômica caso seja necessário.

Ela também afirmou ver um grande potencial em novas medidas que flexibilizem o sistema de saúde nos EUA como: permitir que enfermeiros possam trabalhar em vários estados utilizando uma única licença e remover algumas que os assistentes médicos ofereçam atendimento ampliado e remover certas normas de responsabilidade para permitir que os fabricantes de equipamentos médicos aumentem a produção em momentos de crise.

Os desafios a serem superados na área de educação

(Fonte: Pixabay/Reprodução)(Fonte: Pixabay/Reprodução)

As medidas de isolamento social levaram muitos países a apelarem para alternativas de aprendizado remoto, porém esta mudança tão repentina trará um impacto considerável na área de ensino, que provavelmente poderá durar muito além do fim da pandemia do novo coronavírus.

Em seu vídeo, Randal C. Picker, professor de direito da Faculdade de Direito da Universidade de Chicago, explicou que a tecnologia e a infraestrutura para o aprendizado remoto passaram a ganhar força na última década, o que facilitou o enorme impulso de ferramentas de educação online. Porém, a mudança drástica no momento da pandemia possui uma escala global que pode ter seus benefícios, mas também serve para ressaltar a imensa disparidade baseada em renda e localização que já existe há muito tempo.

Picker acredita que o ensino a distância é um recurso extremamente poderoso, desde o ensino fundamental a até o nível superior. Contudo, o professor acredita que não substitui a sala de aula, e sim ajuda a completar o ensino de novas formas interessantes.

(Fonte: Pixabay/Reprodução)(Fonte: Pixabay/Reprodução)

Por exemplo, professores poderiam passar a convidar oradores de outros países para uma palestra digital, sem a necessidade de arcar com viagens aéreas e outros custos que serviriam para inviabilizar a situação. Outra ideia interessante seria utilizar as atuais visitas digitais que vários museus por todo mundo estão oferecendo, para possibilitar uma espécie de acesso à cultura aos alunos de todas as classes sociais.

Entretanto ainda são necessárias diversas etapas regulatórias nos próximos anos para apoiar o crescimento desta forma de ensino, incluindo abordar questões de privacidade, aumentar o financiamento para infraestruturas de banda larga em todos os lugares e garantir o acesso a computadores e ferramentas semelhantes para todos os cidadãos.

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